“Quero que Noronha seja vista como um destino que as pessoas entendam onde estão e sua obrigação ecológica”, diz Tuca Sultanum

Crédito: Reprodução / Instagram

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Tuca Sultanum, de 33 anos, é filho do famoso pousadeiro Zé Maria. Há quem brinque que o Mickey está para a Disney assim como Zé Maria está para Fernando de Noronha. Comparação pertinente, digamos. Recifense, há 20 anos ele foi para o arquipélago por ser apaixonado por mar e por pesca – mas descobriu, na verdade, a razão da sua vida.

Zé Maria e Tuca Sultanum - Crédito: Reprodução / Instagram

Zé Maria e Tuca Sultanum – Crédito: Reprodução / Instagram

Zé Maria é conhecido por ter levado o turismo para a ilha em seu ápice. “Acho que meu pai trouxe a importância de se receber bem, que já estava em sua personalidade e também a vontade de dividir as belezas da ilha com as pessoas, recebendo formadores de opinião, programas de TV e personalidades”, relata Tuca.

Tuca Sultanum com sua esposa e dois filhos - Crédito: Reprodução / Instagram

Tuca Sultanum com sua esposa e dois filhos – Crédito: Reprodução / Instagram

Tal pai, tal filho. Tuca aprendeu a amar Noronha, assim como o pai. O empresário mora no local há 15 anos e é casado com Paula Boechat Sultanum há 10, tendo vivido os seis primeiros anos do seu matrimônio na ilha. “Foi maravilhoso: liberdade, segurança e natureza”, conta. Há 4 anos, divide sua agenda entre a ilha e a capital pernambucana. Ele é pai de duas crianças, Arthur Sultanum, de 4 anos, e Sophia, de 9. Apesar de estudarem e terem suas rotinas no continente, eles amam a ilha. Tuca seguiu os passos de Zé Maria e, atualmente, atua no ramo das pousadas e restaurantes em Noronha. Mas, mesmo assim, não deixa de lado sua relação pessoal com o lugar.

Crédito: Reprodução / Instagram

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Pelo menos uma vez por dia, Tuca se sente na obrigação de estar em contato com a natureza da ilha, seja em uma trilha ou uma rápida ida à praia. “Adoro as pessoas e a natureza, encontrei o melhor lugar do mundo para juntar as minhas paixões”, admite. E faz tudo com muito prazer. Tuca coleciona amigos do mundo artístico e já apresentou os encantos de Noronha para nomes como Wesley Safadão, Luan Santana, Paulo Vilhena e Carol Castro. Mas, a paixão vai muito além e se estende a um projeto social: o Amo Noronha. Originalmente fundado por ele e o ator Bruno Gagliasso, o seu objetivo é voltado para o desenvolvimento social, cultural e econômica para a comunidade noronhense. 

Luan Santana e Tuca Sultanum - Crédito: Reprodução / Instagram

Luan Santana e Tuca Sultanum – Crédito: Reprodução / Instagram

Em entrevista exclusiva ao Blog João Alberto, o empresário  falou sobre sua história na ilha, o projeto Amo Noronha e ainda listou algumas dicas para curtir Fernando de Noronha fugindo do clichê. Confira na íntegra:

Qual a sua relação com Fernando de Noronha? 
Eu estou em Noronha desde sempre. Meu pai chegou há mais de 20 anos e eu moro na ilha há mais de 15. Tenho 33 anos e posso dizer que é uma relação de amor. Eu adoro as pessoas e a natureza, encontrei o melhor lugar do mundo para juntar as minhas paixões.

Crédito: Reprodução / Instagram

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Como é a sua rotina na ilha?
Tenho negócios: pousadas e restaurantes. Mas, mesmo assim, sempre separo uma parte do dia pra curtir a ilha.Eu acordo e gosto de ir no pomar e cuidar das galinhas e dos bichos em casa. Tenho muitos afazeres, muito trabalho os negócios, mas não deixo de fazer uma trilha ou ir a uma praia, pelo menos uma vez ao dia. Coloco na minha vida como uma obrigação. Recebemos pessoas o tempo todo, tento mostrar o que mais gosto, e isso é muito gratificante, temos grandes amizades que nascem aqui.

Como você enxerga a dinâmica das pessoas na ilha?
Eu acho uma relação muito harmônica. Muitas pessoas estão voltadas aos negócios e conseguem mesclar o lazer e felicidade com o trabalho. Mas não é diferente de outros lugares do Brasil. A única diferença é que você está em Noronha e tem muitas opções de lazer. A gente vive em uma comunidade feliz.

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Como surgiu a ideia de criar o projeto Amo Noronha?
A ideia surgiu para retribuir um pouco do que a ilha nos proporciona. Criamos uma marca e, através dela, usamos a renda para ações sociais. Com a venda dos produtos, a gente arrecada os valores. Com isso, apoiamos o surf, a capoeira, futebol… Além do apoio à cultura, ou seja, toda a renda é destinada para o desenvolvimento cultural, esportivo e social da ilha.

Quais as principais ações que vocês já realizaram?
Ajudamos o futebol, o judô, a capoeira e promovemos vários projetos sociais, além claro, de ações pontuais. Realizamos eventos locais para movimentar a economia e  procuramos toda semana fazer algum projeto, desde um café da manhã na escolinha de surf, até conseguir padrão e chuteiras para um time inteiro de futebol local.

Além de comandar o projeto Amo Noronha, você tem pousadas em Noronha. Quais são os maiores desafios para manter numa ilha?
Eu acredito que é mão de obra e o desafio de logística. A ilha tem uma logística muito complicada. Tudo só acontece se for via barco ou avião. Mas não só pelos altos custos da logística em si, mas também por não ter produtos. Por exemplo, se não tiver  um produto,  ele só deve chegar na ilha no outro dia. Outra coisa muito importante: eu dou preferência para contratar moradores locais, mas quando não tem como, busco pessoas de fora, por isso, organizamos toda uma condição de alojamento para elas.

Zé Maria, Maria do Céu e Tuca Sultanum - Crédito: Reprodução / Instagram

Zé Maria, Maria do Céu e Tuca Sultanum – Crédito: Reprodução / Instagram

Como você trabalha a questão da diversidade na ilha com o projeto Love Noronha?
Eu tenho o maior carinho pelo Love Noronha, em conjunto com Maria do Céu e a filha dela. Eu acho que tem tudo a ver com a ilha. A gente faz um evento que dura uma semana inteira. Através dele, a illha se torna gay friendly, sabe? Em prol da conscientização, a gente também faz treinamento no aeroporto. 

Qual a importância de projetos como este para Fernando de Noronha?
O empreendedor tem uma obrigação econômica de ganhar dinheiro, sustentar a família, mas também precisa realizar um papel social. Não dá pra ir contra ao que está acontecendo no mundo. Esse tipo de projeto reforça e direciona as forças para este tipo de causa. Embora você viva isso naturalmente, às vezes precisamos de ações para aumentar a visibilidade.

Crédito: Eloide Araujo/Divulgação

Crédito: Eloide Araujo/Divulgação

Como você enxerga a divulgação da ilha nacionalmente?
Eu acho que tem uma divulgação boa e a ilha é vista como um destino que inspira. Muita gente quer conhecer, formadores de opinião levam a imagem de Noronha para todo o Brasil. Mas falta alguma coisa mais local. Uma divulgação mais da terra e menos turística. Menos superficial e mais raiz. Eu estou buscando isso no momento. Quero que seja visto como um destino conhecido que as pessoas entendam onde estão, entendam a sua obrigação ecológica. Falta uma conscientização maior ainda. As pessoas precisam saber o que é Noronha, o que Noronha representa.

Quais seus novos projetos?
Temos novos projetos muito legais. A gente pensa em fazer uma divulgação com detalhes mais locais, mostrando a cultura local, com representação real da população, da forma de pensamento da comunidade. Não só aquela coisa de natureza, praia, mas sendo uma coisa cultural mesmo. Vamos investir bastante no poder das mídias sociais.

Tuca Sultanum e Bruno Gagliasso - Crédito: Divulgação

Tuca Sultanum e Bruno Gagliasso – Crédito: Divulgação

Qual é a sua sociedade com Bruno Gagliasso?
Bruno foi sócio do Amo Noronha no início, mas ele preferiu não diversificar tanto e focar em uma pousada, a Maria Bonita. A amizade continuou.

Tuca Sultanum e o ministro Marx Beltrão - Crédito: Reprodução / Instagram

Tuca Sultanum e o ministro Marx Beltrão – Crédito: Reprodução / Instagram

Como foi o encontro com o Ministro Marx Beltrão em Brasília?
Fui falar sobre eventos que acontecem na ilha e bater um papo sobre turismo. Tive uma excelente impressão dele, achei comprometido com o cargo e mostra que está querendo trabalhar. Aproveitei, claro, para puxar a sardinha para nossa ilha, já pedindo apoio para Noronha. Acho que ajudei um pouco, já que nosso Secretário do Estado, Felipe Carreras, também é comprometido com a causa e com Noronha.

Crédito: Reprodução / Instagram

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Aproveitando o mês de férias – Julho – Tuca Sultanum listou 10 dicas imperdíveis para curtir em Noronha:

1- Fazer a Trilha do Capim Açu. Para mim, é a mais bonita e muito incrível. Poucas pessoas fazem…
2- Assistir ao pôr do sol na Praia do Bode. Todos assistem do forte do Boldró, mas para mim a visão bonita mesmo é da Pedra do Bode.
3- Ir no final de tarde no Bar do Cachorro, ouvir um sax no pôr do sol, tomar uma caipirinha e comer um ceviche. 
4- Alugar um barco junto com seus amigos e passar o dia ancorado no Sancho, o ponto alto de Noronha.
5- Ir na época das chuvas só para tomar banho de cachoeira no Sancho. Ninguém quer chuva em Noronha, mas quando chove, formam cachoeiras na praia do Sancho. Boa pedida para se energizar.
6- Ver a série de JBorges exclusiva no Pico. Uma Arte que vem do interior do estado, uma série feita para Noronha, de ficar feliz só de olhar.
7- Ver a lua nascer no alto da igreja de São Pedro no Porto, de preferência bem abraçadinho.
8- Passar o dia jogado na Praia do Leão, praia onde a maioria das pessoas só veem do mirante e não descem. Gosto de me jogar nas areias…
9- Fazer a trilha do Piquinho. Poucas pessoas sobem na parte mais baixa do Morro do Pico, a vista é linda.
10- Festival Gastronômico. Parada obrigatória, mas tem que marcar com antecedência porque é bem concorrido.

Author: Júlia Molinari

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