A cozinha autoral do chef Rivandro França

Rivandro França recebe os clientes com seu chapéu de couro no restaurante Cozinhando Escondidinho, em Casa Amarela - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Rivandro França recebe os clientes com seu chapéu de couro no restaurante Cozinhando Escondidinho, em Casa Amarela – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

De chapéu de couro na cabeça, o chef Rivandro França comanda as caçarolas do seu Cozinhando Escondidinho, um restaurante aconchegante, com decoração inusitada e cheia de relíquias de família, em Casa Amarela. Lá, o fogão de pilão herdado do avô está logo na entrada do espaço, caixas de ovos decoram as paredes e um pequeno botijão de gás virou luminária. Apenas a numeração da casa 106 identifica o restaurante, que não tem uma placa sequer na porta. Mas isso, não quer dizer nada. Dia de domingo, o espaço é superdisputado, com direito à fila de espera.

O restaurante Cozinhando escondidinho é montado na casa do chef Rivandro França, em Casa Amarela - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

O restaurante Cozinhando escondidinho é montado na casa do chef Rivandro França, em Casa Amarela – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Detalhes da decoração - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Detalhes da decoração – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Os prêmios que o chef Rivandro França já ganhou estão expostos no restaurante - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Os prêmios que o chef Rivandro França já ganhou estão expostos no restaurante – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Uma das coisas que marca a decoração são as sandálias que ganhou de uma paciente de 130 quilos que cuidou na UTI, que transformou em "sandálias da humildade"

Uma das coisas que marca a decoração são as sandálias que ganhou de uma paciente de 130 quilos que cuidou na UTI, que transformou em “sandálias da humildade”

Segundo Rivandro, 60% da sua clientela são moradores de Boa Viagem e a maioria dos turistas que visitam o espaço chegam da capital paulista. “As pessoas passam por todos os polos gastronômicos da cidade e chega numa casa sem placa. Aqui, nós queremos abraçar as pessoas pela comida e mostrar que o sabor pernambucano tem valor”, disse ele.

Rivandro França - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Rivandro França – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

A história do olindense é curiosa: trabalhou 17 anos como  técnico de enfermagem, atuou no Exército, e um belo dia decidiu começar a ganhar dinheiro cozinhando seus bombons recheados de sabores regionais como batata doce e macaxeira. Rivandro, filho de pai cozinheiro, também já foi ajudante de cozinha de chefs renomados da cidade como Cesar Santos, mas nunca havia pensado em investir em um restaurante para chamar de seu. Foi quando os bombons começaram a fazer sucesso e ele decidiu cozinhar escondidinho para as pessoas. Atendia todos em casa, disponibilizando poucos lugares, e logo depois se mudou para uma outra um pouco maior. Atualmente, o Cozinhando Escondidinho tem capacidade para 82 lugares e reúne 14 funcionários, todos familiares do chef.

O cardápio do restaurante é simples e a primeira página dele conta um pouco da história do chef, Rivandro França - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

O cardápio do restaurante é simples e a primeira página dele conta um pouco da história do chef, Rivandro França – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

A cozinha autoral de Rivandro chama atenção. A galinha à cabidela é famosa, o bode também,  assim como o Baião de Nós, Arroz de terceira, mas os petiscos também são um caso à parte: agulha frita com queijo coalho frito, castanha de caju e mel de engenho apimentado, moqueca de camarão com caju e banana da terra e caldinho de mocotó com fava entram na lista dos mais pedidos. As sobremesas também não deixam a desejar. A cartola flambada com cachaça é de dar água na boca. Já o famoso brigadeiro chega na mesa ainda quentinho na panela. O ticket médio da casa é R$43 e 90% do que ele vende e a maioria dos ingredientes são da feira de Casa Amarela.

 Moqueca de camarão com caju e banana da terra -  Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Moqueca de camarão com caju e banana da terra – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

 Agulha no palheiro - queijo coalho frito, castanha de caju, mel de engenho apimetado e as agulhas fritas - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Agulha no palheiro – queijo coalho frito, castanha de caju, mel de engenho apimetado e as agulhas fritas – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Caldinho de mocotó com fava

Caldinho de mocotó com fava – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Galinha guisada - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Galinha à cabidela – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Bode, do Cozinhando escondidinho - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Bode, do Cozinhando escondidinho – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Tábua da savação: isca de carne de sol, queijo coalho em cubos, banana da terra, macaxeira, calabresa e castanha de caju, salteados na manteiga de garrafa e finalizada com cachaça em fogo alto - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Tábua da savação: isca de carne de sol, queijo coalho em cubos, banana da terra, macaxeira, calabresa e castanha de caju, salteados na manteiga de garrafa e finalizada com cachaça em fogo alto – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

O Cozinhando Escondidinho já ganhou sua primeira estrela no Guia Quatro Rodas, entre outros prêmios e destaques na mídia local e nacional, que estão pendurados na parede do espaço. Também participou de um quadro no Fantástico e frequentemente é convidado para mostrar um pouco do seu talento pelo Brasil afora. No próximo dia 1º de outubro, Rivandro embarca para a Bahia para participar do Festival Luis Eduardo Magalhães, onde deve preparar um almoço inusitado.

 Cartola flambada com cachaça  - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Cartola flambada com cachaça acompanhada por sorvete de creme – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Brigadeiro servido na panela. O cliente coloca a colher e tira a quantidade que vai comer em apenas uma tentativa - Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Brigadeiro servido na panela. O cliente coloca a colher e tira a quantidade que vai comer em apenas uma tentativa – Crédito: Thayse Boldrini/DP/D.A Press

Serviço:
Endereço: Rua Conselheiro Peretti, 106, Casa Amarela
Horário de funcionamento: Quarta a domingo, das 12h às 16h

Author: Thayse Boldrini

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