Entrevista com o estilista todo-poderoso Alexandre Birman
O estilista Alexandre Birman, conhecido como o todo-poderoso da Arezzo, e nome à frente de marcas como a Shutz, Anacapri e ainda a grife homônima, esteve no Recife na última semana para acompanhar de perto o lançamento da coleção verão no RioMar.”Eu sou responsável por manter a identidade de cada marca. Cada marca tem direção de estilo independente e eu tenho a função de equilibrar todas essas marcas para que elas tenham propostas consumidoras distintas”, explicou Alexandre.
Ele mal entrou na loja e ao encontrar um grupo de mulheres, perguntou qual era a aceitação da ala feminina em relação ao sapato modelo scarpin. A curiosidade tem um motivo. Alexandre tinha acabado de retornar de uma viagem ao Rio Grande do Norte e ficou assustado com tamanha rejeição do modelo pelas mulheres de lá. A equipe do Blog João Alberto aproveitou para bater um papo com ele, confira:
Qual a cor que ele considera peça-chave neste verão 2015?
“Os tons de rosa, porque ele fica bacana com todas as cores. As variações de rosa é o tom principal”.
Por que mulher é tão apaixonada por sapato?
“Porque o salto faz com que a mulher mude o corpo dela. O salto alto deixa com bumbum, o peito maior e a barriga encolhida. Tem o poder de fazer com que a mulher se sinta mais poderosa quando bota o salto alto. Ele, com certeza, faz muita diferença”.
O que você acha que a mulher quer quando ela procura um sapato?
“Ela quer sair de uma forma que ela se sinta diferente, mais feminina, sedutora. Um sapato para uma mulher não é um produto de necessidade básica. As mulheres não tem espaço sobrando na sapateira do closet, pelo contrário, tem sempre sapato enfiado em todos os lugares. O sapato tem um papel muito importante no look da mulher”.
O que você não descarta na hora da criação de um sapato para que possa agradar a um maior número de mulheres?
“Se falarmos sobre a Arezzo, é uma marca que atende a um público bastante eclético. É preciso equilibrar um produto com equação de custo-benefício para o consumidor. Fazer com que as mulheres ricas se sintam que elas estão comprando um produto bacana e as pessoas que não são tão abastadas que tenha condição de consumir um produto nosso. A questão eclética e democrática é um desafio muito grande, que é trafegar por todas as classes sendo bacana para todas”.
O que você acha do retorno das Birkens?
“Na Schutz, quando lançamos a Birken, foi a febre. Quando colocamos a Birken na Arezzo, fomos recharçados nas redes sociais. Na Arezzo, a Birken começou a ser vendida para gente velha. Não era moda. Após o bombardeamento das mídias a favor, elas voltam forte e começam a ser recolocadas na prateleira”.
Você tem um modelo preferido de sapato?
“Eu sou apaixonado por Scarpin. Eu gosto do Scarpin que eu faço. Quanto mais cara a marca, mais o decote da região dos dedos dos pés aparece, quanto mais conservadora a marca, menos aparece”.
Quais são suas inspirações para criação da marca que leva seu nome?
“Procuro sempre pensar em feminilidade e atemporalidade. Não gosto de fazer um sapato da estação, os sapatos Alexandre Birman são clássicos. A próxima coleção será inspirada no fundo do mar”.
Você pensa em investir em novas marcas no Recife?
“Sim. Estive com a Lilia Santos, da Dona Santa, e ela me convenceu a voltar a vender a marca que leva meu nome no espaço. Inclusive, adorei a loja, é muito linda. Em 2015, vou abrir unidades da Anacapri no Recife, pois hoje, só vende no outlet em Boa Viagem”.
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