Marcelo Serrado fala sobre Crô e projetos futuros

Crédito: Marcelo Loureiro/Divulgação

Crédito: Marcelo Loureiro/Divulgação

Quem não se lembra do mordomo Crodoaldo Valério, mais conhecido como Crô? O personagem da novela Fina Estampa, interpretado por Marcelo Serrado, é dono dos bordões “deusa do ébado” e “rainha do nilo”. Depois de ser consagrado na televisão, agora, Crô invade as telonas brasileiras. Com roteiro de Aguinaldo Silva, o longa estreia hoje em 400 salas de cinema do país. Na terça-feira, Marcelo esteve no Recife e ficou hospedado no Atlante Plaza, em Boa Viagem. E foi lá, que o ator recebeu a equipe do Diario e respondeu as perguntas da repórter Fernanda Guerra. Confira a entrevista:


A que você atribui o sucesso de Crô, que ultrapassou as fronteiras da telenovela?
Aguinaldo Silva tem essa capacidade criativa extremamente populares, como Nazaré Tedesco e Giovanni Improtta. Nos Estados Unidos, essa tendência até acontece. Alguns filmes que estão na TV e saem para o cinema, tipo Sex and the city. Mas a nível de personagem é mais difícil. Crô foi homenageado em escola de samba. É um personagem maior que eu, maior que Aguinaldo. O público se apropria do personagem, das expressões e dos bordões.

Foi diferente o mergulho do personagem no cinema?
Foi mais sutil. Um ano antes da história, tive que me acostuma, me readaptar e tentar me encontrar com esse personagem. Agora, vi muito a novela. Muito as cenas. Frequentei boates gays. O cabelo do Crô – Davi Alvarez – eu copiei dele. Perguntei como ele fazia esse – o gestual foi de outro cara – tem um filme Santiago, de João Moreira Sales, que me ajudo muito na composição das mãos – foi colcha de retalhos – mas sempre em cima do real – a Preta Gil, Gaby Amarantos têm o Crô delas. Mas o mais legal disso tudo é que o Crô tem uma melancolia nele.  Faz com que ele seja incrível. Será que ele seria sucesso se o público não acreditasse nele? Se fosse só um estereotipo, o público não compraria ele.

Marcelo Serrado caracterizado como o personagem Crodoaldo Valério - Crédito: TV Globo/Divulgação

Marcelo Serrado caracterizado como o personagem Crodoaldo Valério – Crédito: TV Globo/Divulgação

Os últimos trabalhos na televisão foram no humor (Tonico Bastos, em Gabriela, e Crô, em Fina Estampa). Você se identifica mais com essa veia cômica?
Me identifico muito. É bom fazer tipos diferentes, também cômicos, mas diferentes. Inclusive, no domingo, estreio um quadro no Fantástico, A mulher de sua vida, que faço vários tipos com atrizes diferentes: Fernanda Paes Leme, Taís Araújo, Fernanda Souza e Juliana Paes. É um cara de 40 anos, que está querendo se matar por não encontrar a mulher da vida dele. Dia 18, estreio Alexandre e outros heróis, com Ney Latorraca, especial de fim de ano na Globo. Faço um cantador de embolada. Para este personagem, quem me ajudou foi Pedro Salustiano, filho do mestre Salu. Durante o período de gravações, Ariano também foi dar uma palestra pra gente lá.

Depois de Tom Jobim no teatro, você volta a interpretar um maestro no cinema…
O convite para o filme de Crô surgiu de um encontro com Bruno Barreto para falarmos sobre o longa de João Carlos Martins. As gravações começam no fim do ano que vem. Ele é um cara incrível, um batalhador. É uma luta de superação. Faço ele dos 20 aos 45 anos.

No próximo ano, nada de novela?
Ia fazer Meu pedacinho de chão, mas Luiz Fernando (Carvalho) me guardou para um outro trabalho, que ainda não sei. Sou contratado da Globo, não posso ficar recusando. Mas eu tô trabalhando bastante. Saí dois meses. Pedi um ano sabático, porque não tive férias entre Fina estampa e Gabriela. O público precisa sentir saudades de você e saber que você pode se transformar em outra pessoa.

Sente vontade em trabalhar em que projeto?
Tenho um projeto com Luiz Fernando. A gente queria levar o Hamlet (Shakespeare) para a televisão. Mas é só uma ideia.

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