Feedback: tudo que rolou na plateia de Alanis
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O rock meio feminino e meio rebelde da intérprete deu vez a muitas garotas balançarem os cabelos e baterem os pés enquanto acompanhavam as letras das canções. Até alguns aventureiros – que, quando perguntados, sequer sabiam o nome das músicas tocadas – se animaram e saíram de lá com certificado de aprovação dado à performance da canadense. Entre a plateia, muitos turistas de outros lugares do Brasil. Alguns vieram especialmente para assistir ao show. Outros estavam aqui de passagem e decidiram não perder a oportunidade. A maioria dos presentes dividia-se entre casais ou grupos de fãs de longa data – alguns já carimbados pelo show de 2009, mais recente apresentação de Alanis no Recife.
Na beira do palco, três amigas vindas de João Pessoa comentavam sobre sua paixão pelo trabalho de Alanis. “Tenho somente 20 anos, mas acompanho a carreira dela desde que eu era criança”, falou Ana Paula Lins. A moça estava eufórica, já que esta era a primeira vez em que veria Alanis ao vivo. O trio – complementado por Ana Patrícia e Amanda Mansur – ansiava por hits clássicos, como Ironic e Hand In My Pocket.
Na saída, encontramos o jovem Rodrigo Ramon, que embarcou de Salvador para o Recife somente no intuito de conhecer Alanis. “Trabalhei 12 horas por dia para conseguir três dias de folga e vir pra cá”, contou o rapaz, que tem 18 anos. Sortudo, Ramon conseguiu pegar duas palhetas entregues pelos músicos da banda ao fim do show. Uma delas foi roubada na confusão do gargalo do palco, mas a outra era um troféu em sua mão. Não satisfeito, o rapaz ainda conseguiu levar para casa o setlist oficial da performance, tirado do palco. “Ainda comprei uma caneca da Alanis aqui na saída”, disse Ramon, que tem em sua casa na Bahia todos os CDs originais da carreira da artista – além de um quadro vindo diretamente do Canadá com uma grande foto de Alanis.
Apesar dos cambistas oferecendo-se a comprar ingressos restantes logo na entrada do Chevrolet Hall, a casa estava longe de sua lotação máxima. Tanto que a área externa que cerca o salão principal – onde os fumantes se reúnem nos banquinhos de pedra ao redor dos canteiros – foi lacrada, restringindo o show ao grande hall do local. Desse modo, foi possível até climatizar o ambiente, já favorecido pelo conforto da pouca aglomeração. A grande maioria dos camarotes estava vazia, enquanto pista e frontstage só foram sendo preenchidos depois de começado o show – lá pelas 23h.
Ainda assim, via-se lacunas entre os grupos de espectadores. Estes, por sua vez, sofreram na hora de voltar pra casa. Poucos táxis, pouca condução e muita espera na saída do Chevrolet. A média de tempo entre o fim da performance de Alanis e a chegada de um transporte era de uma hora. Por volta da 1h da madrugada, muita gente ainda esperava uma carona nas principais avenidas ao redor da casa de shows.