Bloco A Mulher de Bigode, do Poço da Panela, valoriza a força feminina

Bloco A Mulher de Bigode, do Poço da Panela, valoriza a força feminina

Em busca de romper os padrões estéticos e mostrar a força da mulher, nasceu a agremiação A Mulher de Bigode. Fundado em 2014 por Felícia Mendonça, Edilma Mendonça, Cristina Serrano, Clarissa Garcia, Sonia Sinimbu e Tânia Fonseca, o bloco chega ao seu 6º ano fazendo parte do carnaval recifense. Nesta edição, Margarida Alves foi o nome escolhido para receber as homenagens no desfile. Símbolo da luta das trabalhadoras do campo por direitos e líder sindical que inspirou a Marcha das Margaridas, ela representa os ideais do grupo. A prévia da Mulher de Bigode acontece neste domingo (26), no Poço das Artes, às 16h.

Conheça a história do bloco:

Foi da vontade de se expressar e mostrar para o mundo que os padrões estabelecidos pelas sociedade não precisam ser seguidos que nasceu A Mulher de Bigode. Por meio do provérbio Português que diz: ” Mulher de bigode nem o diabo pode”, ouvido por Felícia quando criança, que surgiu a inspiração para a narrativa que conta a história do bloco.

Enquanto na antiguidade as mulheres depilavam o buço e se submetem a padrões de beleza para se mostrarem delicadas, inofensivas e submissas, na atualidade elas tem o poder de decidir o que fazer com o próprio corpo. Romper barreiras, quebrar padrões e ousar mostrar a força, representada pelo bigode, são os principais objetivos que o desfile carnavalesco busca imprimir. “A Mulher de Bigode surge como bloco carnavalesco para confraternizar afetos, compartilhar experiências e alegrias impares e incontáveis. Mas engana-se quem pensar que A Mulher de Bigode só existe uma vez a cada ano. A mulher de Bigode somos nós mulheres, homens, travestis, transexuais, lésbicas, gays, trabalhadoras e trabalhadores, negros e negras. A Mulher de Bigode somos nós, todas as pessoas que vivenciam a felicidade do carnaval cotidianamente dentro de si e que levam essa alegria para os outros”, diz trecho do manifesto do bloco.

Tendo Frida, Marielle, Olga e tantas outras figuras femininas de extrema relevância na luta pela igualdade de gênero, A Mulher de Bigode vê sua família crescer a cada ano, juntando mais integrantes dispostos a, por meio de uma festa que demonstra alegria e leveza, expressar suas causas e militar em prol da grande revolução das liberdades, do respeito e da fraternidade entre todas as criaturas. ” O nosso manifesto é sobre a liberdade de ser no mundo. Sobre a felicidade que nos toma por ser quem somos, gozando do prazer e da delícia das vicissitudes de nossos corpos e almas que amam outros corpos e outras almas, é sobre amar a nós mesmas. Nosso manifesto é sobre inquietações, transcendências e performances”, conta Felícia.

Author: Marcela Nunes

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