João Alberto: "Realizei a maioria dos meus sonhos"

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Hoje é um dia em que João Alberto mostra o prestígio que tem na sociedade pernambucana. Nesta noite, quando ele lança mais uma edição do seu livro Sociedade Pernambucana, autoridades e personalidades do nosso estado convergem para a Arcádia de Apipucos para prestigiar o jornalista que conseguiu transformar seu trabalho em uma grife. Dias antes de comandar a sua festa, ele conversou com a equipe do Diario e falou sobre a sua jornada de trabalho e projetos pessoais. Confira entrevista publicada hoje pelo jornal.

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Já são mais de 40 anos de estrada e, talvez por isso, João Alberto se confunde com o próprio colunismo social no estado. Veio da época em que o telefone era a principal ferramenta do jornalista, embora lidasse com a batalha diária para conseguir uma linha. Apesar das dificuldades, desde o início transformou o seu trabalho em uma grife, que muitos leitores passaram a prestigiar e, por que não, almejar um espaço. Hoje, comanda seu próprio blog e é dono de perfis em redes sociais que acumulam  milhares de seguidores. Isso, claro, sem perder o prestígio que conquistou no passado. Neste bate-papo, o jornalista fala sobre o que mudou em todos estes anos, não só dos instrumentos de trabalho, mas na própria sociedade, além das suas metas pessoais e profissionais. Confira!

Neste pouco mais de 40 anos de colunismo social, o que você elenca como principais mudanças na sociedade?
Basicamente, o dinheiro mudou de nome. Quando eu comecei, todo mundo conhecia as pessoas que eram ricas. Hoje é impossível. Resultado é que a coluna deixou de ser apenas um registro das atividades desses ricos para se abrir para vários outros setores, para conseguir leitores de todas as faixas.

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Qual o fato mais inusitado que você presenciou nestes anos de trabalho?
Foram vários. Eu lembraria, por exemplo, a falta de luz no Palácio na recepção à Rainha Elizabeth, com pessoas aproveitando para avançar nos buffets; a desistência de noivos na hora do casamento na Igreja; o susto na abertura de uma garrafa de champagne em almoço para o presidente francês François Mitterrand, no Campo das Princesas. E mais e mais….

Quando você começou a trabalhar, o telefone era a principal ferramenta de trabalho do jornalista. Hoje, é a internet, as redes sociais. Como você vê e se adapta a estas novas tecnologias?
Não tenho o menor problema. Recordo que fui o primeiro jornalista no Recife a usar o computador. Era um modelo, digamos, jurássico, que aprendi a usar. Quando comecei, o único instrumento era o telefone. E era uma luta conseguir uma linha. Demorava muitos minutos. Hoje, venho acompanhando toda a modernidade no assunto.

Você conquistou um prestígio grande na sociedade, teve um cargo público no Banco do Brasil – que é o sonho de muitos brasileiros – e construiu uma carreira sólida no jornalismo. Tem algo que ficou faltando na sua vida pessoal e profissional? 
Realmente fui funcionário do Banco do Brasil, onde entrei por concurso e gosto de dizer que fui um bom bancário, cumpria todo dia meu expediente das seis horas. Na vida pessoal, realizei a maioria dos meus sonhos, mas não me considero realizado. Minha realização é fazer uma boa coluna todo dia, junto com Cecília Ramos, e atualizar o blog com a maravilhosa equipe que tenho, comandada por Tatiana Sotero.

Se fosse começar de novo, o que faria diferente?
Nada….. Mas adoro este pensamento do mestre Carlos Drummond de Andrade: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Como você vê o desafio de trabalhar numa coluna impressa diante de uma avalanche de informações e notícias que surgem a todo tempo nos sites e redes sociais? 
Com certeza exige muito mais trabalho. É preciso procurar, pesquisar, ter fontes importantes para garimpar sempre notas exclusivas, que devem ser a base da coluna.

Como você faz a seleção das notícias para a sua coluna e blog? 
Não é fácil, mas costumo procurar as informações exclusivas e tentar ao máximo tornar a nota concisa. E dar notas de todas as áreas: política, esporte, cultura, celebridades, para atrair leitores. Mas, é claro, as notas sociais, que há muito deixaram de ser a maioria na coluna. Procuro fazer uma coluna que seja um jornal dentro do jornal, como dizia Zózimo Barrozo do Amaral, cronista carioca com que estagiei no início da carreira.

No seu trabalho, você teve a oportunidade de conhecer muita gente. Quem é uma pessoa que hoje você admira, para quem você tiraria o chapéu?
O Papa Francisco. Está mudando a Igreja e como católico estou impressionado. Das pessoas com quem convivi, sem dúvida, Gilberto Freyre, que era um gênio. Dele, recebi um dos maiores elogios da minha vida, em artigo que escreveu no jornal: “Se houver uma pessoa totalmente ética, ela será no máximo igual a João Alberto”. Um exagero que me deixou muito feliz.

O que é in e out na sociedade hoje?
In é participar de projetos que ajudem pessoas necessitadas, como, por exemplo, a AACD, o Projeto Terra, o GACC. O Imip e tantos outros. Out é pensar apenas em si, esquecendo que a vida é curta.

Há pouco mais de dois anos, você foi surpreendido com um problema coronário e teve que ser submetido a uma cirurgia cardíaca às pressas. O que mudou na sua vida depois deste dia?
Como tive a felicidade de detectar o problema antes do infarto e ter uma equipe de primeiríssimo nível, com Carlos e Fernando Moraes e João Wanderley, tive uma rápida recuperação e, em 10 dias, eu já estava de volta ao trabalho. Não mudou muito a minha vida. Apenas faço check-ups permanentes, cuido mais da alimentação, procuro caminhar diariamente. Realmente mudou pouca coisa, inclusive no meu ritmo de trabalho.

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Author: admin

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