Zeh Pretim: Conheça Paulo de Castro, o dono do baile

Crédito: Divulgação/zehpretim.com

Zeh Pretim se tornou eferência da noite carioca, com produções que transitam entre o pop e o underground, tocadas no baile que leva o seu nome artístico – Crédito: Divulgação/I Hate Flash

Formado em design, o carioca Paulo de Castro começou a usar o codinome Zeh Pretim de maneira inusitada. Tudo começou com um namoro proibido no ambiente de trabalho. Para conversar pelo MSN com a moça, ele tinha que esconder a identidade para não ser descoberto. Desde então, Zeh Pretim e Paulo de Castro dividem a cena e ganhou nome de festa. O Baile de Zeh Pretim, inclusive, é uma das baladas mais disputadas do Rio de Janeiro, frequentada por famosos, com direito a alto padrão de qualidade.

Já teve edição que os ingressos esgotaram em menos de meia hora. Zeh Pretim virou label. Com menos de um ano, Paulo foi convidado para levar o Baile do Zeh Pretim para outras capitais e, desde então, não parou mais.  “Hoje, contamos com 76 edições pelo Brasil inteiro. Cada festa é diferente da outra, o lugar, o público”, conta.

Crédito: Divulgação

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Nas picapes foi diferente. Há seis anos, ele decidiu se tornar DJ  após perceber que estava insatisfeito com o cenário musical nas baladas cariocas. Paulo conta que estava cansado de ir para festas com opções restritas de músicas a serem ouvidas. E foi aí que decidiu inovar. Em seu repertório, Zeh Pretim busca agregar todos os estilos musicais possíveis e ainda compara o conceito do selo Baile do Zeh Pretim a um casamento.

Crédito: Divulgação

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Afinal, quem vai a um casamento pelo lugar? Pelas músicas que vão tocar? Paulo sempre quis que o seu público tivesse aquela vontade de curtir a festa, de coração aberto, disposto a se divertir. Este é um dos motivos pelo qual ele adora investir no mistério das divulgações. Lugares são anunciados em cima da hora, atrações surpresas e o que vai tocar só são descobertos lá na pista. E assim ele segue o Baile.

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Em bate-papo exclusivo com a equipe do Blog João Alberto, antes de desembarcar no Recife para comandar a primeira edição do baile, neste sábado, na Oficina Francisco Brennand, Paulo de Castro -ou Zeh Pretim – contou como tudo começou, o sucesso da sua marca e o recente projeto voltado para confecção de móveis com materiais reaproveitados dos seus shows.  Confira:

Como surgiu a ideia do pseudônimo Zeh Pretim?

Zeh Pretim era um nick que eu usava na época do MSN. Eu trabalhava em um lugar em que não era permitido se relacionar com colegas de trabalho. E eu namorava uma, então criei esse nick para poder mandar as mensagens sem risco de ser identificado. Depois, eu continuei usando quando vendi minha agência de design. Aí foi quando eu comecei a ser DJ, e DJ Paulo não era tão bom quanto DJ Zeh Pretim, né?

Como começou a sua trajetória como DJ?

Eu não gostava muito do cenário da música eletrônica da época, sabe? Eu gostava mais de uma boa festa de casamento, que tocava de tudo. Todos os estilos musicais. Foi daí que veio a minha principal influência. Essa ideia de início, meio e fim. Toco do rock ao pop, do indie ao hip hop, do que tá fazendo sucesso no momento ao funk carioca. A gente constrói essa onda musical.

 

Como o Baile do Zeh Pretim se tornou um dos mais badalados do país? Em que momento enxergou isso e qual foi a edição mais marcante?

É difícil dizer. Acho que com menos de um ano, a gente recebeu o primeiro convite pra fazer festa fora do Rio. Havia uma carência desse tipo de festa nas outras cidades também. Hoje, contamos com 76 edições pelo Brasil inteiro ( São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Brasília, Punta Del Este, Porto Alegre e Gramado). Cada festa é diferente da outra, o lugar, o público. Acho que as do Carnaval do Rio foram as mais marcantes. Chegamos a fazer festa na areia da praia de Copacabana, por exemplo.

Como você define o conceito do Baile do Zeh Pretim e qual a impressão que você quer que as pessoas tenham das suas festas?

A atmosfera que eu tento construir é a mais próxima de um casamento ideal. Não quero que as pessoas fiquem se questionando: “Quem vai tocar? O que que vai ter para beber?”. Você vai para a festa pra curtir. No casamento, todo mundo está disposto a celebrar alguma coisa. É o que eu sempre digo: Venha pro baile de peito aberto, disposto a se divertir. Não tem área vip, a bebida é liberada para que as pessoas possam se preocupar apenas em aproveitar a festa.

Crédito: Divulgação

O Baile do Zeh Pretim já ganhou 76 edições no Brasil – Crédito: Divulgação

O Baile proporcionou outras empreitadas que vão além da festa?

Com o Baile, eu pude conhecer outros DJs e diversos convidados. Já tivermos a oportunidade de receber mais de 40 atrações diferentes. Consegui não só solidificar minha carreira como DJ, mas também expandir meu network. Vou tocar no Rock in Rio. Fui padrinho do Favela Beach da Red Bull, no Rio. O Baile conseguiu fazer esse tipo de projeção.

Como você monta o repertório para o Baile?

A gente busca sempre estilos musicais livres, fica bem abrangente. Tem uma que é praticamente obrigatória, a Dog Days Are Over, da Florence and The Machine. A gente gosta de colocar muita música brasileira, como a Palco, de Gilberto Gil. Além dos hits do momento, que vão de Despacito até o funk Carioca.

O mistério sobre repertório e local é marca registrada do selo Baile do Zeh Pretim. Tem algum motivo especial?

É porque eu descobri, na sexta edição, que algumas pessoas vão na festa apenas pelo lugar. Acho que as pessoas tem que ir por causa da festa, não pelo lugar. Por isso a gente aposta em lugares inusitados. Acho que a energia que a gente quer das pessoas no baile é essa, de ter confiança, de ir somente pela festa.

Crédito: Marcos Ramos/Divulgação

Zeh Pretim, o dono do baile – Crédito: Marcos Ramos/Divulgação

Quais as atrações surpresas que você já recebeu no Baile?

Já recebi o Marcelo DJ, Cone Crew, a cantora Jesuton, blocos de carnaval do Rio – Fogo e Paixão e Amigos da Onça -, Sany Pitbull. São vários…

O que você pode nos contar sobre o projeto Vira?

É uma novidade esse projeto. A gente sempre produz uma cenografia para os Bailes. Tem uma empresa parceira com a gente e a gente via que muito do material era descartado. Ferro, madeira… Ia tudo para o lixo. Daí, quando a gente foi montar o nosso galpão, usamos todo esse material pra fazer os móveis. O Vira tem mais ou menos quatro meses. Construímos para o estúdio do Caio Braz aqui no Rio com material reaproveitado dos bailes. Mas a produção não é em série, porque depende das festas. É  sazonal, por isso vendemos o material sob encomenda.

Author: Júlia Molinari

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