Renato Góes encara trabalho em camelódromo para incorporar Marcelo D2 em ‘Legalize Já: A amizade nunca morre

Renato Góes encara trabalho em camelódromo para incorporar Marcelo D2 em ‘Legalize Já: A amizade nunca morre

O artista pernambucano já está há mais de dez anos como ator da Rede Globo. – Crédito: Reprodução/GShow

O ator pernambucano Renato Góes, que estreou sua carreira como ator na novela da rede globo Pé na Jaca, em 2007, vem construído uma carreira expressiva ao longo dos anos. Renato conquistou o público brasileiro com sua interpretação de Santo, na trama Velho Chico. Desde então, protagonizou Renato na supersérie Os dias eram assim e está escalado para estrelar em mais uma novela, O Sal da terra, que tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2019.

Em outubro, Renato Góes lançou o filme Legalize Já – A amizade nunca morre, longa dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé que conta a relação de amizade entre Skunk e Marcelo D2 durante a criação da banda Planet Hemp. Góes, mais uma vez como protagonista, interpreta Marcelo D2, que, de acordo com o artista, foi um grande desafio em sua carreira. O ator conta que passou por um processo extenso para se preparar para fazer o papel. “Fui trabalhar no lugar em que o Marcelo trabalhou na época, no camelódromo. Além de morar por um tempo onde ele morou e da convivência que tive com sua família e amigos”, comenta.

Marcelo D2 acompanhou de perto a elaboração do projeto, que durou nove anos. – Crédito: Divulgação/Legalize Já

Góes conta que, em termos de sotaque, fazer o papel de um ícone carioca também não foi fácil. Mas, apesar de mudar seu sotaque durante as gravações, Renato declara que preserva suas raízes ao preservar seu sotaque recifense. “Todos sabem da minha batalha. Perguntam como eu lido com o sotaque – e eu nunca mudei, sempre respeitei minha origem. O fato de o diretor ter acreditado que eu tinha capacidade de fazer um papel de alguém que é extremamente carioca – um símbolo do Rio de Janeiro – me deixa muito feliz”, conta.

Renato e amigos de longa data se congregando na exibição de pré-estreia do filme ‘Legalize Já: A amizade nunca morre’. – Crédito: Jennifer Bachmann/Blog João Alberto

Durante a pré-estreia de Legalize Já, o Blog João Alberto teve a oportunidade de conversar em exclusividade com o ator, que conta um pouco sobre o projeto. Confira:

Como surgiu o convite pra fazer esse personagem?

Então, eu tava no Carnaval de Salvador – um lugar que eu nunca imaginei que receberia um convite pra trabalho. Estava curtindo lá, quando um cara tocou no meu ombro falou “Oi, tudo bem? Eu sou o Johnny. Assisti o filme que você fez do Caio Só, e gostaria muito que você fizesse o Marcelo D2 em um longa que estou fazendo sobre o Planet Hemp”. Óbvio que eu não acreditei. Achei que era sacanagem ou brincadeira por estarmos no carnaval, ou alguma coisa assim. Trocamos um papo ali, fingi que acreditei pra ele e o agradeci pelo convite. Depois de um tempo fui atrás dele, e descobri que ele realmente tava falando sério – isso foram mais ou menos dois anos e meio antes de começarmos a rodar o filme – e então comecei a me preparar me pautando nessa “promessa”, porque só fui saber que realmente iria fazer o papel seis meses antes – 2 anos depois de ele me convidar. Hoje, já fazem quatro anos de que tudo aconteceu. A primeira exibição do filme foi em abril de 2016.

Como foi o seu processo de preparação para fazer o personagem do Marcelo D2?
Eu fui trabalhar no lugar em que o Marcelo trabalhou na época, no camelódromo. Morei onde ele morava, convivi com a família e amigos dele.

Quais as mudanças físicas que você teve que realizar para interpretar o papel de D2?
Eu tive que deixar o cabelo quase que careca, perdi de 8 a 10 kg em menos de um mês. As outras características vieram mais a partir de uma construção da minha interpretação. Mas resumindo, bigode, careca e o emagrecimento foram os principais. Também passei por outra caracterização para as cenas finais devido a uma transição de tempo que o filme mostra.

Você já conhecia a história do Marcelo?
A história do Marcelo que eu conhecia não está no filme, pois o filme conta o antes do Planet Hemp. Como surgiu, a história dele até o Planet aparecer. Ninguém conhece, assim como eu não conhecia.

Qual era sua relação com o Planet Hemp antes de fazer esse papel?
Eu tinha uma conexão que eu retomei. Quando eu tinha uns 14 anos um amigo meu apareceu com um CD do Planet Hemp no colégio, e eu achava aquilo meio transgressor. Eu pensava “aquilo é tão proibido”… “como é que a mãe dele deixa, que mãe maneira” ou “será que ele escondeu”. O CD era o segundo álbum da banda, Os cães ladram mas a caravana não para. A partir disso comecei a escutar bastante o Acústico MTV, também. Depois disso passei uns 10 anos sem ouvir. Mas na minha cabeça era aquela coisa proibida. Não entendia muito bem o que eles falavam mas sentia que não poderia falar. Dez anos depois, quando vim revisitar o Planet, eu entendi o quão importante era aquele grito político que eles tinham naquele trabalho. Além de entender melhor o porquê de eles usarem a representação de coisas proibidas, como uma maneira de chamar atenção para depois redirecionar para coisas que realmente importavam. Foram experiências distintas, mas que, de certa forma, me ligaram de desde mais novo com a banda.

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