Secult-PE debate Inovação e Economia da Cultura em Pernambuco em live

Ricardo Ruiz, André Lira e Tarciana Portella (Foto: Divulgação)

O Núcleo Digital da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) apresenta, na terça (10), em seu canal no Youtube, o webprograma Cultura em Rede. Visões sobre Inovação e Economia Criativa em Pernambuco é o tema da live, que contará com a presença do consultor e produtor cultural André Lira e do consultor e pesquisador dedicado a projetos de inclusão social através da tecnologia de fonte aberta, Ricardo Ruiz. A mediação será feita por Tarciana Portella, jornalista, gestora cultural e atualmente assessora de Cooperação e Redes Culturais da Secult-PE.

André Lira concluiu, recentemente, estudo sobre o panorama da Economia Criativa (EC) em Pernambuco durante a última década (2010-2020). A pesquisa analisou bases de dados socioeconômicos oficiais, como do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) e de organizações dedicadas ao tema, além de entrevistas realizadas junto a representantes dos setores criativos. 

Já Ruiz defendeu, em 2018, na Universidade de Pernambuco (UPE), tese sobre o grau de inovação de Pontos de Cultura em Pernambuco, um desdobramento de pesquisa realizada para a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e para o então Ministério da Cultura, no âmbito do Programa PE Criativo. Ambos os trabalhos contribuem para fomentar o debate sobre Economia Criativa e Inovação no estado, com o recorte voltado para a Cultura, pontuando necessidades de políticas públicas voltadas para o setor e mostrando falhas e possibilidades para os próprios criativos.

“Existe uma enorme carência de estudos sobre Economia Criativa no que tange os setores relacionados à Cultura em Pernambuco para a gente poder, de fato, ter uma dimensão da real importância da Economia da Cultura no PIB do estado e o impacto para o desenvolvimento local nos municípios, abrangendo não apenas aspectos tecnológicos, mas o desenvolvimento sustentável, econômico e social. Esse debate vem contribuir para a gente entender melhor o que significa Inovação para a Cultura ou, pelo menos, o que deveria significar”, diz Tarciana Portella.

Segundo Ruiz, os dados sobre Inovação no setor em Pernambuco não são muito positivos. De acordo com pesquisa de 2017 divulgada em relatório de 2019 pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Pernambuco ocupa a sétima posição na contribuição para o PIB Criativo do país ou 1,9%, abaixo da média nacional, que é de 2,61%.

Em sua própria pesquisa nos 33 Pontos de Cultura, Ruiz encontrou graus de inovação bem abaixo da chamada Inovação Sistêmica, quando a organização mantém acima de 3 pontos na média dos índices de todas as dimensões, como oferta, diversificação de trabalhos artísticos, propriedade intelectual, frequentadores, relacionamento, agregação de valor, entre outras. 

“Eu fico surpreso por muitas pessoas da Economia Criativa pernambucana não conhecerem esses dados, então alguns influenciadores e empreendedores saúdam o potencial da Economia Criativa pernambucana, mas quando você vai para a análise dos fatos, eles não estão trazendo uma certa realidade. Isso seria tão importante para todo mundo saber e buscar alcançar níveis maiores, pensar tanto em ações, quanto políticas e formações que tragam resultados positivos dentro do PIB e que não apenas sirvam de uma plataforma estética”, analisa Ruiz.

Segundo André Lira, a Economia Criativa no Estado de Pernambuco tem grande potencial para se tornar um importante vetor de desenvolvimento, porém apresenta tendência de estagnação ou queda nos últimos anos.

Para Lira, há dois pontos de atenção muito importantes que precisam estar no radar da sociedade civil, da iniciativa privada e do poder público: o alto índice de informalidade e a transversalidade desses setores, que se relacionam direta ou indiretamente com todas as demais cadeias produtivas, tradicionais ou não. “Investir no setor criativo pernambucano para que ele descole dos parâmetros nacionais e implique em efetivo crescimento, tornando-o mais lucrativo e estável, requer a implementação de políticas de desenvolvimento de longo prazo para o setor, que abarque as dimensões da inovação, do mercado, da diversidade cultural, da sustentabilidade e da educação”, defende.

>> Webprograma Cultura em Rede

Realizado pelo Núcleo Digital da Secretaria de Cultura de Pernambuco, o webprograma “Cultura em Rede” traz, sempre às terças-feiras, debates sobre temas relevantes da cultura pernambucana e nacional. A live vai ao ar tanto no canal da Secult-PE no Youtube, quanto no Facebook. (Diario de Pernambuco)

Author: Mariane Magno

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