Depois que fui mãe (de trigêmeas): Manuela Arruda
“Embrião A, embrião B e…. anota aí: embrião C”. Manuela Arruda, deitada sobre a cama de um clínica de radiologia, ficou sabendo assim que seria mãe de três bebês, após a segunda tentativa de engravidar através do processo de fertilização. O marido que a acompanhava, tremia. Ela, chorava. A mãe, nervosa, mal conseguia levantar da cadeira com uma crise de coluna que começou segundos após saber a notícia. Esta foi a primeira de uma série de mudanças que reviraram a vida da então contadora Manuela Arruda, há nove anos.
“A médica havia nos prevenido que poderia vir gêmeos. Mas a probabilidade de ser tri era baixa, de uns 4%. Pensei: não é possível que estarei nesta estatística”, recordou. Não sabia que, sim, ela estava dentro destes números e ganharia, ao mesmo tempo, as três filhas tão desejadas: Marina, Letícia e Júlia, frutos da união com o empresário João Paulo Almeida.
À época, Manuela trabalhava em um escritório de contabilidade e tinha viagens frequentes. Pensava como conciliaria a rotina do escritório com a vida de mãe de trigêmeas. Foi quando, já perto de as meninas nascerem, ela resolveu registrar a sua gravidez e conheceu o estúdio de uma fotógrafa de João Pessoa, especializada em gestantes. “Minha mãe sempre gostou muito de fotografia, vivia fazendo álbuns e acabou estimulando isso na gente”, contou. O marido, que a acompanhou na sessão de fotos, sentiu que este poderia ser um nicho a ser explorado no Recife e plantou a “sementinha” do estúdio na cabeça da esposa.
“Ele foi montando os sets aos pouquinhos e eu comecei a fazer fotos de amigas, das amigas das amigas até fazer uma parceria com uma loja de móveis na Rua do Aragão que dava de brinde as fotos para clientes que comprassem um certo valor no local”, lembra Manuela que foi se tornando conhecida e investindo em vestuário e acessórios para o estúdio.
Este foi o estímulo que precisava para investir de vez na carreira de fotógrafa quando foi desligada da empresa onde trabalhava, seis meses após o nascimentos das meninas. “Eu senti muito medo. Pensei: e agora? O que eu vou fazer? Agora eu tenho a responsabilidade de cuidar de três filhas. Dizia a minha mãe: você e painho me deram tudo. Eu nunca pensei em dar menos do que vocês me deram”, contou emocionada. A resposta da mãe foi sábia e certeira. “Deus fecha uma porta e abre uma janela”. E a janela de Manuela estava aberta. Ou melhor, escancarada, desde o dia daquela ultrassom.
O estúdio, batizado com o seu nome, cresceu e a família passou a fazer a parte do seu negócio. A irmã Rafaela, a mãe Verônica e o marido Paulo fazem parte da sua equipe e juntos ajudam a registrar momentos únicos de tantas e tantas famílias. Um trabalho lindo, diga-se de passagem, que virou referência na cidade. Ah sim ! Não é preciso dizer que a melhor das transformações já tinha acontecido. “Devo tudo isso a elas. É delas de onde eu tirei minhas forças”, disse. “Para quem não é mãe ainda, eu digo: estão perdendo. É a melhor coisa do mundo”, concluiu.
Confira vídeorreportagem com Manuela Arruda:
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