Bianca Spessirits: “Ser mãe é gostar mais do filho do que de si”
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O objetivo de endereço virtual era (e ainda é) trocar experiências com outras madrastas e mostrar um outro estilo de vida: o da família mosaico, termo usado para designar uma família cujos pais já foram casados anteriormente ou trazem filhos das relações passadas. Grávida, Bianca registrou o domínio e se preparava para colocar o blog no ar quando perdeu o filho com dois meses de gestação. Ficou abalada e preferiu adiar a concepção do site. Tempos depois, engravidou novamente e, em fevereiro de 2012, deu à luz Vitória. Mas foi só em 5 de novembro que colocou no ar a primeira postagem do Não é a mamãe. “No início, o foco era falar sobre a minha relação com os filhos do meu marido que não nasceram de mim, mas que eu exerço função compatível com a maternidade. Depois que Vivi nasceu, passei a relatar minha rotina com ela”, contou.
Hoje em dia, o blog tem cerca de cinco mil acessos diários e aborda diversos temas: a relação entre mãe e filha, decoração (quartos de bebê e adolescentes), moda (para grávidas e crianças), festas (batizado, chá de bebê e aniversário), enxoval, amamentação, entre outros. Para facilitar o diálogo com as leitoras, ela criou um fórum de discussão. “Com as madrastas, eu recebo relatos e pedidos de ajuda pelo e-mail (falaqueeuteescuto@naoeamamae.com) e fiz um grupo de discussão no Facebook, onde conversamos sobre guarda compartilhada, orientação parental, pensão alimentícia e outras questões inerentes à família mosaico”, fala.
Já com as leitoras mães, ela tira dúvidas sobre a maternidade, “escuta” histórias dos filhos das leitoras e fala sobre Vitória. Ela também costuma trocar “figurinhas” com os 9.500 seguidores do Instagram do blog e com outras mamães blogueiras, como Nanda, do Meu Dia D Mãe, Mariana, da Turma da Tia Mari e Regina, do Dicas Miúdas. Elas conversam pelo Whatsapp e, às vezes, encontram-se com as crias para fazer programações infantis.
Questionada sobre a exposição que o blog gera da vida de Vivi, ela conta que tem receio da atitude da filha quando estiver grandinha e puder ler as postagens. “Me preocupo se, quando Vitória tiver 15 anos, ela vai ficar com raiva porque contei para centenas de leitoras que tirei a fralda dela e ela fez xixi na sala, mas, por outro lado, acho que ela pode encarar o blog como um livro de memórias da vida dela e com coisas que nós construímos juntas”, comenta.
Nos fins de semana, Bianca diz que o passeio preferido da família é andar de barco. Ela também costuma levar Vivi em contações de histórias uma ou duas vezes por mês, à praia e em restaurantes ao ar livre. De segunda a sexta, a rotina é mais moderada. “Na parte da manhã, ela vai à escola e à tarde fica com a babá Val. O pai toma café e almoça com ela, mas quando retorna do trabalho, ela está dormindo. Eu trabalho o dia todo e, quando chego em casa, dou o jantar, banho e a coloco para dormir por volta das 18h30. Depois, dedico o tempo livre para cuidar de mim. Malho, janto fora com o marido ou alimento o blog”, diz.
A programação do Dia das Mães ainda está incerta. Como Vivi tem asma, o passeio vai depender da saúde dela. Caso ela esteja bem, Bianca vai celebrar a data com a filha e o marido passeando de barco. Já os meninos, Mateus e Mário, vão comemorar com a mãe. No terceiro domingo de maio, os cinco se reúnem para festejar o “dia da tia”. E o que mudou na vida de Bianca desde que ela foi mãe? “Tudo. Sou outra pessoa. A maternidade é você gostar mais do filho do que de você. É você achar a outra pessoa mais importante que si mesmo. O que me deixa mais feliz hoje é ser mãe da Vitória”, diz.