Por dentro das coberturas: o incrível museu particular de João Marinho

Por dentro das coberturas: o incrível museu particular de João Marinho

O empresário João Marinho escolheu uma cobertura como “uma casa suspensa” – Crédito: Bruna Monteiro/DP

João Marinho, 52 anos, morou toda sua juventude com a família em um casarão, mas depois do primeiro casamento, mudou-se com a então esposa para um apartamento na Avenida Boa Viagem. Após a separação, há 18 anos, João decidiu que queria de volta o aconchego de morar num lar espaçoso, em que pudesse cultivar um jardim e criar seus animais. O empresário acabou arrematando um imóvel no topo de um prédio na mesma avenida em que já vivia.

A segurança de morar no alto de um condomínio fechado garante a ele a segurança que almejava. O espaço privilegiado no tamanho e com área externa, conforta e traz uma sensação parecida com o que o empresário desejava. “Como uma casa suspensa”, explica ele. “Se houvesse segurança, moraria numa casa, não numa cobertura”, diz João, se referindo à segurança pública do Recife. “Preferia viver numa área de 1000 metros quadrados do que 450, como moro agora”. A residência do empresário, que importa vitaminas dos Estados Unidos para o Brasil, ainda conta com mais 100 metros quadrados só na parte externa, onde fica a piscina e o jardim.

 Parte externa do apartamento parece um relaxante spa – Credito: Helder Tavares/DP

A parte externa da cobertura parece um relaxante SPA. Uma piscina revestida com pastilhas azuis é o centro das atenções. Ao redor, muitas plantas compõem o ambiente, dando um toque paradisíaco e natural à área favorita da família na casa. “É onde passamos mais tempo”, conta João. “Meus filhos costumam receber os amigos e, nos finais de semana, passamos o dia nela”, completa. Mas se engana quem pensa que o tamanho do imóvel ou a paradisíaca piscina são os pontos altos da residência. O clímax da cobertura de João Marinho é o seu enorme acervo de artistas pernambucanos que ficam, não guardados, mas expostos pelos cômodos, transformando a casa em um verdadeiro museu particular.

“As pessoas têm muita curiosidade em ver a minha coleção”, revela o empresário. Nem ele mesmo sabe dizer quantas obras de arte existem dentro do seu apartamento. Mas todas têm um fator em comum: não há um só artista fora de Pernambuco que assine as telas e esculturas exibidas em sua casa.

Empresário coleciona  vários artistas pernambucanos em sua cobertura – Crédito: Bruna Monteiro/DP

Gil Vicente, Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Eudes Mota, Manuel Dantas Suassuna, Marcelo Silveira e João Câmara são só alguns dos artistas que repousam nas paredes, no piso e sobre os móveis do apartamento. O destaque atualmente vai para Ploeg, holandês radicado em Pernambuco, que tem seis quadros expostos em um corredor que, propositalmente, serve como uma galeria dentro do apartamento do empresário.

“Eu sempre troco as obras”, explica João. “Ploeg está aqui há três anos, mas estou sempre mudando. O corredor sempre fica dedicado a um único artista”, comenta ele, que foi retratado em um desses quadros que decoram a pequena galeria familiar. “Ploeg pintou vários amigos artistas para uma exposição chamada Aprisionados”, explica o dono das telas, que não é pintor nem escultor, mas é um grande admirador e mecena das artes plásticas em Pernambuco.

Ploeg é o pintor que João escolheu para expor suas pinturas no corredor que funcioana como uma pequena galeria – Credito: Helder Tavares/DP

João também é apaixonado por decoração, se considera “um arquiteto frustado”. Procura sempre ler revistas e acompanhar perfis no Instagram cujo tema seja arquitetura e ornamentação de ambientes. Sua casa, inclusive, já estampou, em 2016, as páginas da Casa Vogue, uma das publicações mais conceituadas no país neste segmento. Ele mesmo é quem assina a decoração da sua cobertura. A inspiração vem, além da rede social de fotografias e das páginas de revistas, das viagens que faz ao redor do mundo. De Milão, o empresário importou a ideia das luzes de LED para o Recife. Desde que comprou o apartamento, elas fazem parte da iluminação do imóvel. “Em 18 anos, nunca queimaram”, conta.

 Credito: Helder Tavares/DP

E apesar de todo o glamour que existe em torno das pessoas que moram em coberturas, João diz que isso pouco importa para ele. “Não ligo para status”, afirma o empresário. “Numa cidade com desigualdade social como Recife, morar no bairro de Boa Viagem já te coloca numa posição privilegiada, mas a minha única preocupação é viver bem com a minha família”, finaliza o marido de Danielle Morais, e pai de Nilson (Teto), Maria Paula (Polly).

Author: Bettina Novaes

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