Pernambucanas celebram o Dia Mundial do Rock
Para comemorar o Dia Mundial do Rock, celebrado hoje no Brasil, o Blog João Alberto foi em busca de mulheres que curtem o gênero musical. A data surgiu após um desejo expressado por Phil Collins, no Live Aid de 1985, para homenagear o rock n’roll.
O segmento é geralmente lembrado com ícones masculinos como Ozzy Osbourne, Kurt Cobain, Raul Seixas, Cazuza, entre tantos outros, mas muitas mulheres também fizeram história no segmento e tornaram-se referência, como as memoráveis Cindy Louper, Janis Joplin, Tarja Turunen e Rita Lee.
Em Pernambuco, várias mulheres ganharam destaque no cenário musical. Veruschka Sette, da banda Andrommeda, Amanda Lins, vocalista do grupo Seeds of Destiny e a banda Vocífera, liderada por Rayanna Torres, honram o título de “mulheres metaleiras”. Conheça um pouco a história de cada uma:
Veruschka Sette- Andrommeda
A funcionária pública Veruschka Sette é uma mulher de expressão serena e de fala mansa. Quando ela sobe ao palco e solta seus longos cabelos pretos, dá vida ao seu alter ego, que é uma verdadeira mistura de Janis Joplin com Ronnie James Dio, do Black Sabbath. Ela se transforma em uma metaleira de atitude com voz rasgada e poderosíssima, fazendo um som que é uma junção do blues e do heavy metal.
À frente da banda Andrommeda desde 1997, Veruschka se apaixonou pelo heavy metal quando ganhou alguns discos de vinil do irmão, o cantor Cássio Sette, quando criança. Ao ouvir pela primeira vez o som das bandas Led Zeppelin, Pink Floyd, Dream Theater, Deep Purple, Slayer, Dio, Pantera e Gamma Ray, ela gostou de cara.
Andrommeda surgiu pelo interesse da pernambucana por astrologia. ” Ao observar o cosmos, avistei a galáxia Andrommeda, a mais linda que já vi. Também descobri que é o nome de uma princesa da mitologia, uma mulher forte”, explicou. “Quando comecei tinham poucas mulheres no cenário. Eram apenas homens nas outras bandas e eu percebia que eles ficavam observando, querendo ver se eu era capaz”, contou Veruschka.
Com pouco mais de 40 anos, ela afirma nunca ter tido nenhum problema por estar em um cenário considerado predominantemente masculino. “O que eu percebo é que, além do nosso trabalho autoral, o público cobra muito aqui no estado covers de bandas famosas. Isso não é muito legal porque como nós iríamos conhecer a músicas das outras bandas, se você não dá espaço para elas apresentarem seu trabalho?”, finalizou.
Rayanna Torres- Vocífera
Seja através do visual chamativo, vocal ou das letras poderosas – elas querem ser ouvidas. Não é por acaso que a banda se chama Vocífera, que significa exclamar, e é formada por cinco mulheres. “Queremos gritar ao mundo que mulher pode gostar de metal. Pode sim fazer o que ela quiser!”, ressaltou Rayanna Torres, líder do grupo.
Antes de ingressar na banda de Death Metal em 2011, Rayanna já curtia os clássicos do rock, mas começou a gostar mesmo foi dos grupos de metal. “Na verdade, eu não consigo falar como decidi cantar. Sempre cantei! A música faz parte de mim desde sempre”, explicou. Vocífera é inspirada no gutural da alemã Angela Gossow, ex- Arch Enemy. Suas músicas autorais falam sobre medos, ambições, desejos e pensamentos destrutivos do ser humano.
Amanda Lins – Seeds of Destiny
Quem nunca virou fã de uma banda que conheceu assistindo aos clipes da MTV? Amanda Lins começou a gostar de rock quando ainda era criança, mas foi apenas na adolescência que se deu conta do Heavy Metal.
Ela escutou de tudo um pouco: Blind Guardian, Helloween, Angra, Symphony X, entre tantas outras. Aos poucos, Amanda se identificou com os grupos que traziam mulheres no vocal (Nightwish, Tristania e The Sins Of Thy Beloved) e percebeu que tinha habilidade para seguir o caminho. Apenas em 2002, ingressou como soprano para um projeto de Gothic Metal, o Dogma. “Tinha 15 anos e não recebia muita aprovação da minha família, acabei saindo. Depois, passei por muitas bandas até chegar ao Seeds of Destiny”, explicou Amanda Lins.
Segundo a líder da banda Seeds of Destiny, a única dificuldade que encontrou foi a falta de incentivo e de visibilidade que as bandas locais deste gênero enfrentam. ” É um meio repleto de gente com muita capacidade e disposta a realizar bem o que se propõe a fazer. Somos pequenos em número, mas compostos por pessoas que realmente amam o que fazem e lutam pra manter isso em atividade” finalizou.