Oswaldo Montenegro cantou e encantou
“Isso ainda está meio swingado, nosso negócio aqui é rock and roll”, disse um Oswaldo Montenegro carismático à frente de uma grande sinfonia de coro e palmas, formada pela plateia lotadíssima do Teatro da UFPE. No comando de seu público, ele coordenou acenos, aplausos, gestos, uníssonos e entusiasmo por quase duas horas de show na noite deste sábado.
Mesclando sucessos antigos e de seu mais recente álbum, De Passagem, Oswaldo Montenegro encantou os recifenses com seus diálogos e comentários nos intervalos das canções. Permeando um vasto repertório – que incluiu Bandolins, A Lista, Quem É Que Sabe, Vamos Celebrar, Todo Mundo Tá Falando, Sem Susto, Lua e Flor, Léo e Bia, Palma e Anda – o intérprete manteve durante todo o espetáculo uma conexão com os que o assistiam. Notas quase que mentais, faladas em voz alta, antecediam as faixas escolhidas para a apresentação. “Eu queria dizer algo bacana sobre essa próxima música, mas não sei o que dizer… Cheguei até a inventar uma história, mas achei maldade”, pontuou ele antes de cantar Todo Mundo Tá Falando.
O grande momento da noite foi quando Oswaldo pediu um solo de teclado e deixou que a banda desse sequência à música Sem Susto, enquanto ele descia do palco e coroava seu show com um gesto que sensibilizou e divertiu o público. “Vou tirar minha mãe para dançar”, anunciou se aproximando dos assentos, onde sua mãe assistia ao show. Puxando-a pela mão, completou ao microfone: “Vem, mãe, vamos dançar”. Lá de pertinho, nós registramos o momento, que você confere no player abaixo:
Destaque também para a flautista da banda, Madalena Salles, cuja performance foi digna de aplausos entusiasmados dos convidados ao final da noite. Madá, como Oswaldo a chamava, passeou entre os corredores da plateia do teatro com sua flauta e ainda gravou em seu celular cenas do público fazendo coro sob a regência do cantor. “Grava tudo, Madá, vamos colocar no nosso DVD”, disse Oswaldo Montenegro. Além dela, o músico foi mesmo agraciado com um séquito de talentos na formação de sua banda, todos bem entrosados e em sintonia. Nos teclados, Caíque Vandera; na guitarra e violão, Alexandre Meu Rei; na bateria, Pedro Mamede; e no baixo, Márcio Alencar.
Alguns artistas nacionais foram homenageados por Oswaldo Montenegro durante sua performance. Zélia Duncan, Zé Ramalho, Paulinho Moska e o pernambucano Alceu Valença, foram citados por ele, em agradecimento às contribuições dadas aos seus projetos recentes. Alceu, inclusive, apareceu em algumas cenas de making of mostradas num telão ao fundo do palco, exibidas enquanto as canções eram executadas.
A impressão que se tinha era a de que havia mais pessoas no local do que assentos disponíveis. Alguns, inclusive, assistiram ao show de pé, ao fundo do teatro. Depois de uma sequência de falsas despedidas, nas quais o público começava sempre a retirar-se e em seguida voltava atrás, Oswaldo Montenegro anunciou a venda de seu novo CD no hall de entrada do teatro. Quem o comprasse, poderia aguardar alguns autógrafos do cantor e dos integrantes de seu conjunto. Uma boa iniciativa contra a pirataria que, apesar de não oferecer os autógrafos do artista, ainda rolava solta no estacionamento da universidade.




