O Rappa fez a noite valer a pena no Cecon

Por Lenne Ferreira
Ingressos esgotados e um Centro de Convenções abarrotado de gente. Foi assim que a banda O Rappa foi recebido em terra pernambucana ontem. O grupo carioca, que aterrissou no Estado com cenário e repertório novos, mostrou seu poder de fogo com clássicos da carreira e dominou a plateia. Uma noite que vai ficar na memória dos fãs e da banda.
Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

Multidão lotou o Centro de Convenções. Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

A longa fila de carros na entrada do Pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, sinalizava o cenário no lado de dentro da casa de eventos. Cerca de 18 mil pessoas circularam, com muito esforço, na pista e no frontstage do show. Um sufoco compensado pelas apresentações das duas atrações da noite.
A banda Ponto de Equilíbrio, de Vila Isabel (RJ), subiu ao palco à 0h com a típica energia e reverência que marcam sua apresentação. Numa sintonia afiada, o grupo apresentou um repertório recheado de hits que o público fez questão de acompanhar como “Abre a janela”, “Coisa feia” e “Segregação”. O quinteto carioca também abriu espaço para o samba, numa homenagem à velha guarda, e deu uma nova roupagem à música “Reggae raiz”. “Eu quero saber se vocês estão à vontade?”, perguntava o icônico vocalista, Helio Bentes. A resposta vinha nas formas de gritos e aplausos.
Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

O Rappa tocou sucessos da carreira, acompanhados em coro pelo público. Crédito: Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

Apesar da empolgação da plateia durante todo o show de Ponto, a noite já estava prometida ao Rappa. O grupo subiu ao palco por volta de 1h40 apresentando a nova turnê “Nunca tem fim…” com cenário e músicas inéditas. Som, iluminação e as projeções proporcionaram uma experiência sinestérgica à plateia que cantou e dançou de olhos fechados clássicos como “My Brother”, “O que sobrou do Céu”, “Pescador de ilusões”, “Lado B lado A”, “Vapor barato”, “Me deixa”, entre outros.
O oitavo álbum dos 20 anos de carreira do grupo, “Nunca tem fim…”, foi apresentado aos recifenses com a canção que é carro-chefe do novo trabalho, “Anjos”. “Para quem tem fé a vida não tem fim”, anunciava o refrão que logo ganhou a aderência do público. Durante todo o show, o grupo convidou os fãs a refletir sobre vida, perseverança, igualdade social, liberdade e amor. Temas que sempre perpassaram o repertório musical da banda.
Crédito: Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

Crédito: Marcelo Loureiro e Gil Alves/PhotoNews

O Rappa também dedicou parte do show para prestar homenagens a ícones da música pernambucana como Chico Science, Lula Queiroga e Dominguinhos. O grupo reservou um momento para lembrar os falecidos Chorão e Champignon, ex-integrantes do Charles Brown Jr, com a interpretação da música “Zoio de Lula”, levando o público ao delírio. Outro momento marcante foi o solo de guitarra de Xandão, que fez uma versão da canção  “Baião”, de Luiz Gonzaga, para emplacar Hey Joe, sucesso do álbum Rappa Mundi.
Apesar de alguns problemas técnicos, que talvez não tenham sido nem percebido pela grande massa, a empolgação do público também se refletia  no rosto de Marcelo Falcão. O  líder do grupo chegou a dar dois moches e abraçou todos os fãs que conseguiram driblar os segurançao e subiram no palco. Falcão, inclusive, prometeu: “O réveillon da banda é em João Pessoa, mas o Carnaval é no Recife”. Para fechar o show, um sucesso aclamado: “Pescador de Ilusão”. O público deixou o Centro de Convenções entoando o refrão “Valeu a pena”.

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