Carlos Augusto Lira se reinventa na decoração do Carnaval deste ano

Carlos Augusto Lira se reinventa na decoração do Carnaval deste ano

selo carnaval 2017

Carlos Augusto Lira - Credito: Roberto Ramos/DP

Carlos Augusto Lira – Credito: Roberto Ramos/DP

O arquiteto Carlos Augusto Lira monta a cenografia e identidade visual do carnaval do Recife há 16 anos. Já passou por temas e homenageados como Ariano Suassuna, Zé Claudio, Alceu Valença. Este ano, se reinventou e buscou na arte de rua o conceito para a decoração. Ele conversou com a equipe do blog sobre as novidades do carnaval, suas experiências e como se renova a cada ano. Confira:

Como surgiu a ideia da decoração do carnaval deste ano?
No ano passado, a primeira-dama Cristina Mello falou comigo pedindo que eu me reinventasse na decoração do carnaval. Queria que eu desse a “cara” da gestão da prefeitura, que buscasse a arte urbana. Eu adorei! Então fomos pesquisar os grafiteiros. Eu fiz uma lista, Cristina sugeriu nomes também e chegamos a um consenso, junto com a Nuvem Produções. Todos os artistas foram muito acessíveis, sem estrelismo, toparam participar. Isso abriu uma janela para muita gente mostrar o trabalho, suas técnicas e de desenvolver sua arte. Eu fiquei muito satisfeito, foi uma grande mudança e muito importante pra mim. Foi um aprendizado.

Carlos Augusto apresentou a decoração deste ano - Crédito: Andrea Rego Barros/PCR

Carlos Augusto apresentou a decoração deste ano – Crédito: Andrea Rego Barros/PCR

Quanto tempo durou a preparação da cenografia para o carnaval?
O que mais demorou foi a organização do projeto, preparar os locais dos painéis, dar as tintas para os artistas. Depois que eles começaram foi tudo rápido. Começamos em novembro e em 15 de dezembro já estava com quase tudo pronto para trabalhar com as fotos e as impressões.

Como será feita a decoração?
Por ser feito no sítio histórico da cidade, a gente fica um pouco engessado, porque não pode mexer na arquitetura do lugar. Então, os grafiteiros fizeram painéis em outros lugares da cidade, como o Compaz do Cordeiro, onde eles podem ficar permanentemente.

O grafite foi a base da decoração - Julio Jacobina/DP

O grafite foi a base da decoração – Julio Jacobina/DP

Após 16 anos na cenografia do carnaval, como você se reinventa?
Eu tenho 69 anos e estou sempre buscando aprender. Eu aprendo com as pessoas. É preciso ser aberto, não pode ser engessado. Eu trabalho com arquitetura há 45 anos e há mais de 30 meus clientes já diziam que eu era “um arquiteto que ouve”. Então você não pode ser irredutível em sua profissão. É duro se reinventar, mas é preciso colocar “a cabeça para moer”, como foi o caso agora com o grafite. Além, é claro, de toda a equipe da prefeitura, os arquitetos que trabalham comigo, o designer, minha filha que trabalhou comigo por 10 anos… Todos me ajudam. E os jovens também, eu aprendo muito com os jovens, com meus netos.

E após trabalhar para o Carnaval, como aproveita os dias de folia?
Eu fui chamado por Almir Rouche para subir no trio este ano, mas acho que não vou, pelo calor. Devo ir para o camarote do Galo. Eu gosto de ir para o Bairro do Recife, talvez Olinda. Vou bastante ao Marco Zero, até porque tenho que agradecer as pessoas que me convidaram, que trabalharam comigo. Também acho ótimo a Noite dos Tambores Silenciosos.

Compartilhe este post