Lançado no mês da Consciência Negra, Marighella traz significado especial

O primeiro longa-metragem de Wagner Moura como diretor, Marighella, estreia chega aos cinemas exatamente 52 anos após o assassinato de Carlos Marighella pela ditadura militar Brasileira, em 1969. Interpretando o protagonista, Seu Jorge, que já conquistou o prêmio de Melhor Ator no Film Festival of India Goa, considera a estreia, após vários entrelaces com a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) e boicotes, uma homenagem à população negra brasileira, ao ser lançado no mês da Consciência Negra. “É uma vitória para o povo negro”, declara o artista.

O lançamento marca também uma homenagem de toda a equipe. “Nós tentamos, vamos dizer assim, lançar no 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra de 2019 e a gente não conseguiu estrear. Já era uma intenção, acho que do Wagner e da produção, uma coisa que havia sido pensada antes, porque a gente entendia que não tinha uma homenagem melhor a se fazer no Dia de Zumbi dos Palmares, Dia da Consciência Negra, um filme que traz total consciência do que foi essa história pelo povo brasileiro, vítima da ditadura”.

Apontado como o inimigo número 1 da ditadura militar, Carlos Marighella(1911 – 1969) articulou uma frente de resistência enquanto denunciava a tortura e censura durante o regime militar. Baiano, neto de escravos sudaneses – filho de Maria Rita, que nasceu no mês da abolição da escravidão no Brasil, em 1888 – foi professor, escritor e deputado estadual. O filme apresenta sua luta radical de combate armado como líder de um dos maiores movimentos de resistência, a Aliança Libertadora Nacional (ALN), e que batalhou contra a ditadura militar no Brasil, na década de 1960. Morreu assassinado pelos policiais do DOPS, em São Paulo.

Author: Marcela Nunes

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