Low Poo e No Poo: Conheça as técnicas que prometem melhorar a saúde dos cabelos

Low Poo e No Poo: Conheça as técnicas que prometem melhorar a saúde dos cabelos

O Low Poo e No Poo são técnicas de lavagem dos cabelos - Crédito: Reprodução/StyleCraze

O Low Poo e No Poo são técnicas de lavagem dos cabelos – Crédito: Reprodução/StyleCraze

A busca pelo natural está cada dia mais em voga. Seja em produtos, acessórios, roupas, cosméticos ou no estilo de vida, as pessoas estão mais atentas às substâncias que estão presentes em nosso dia a dia. Uma dessas tendências é o Low Poo e No Poo, uma técnica de lavagem e cuidado com os cabelos que propõem uso de produtos mais naturais e menos agressivos.

A maioria dos shampoos comuns usa como agente limpante o Lauril Sulfato de Sódio, que atua como detergente, tirando todas as impurezas do cabelo e couro cabeludo. Mas, esse sulfactante pode ser muito agressivo e retirar toda a oleosidade natural – que é o que confere o brilho e a saúde aos fios. Tirar a oleosidade pode causar um efeito rebote, que é quando o cabelo produz ainda mais óleo, já que está se sentindo “seco”. Mas, por isso, nós usamos os condicionadores, que reidratam o cabelo, certo? Bem, aí está o outro problema.

Alguns dos condicionadores contém petrolatos, que são substâncias vindas do petróleo, como óleo mineral e parafina, que aderem ao cabelo dando aquela sensação de maciez. O ponto é que, isto é apenas uma sensação. “Esses produtos não entram nos fios, não trazem nutrientes. Eles dão uma falsa ideia que o cabelo está hidratado quando, na verdade, eles formam uma película impermeável que impede que substâncias realmente boas penetrem. Ao longo do tempo, é como se estivéssemos matando o cabelo de fome”, explica a dermatologista Gleyce Fortaleza.

Os shampoos Low Poo substituem os detergentes agressivos por um derivado do coco, o Cocamidopropyl Betaine, que consegue retirar as impurezas do couro cabeludo e manter a oleosidade natural. Assim, os cabelos manteriam a boa oleosidade, com os nutrientes naturais. E ainda, sem os petrolatos, os fios podem receber agentes como vitaminas, queratina, ceramidas, garantindo toda a saúde dos cabelos.

A estudante de Teatro Tanit Rodrigues usa produtos Low Poo há cerca de dois meses e garante que faz diferença. “Meu cabelo estava armado e sem brilho. Minha raiz é oleosa e aí ficava com as pontas bem secas. Depois do Low Poo, a primeira coisa que eu senti foi que ele ficou bem menos ressecado. Antes, eu não conseguia ficar um dia sem lavar por causa da oleosidade, agora já passo dois dias e a raiz ainda parece limpa. O cabelo inteiro tem a aparência mais saudável”, conta.

Já quem faz o No Poo, não utiliza nenhum tipo de sulfactante ou silicones insolúveis no cabelo, passando agentes limpantes de menta ou hortelã, por exemplo. Ou, também podem aderir à produtos Co-Wash, que é quando o próprio condicionador consegue limpar e hidratar ao mesmo tempo.

Cabelos cacheados e afro são os que mais se beneficiam com as técnicas - Crédito: Reprodução/Pixabay

Cabelos cacheados e afro são os que mais se beneficiam com as técnicas – Crédito: Reprodução/Pixabay

Algumas pessoas que fazem o No Poo são ainda mais naturais: limpam com uma solução de bicarbonato de sódio e hidratam com vinagre. No entanto, esta pode não ser a melhor alternativa. “Na teoria, o bicarbonato, que é uma base, tira a gordura e a oleosidade e abre as cutículas do cabelo. Depois, o vinagre, que é ácido, equilibra o pH e fecha a cutícula. Mas isso não vai dar certo, porque o bicarbonato só consegue retirar as sujeiras solúveis em água e, hoje em dia, os resíduos de poluição, por exemplo, não são solúveis. Então a higienização vai ser muito falha”, ressalta Gleyce. Essa limpeza insuficiente pode causar problemas como psoríase, dermatite seborréica e até queda de cabelo.

Na teoria, todos os tipos de cabelos podem usar a técnica. Mas, são os cacheados e crespos que têm os melhores resultados. Por conta do formato do fio, a oleosidade da raiz tem ainda mais dificuldade em chegar até as pontas, o que causa ressecamento e frizz. Com os produtos Low Poo, fica mais fácil de hidratar os cachos. “Pessoas que estão fazendo transição capilar, por exemplo, se beneficiariam muito com isso. Porque estão precisando que o cabelo fique mais oleoso”, explica o cabeleireiro Erick Sgobe, do salão Monde Design Urbain.

Quem quiser aderir ao Low Poo ou No Poo deve, por uma última vez, lavar os cabelos com shampoo que possua sulfactante, para que todos os petrolatos sejam retirados do cabelo.

SOLUÇÃO? 
Apesar de ser uma ótima alternativa para os fios, o Low Poo por si só, pode não ser a resposta para todas as pessoas ou tipos de cabelos. “Claro que para a saúde da pessoa, com menos químicos, é bom. Mas, apenas o Low Poo, falando da saúde verdadeira do cabelo, a mudança é quase imperceptível na minha experiência”, fala o cabeleireiro Erick Sgobe. “Tenho alguns clientes que não estão se dando bem com a técnica porque a tecnologia nesses produtos às vezes não é tão avançada. Quem precisa de um controle maior, pode não ter um resultado satisfatório. E se os shampoos normais tiram a oleosidade do cabelo, existem inúmeros produtos leave-in que podem suprir essa necessidade”, completa.

Já Gleyce explica que a menor agressão causada pelos Low Poo é importante para que a pessoa aproveite a oportunidade para nutrir melhor os fios. “Acredito que, antigamente, os shampoos normais não fossem tão prejudiciais porque os cabelos eram mais resistentes. Mas, hoje em dia, nós fazemos muito mais coisas, como tinturas, alisamentos, escovas… Para mim, vale a pena, é uma tendência e a maioria dos shampoos de terapia já não têm sulfatos. É preciso procurar produtos com muita nutrição e a limpeza mais suave possível. O resumo é: menos agressão e mais nutrição”, completa.

Para saber quais os produtos contém sulfatos e petrolatos é preciso ler os rótulos - Crédito: Reprodução da internet

Para saber quais os produtos contém sulfatos e petrolatos é preciso ler os rótulos – Crédito: Reprodução da internet

PRODUTOS
 Atualmente, muitas marcas se vendem como Low Poo. Mas, como todos os cosméticos, é necessário pesquisar bem e achar uma marca confiável. “É preciso procurar um produto que tenha o que você quer, que seja industrializado, porque isso significa que teve um estudo por trás. Tem que ser um produto que se dê bem cosmeticamente com seu cabelo, além de ser dentro do que se encaixa em sua rotina”, explica a dermatologista Gleyce Fortaleza.

Uma das marcas que se lançou recentemente na tendência Low Poo e No Poo foi a empresa mineira que chegou recentemente a Pernambuco, Vitiss Cosméticos, que desenvolveu uma linha dedicada aos cabelos cacheados. “Todas as formulações são livres de sulfatos, silicones, parabenos, óleos minerais, parafinas, derivados animais e corantes”, conta Lidiane Cotta, gerente da Miranda Distribuidora, representante da marca no estado. Entre os ativos utilizados estão manteiga de karité, extratos de sementes de linho dourado, colágeno vegetal e vitamina B5.

Grandes marcas do varejo também estão aderiram ao processo, como TRESemmé, Elsève, Redken e Schwarzkopf, além de várias outras que podem ser encontradas em farmácias e supermercados. Produtos sem sulfato estão presentes nas linhas dedicadas às crianças, por exemplo. Para saber se o shampoo ou condicionador é ou não Low/No Poo, basta ler o rótulo, identificando os sulfatos e petrolatos – que devem ser evitados nas técnicas. Para quem aderir ao No Poo, também é interessante deixar silicones não solúveis em água.

Saiba alguns dos sulfatos mais comuns:
Sodium Laureth Sulfate
Sodium Myreth Sulfate
Sodium Lauryl Sulfate
Ammonium Lauryl Sulfate
Ammonium Laureth Sulfate
Ammonium Xylenesulfonate
Sodium Trideceth Sulfate
Sodium C 12-14 Olefin Sulfonate
Sodium C14-16 Olefin Sulfonate
Sodium Myreth Sulfate
Sodium Alkylbenzene Sulfonate
Sodium Coco Sulfate
Sodium Cocoglyceryl Ether Sulfonate
Ethyl PEG-15 Cocamine Sulfate
Dioctyl Sodium Sulfosuccinate
TEA Lauryl Sulfate
TEA Dodecylbenzenosulfonate

Saiba alguns dos petrolatos mais comuns:
Paraffinum Liquidum
Mineral Oil
Petrolatum
Vaseline
Isoparaffin
C 13-14 Isoparaffin
C 12-20 Isoparaffin
Alkane
Dodecane
Dodecene
Isododecane
Isododecene
Hydrogenated Polyisobutene
Isohexadecane

Silicones não solúveis em água:
Dimethicone
Dimethiconol
Phenyl Trimethicone
Amodimethicone

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