Os detalhes do último dia do Festival de MPB

Grandes nomes da música brasileira se apresentaram nos dois dias da primeira edição do Festival de MPB, que aconteceu nesse fim de semana, na área externa do Centro de Convenções. No domingo, segundo e último dia de programação, subiram aos palcos Recife e Olinda Lenine, Preta Gil, Ana Carolina, Caetano Veloso, projeto Besta é Tu, Seu Jorge e Nena Queiroga. Tanto na pista quanto no lounge, o pessoal circulava sem muitos problemas, sem apertos.

Crédito: Reprodução Facebook

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Quem deixou para chegar um pouco mais tarde sofreu à procura de estacionamento, o engarrafamento era grande no acesso pelo Chevrolet Hall, já que pela entrada do próprio Cecon havia uma enorme placa indicando que o local estava lotado. Sob uma chuva que ia e voltava, o evento entrou pela madrugada desta segunda-feira. Na pista, várias opções de alimentação, o mesmo no lounge, que contava com estande de marca de macarrão fazendo o prato em dois sabores, assinados pelo chef André Falcão. Os preços, no entanto, desagradaram muita gente. No lounge, fatia de pizza vendida a R,00, na pista, a R,00.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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Nena Queiroga foi a primeira a subir ao Olinda, ao lado da filha, Ylana, que já segue os passos da mãe. Depois, foi Lenine quem se doou ao público, fez show cheio de energia. Em seguida, Preta Gil embalou a platéia ao som de sucessos familiares aos ouvidos dos fãs e curiosos, a exemplo de “Mutante”.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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Com apresentação prevista para 19h50, Ana Carolina só subiu ao palco pouco antes das 21h, quando muitos dos seus fãs de carteirinha já a esperavam ansiosamente. E fez um show digno do seu tempo na estrada e da admiração do seu público. Para cima, cheia de brincadeiras, fossem das próprias letras das músicas ou pelo que falava, a cantora foi acompanhada pela plateia durante toda a apresentação.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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Todos dançavam, cantavam, Ana Carolina respondia do palco, interagindo a todo momento. A chuva dava poucas tréguas e a artista terminou sua participação no festival completamente encharcada, mas isso não parece ter sido um problema. “Deixa lavar”, repetia Ana Carolina, que fez questão de incluir no repertório algumas das músicas mais emblemáticas da sua carreira, a exemplo de “Garganta”. Chegou a fazer, inclusive, solo de pandeiro, e seguiu com o instrumento acompanhada de músicos da sua banda.

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As canções eternizadas pelos Novos Baianos no álbum Acabou Chorare foram entoadas pelo projeto Besta é Tu, formado pelos integrantes da banda Mamelungos e pela cantora Vanessa Oliveira. O cantor Romero Ferro foi convidado especial e fez uma pequena, mas expressiva, participação no show.

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Todas as apresentações foram lindas e cheias de sentimento, mas a atração mais esperada, sem dúvida, foi Caetano Veloso, que deu mais um Abraçaço no Recife, e teve muito carinho, recíproca mais do que verdadeira. A grande surpresa foi a presença de Maria Gadú, que se apresentou no primeiro dia do festival e voltou para fazer participação no show de Caê, parceria que já dura um tempo, celebrada e registrada em DVD.

Caetano entrou sendo aplaudido, o que já era de se esperar. Foi ainda mais quando começou a primeira música: “Um Índio”, acompanhada em coro do começo ao fim. “A Bossa Nova é Foda”, que ganhou o Grammy de Melhor Canção Latina, foi a segunda do repertório. Linda, forte, trabalhada no melhor estilo Caetano. “Baby”, também conhecida na voz de Gal Costa, entrou na lista, que tinha uma música melhor do que a outra.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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“Abraçaço” foi a que veio em seguida, casada, ao fim, com uma performance cheia de sensibilidade de Caetano com os músicos da sua banda, a mesma, em essência, feita no clipe da canção e nas apresentações do álbum. “Homem”, “Tigresa”, “Odeio”, “Escapulário” e “Eclipse Oculto” foram as seguintes.

“Eu sou pernambucano, ganhei cidadania, foi na casa de Joaquim Nabuco”, lembrou. Caetano esbanjou desenvoltura, rebolado, requebrou de um lado a outro do palco. “Reconvexo” foi um dos pontos altos da apresentação, porque é, sobretudo, uma canção de exaltação. “Quem não rezou a novena de Dona Canô” foi o trecho mais aplaudido em todas as vezes que foi cantado, uma referência à mãe do cantor, falecida em 2012, muito respeitada por todo o Brasil.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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“Você não entende nada” marcou a entrada de Maria Gadú na apresentação. Os dois cantaram juntos “Rapte-me Camaleoa”, canção que Caetano fez para Regina Casé. No palco, Caetano e Gadú eram pura sintonia e admiração mútua, bonito de ver. Dançaram juntos, deram muitos “selinhos”, demonstraram o tanto de respeito que têm um pelo outro. “Desde que o samba é samba” e “Leaozinho” se seguiram no repertório. “Tieta” foi a canção com a qual o público mais dançou. Uma das mais conhecidas de Caetano, foi cantada em coro por todo mundo, foi, no sentido mais completo da palavra, arrepiante.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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Eu quero cantar uma música que eu acho a cara de Recife”, e começou: “Não vejo mais você faz tanto tempo”, trecho de “Você não me ensinou a te esquecer”.  Se despediu, agradeceu, voltou. “Sozinho” e “Força Estranha” foram as escolhidas para a volta. Depois, Caetano saiu, o público ainda esperou, mas sem sucesso, nada de voltas, nada de Caetano. Ficou a saudade, o Abraçaço mais do que aconchegante.

Crédito: Luiz Fabiano/Moove Comunicação

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Enquanto o palco Recife já se preparava para a próxima atração, foi a vez de DJ comandar o som no Olinda, com set repleto de brasilidade. Pouco mais de meia hora de apresentação foram suficientes para deixar o público, que já era em número bem menor, pronto para Seu Jorge, que assumiu o palco cheio de marra carioca. Encheu o palco com o seu samba para churrasco e fez a cabeça das pessoas que sobraram com músicas já bem conhecidas. “Burguesinha” foi uma delas. Na plateia, gente de todas as idades, todo mundo na mesma energia: curtir o que há de melhor do nosso sempre é muito bom.

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Author: Gabriella Autran

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