Severino Manuel de Freitas e sua doce vida de papai noel

Crédito: Reprodução/ Divulgação/ Shopping Recife
Ver a magia do Natal pelo olhos de uma criança é o que cativa todo ano o funcionário público Severino Manuel de Freitas Junior, de 60 anos. Há 23, ele se veste de Papai Noel e garante não ter outra forma melhor de passar o período do que cercado pelo carinho dos pequenos e dos adultos também, que sempre o recepcionam com alegria. Atualmente, ele faz quatro horas e meia de ação, de segunda a domingo, no Shopping Recife e, claro, coleciona ano após o ano muitas histórias emocionantes e marcantes para contar. Confira o bate-papo dele com a nossa equipe, que foi publicado na coluna João Alberto da superedição do fim de semana.
Como surgiu a oportunidade de trabalhar como Papai Noel?
Minha irmã tinha uma escolinha para crianças e no final do ano, fui para a festinha de Natal com as minhas filhas. Acabou que o Papai Noel contratado chegou embriagado, retornando de alguma festa. Então, a gente não deixou ele assumir o posto e minha irmã pediu para eu substituí-lo. Desse dia em diante, eu gostei e não parei.
Você já recebeu algum pedido inusitado?
São muitas histórias. Geralmente, chega marido e mulher para o Papai Noel conciliar. Pais que querem que a gente resolva o problema do filho que não come, não obedece ou que não quer estudar. Então, a gente dá uns conselhos para ver se a criança fica boazinha e parece funcionar. Só não sei se dura até chegar em casa (risos).
Qual foi o pedido mais emocionante que você ouviu?
Este ano mesmo aconteceu um: uma menina de 12 anos pediu que eu falasse com Deus para dizer ao pai dela que o amava muito. A mãe depois me contou que o pai da garota havia falecido.
O que é preciso para ser um bom papai noel?
Se não tiver amor, carinho e gostar de criança, nunca faça nem a primeira vez. Porque é bom, mas também é muito difícil. A gente sofre por causa de manha, leva pontapé, choro no ouvido e às vezes a criança não quer tirar foto, mas os pais querem. Da mesma forma que têm os que adoram o Papai Noel, que quando vê a gente largam o pai e a mãe para correr e nos abraçar. Você tem que entender e ter carinho por todos eles.
Se o próprio Papai Noel pudesse fazer um pedido neste Natal, qual seria?
Queria que as autoridades olhassem para as crianças e dessem um futuro melhor para elas. Porque só paliativo não adianta, tem que resolver o problema desde o alicerce da criança, principalmente em comunidade carente. Quando a gente chega de Papai Noel lá é uma loucura. Eles sentem uma segurança, um carinho e gostam dessa atenção. Acho que nossas autoridades ainda deixam a desejar no que essas crianças precisam para ser o futuro do país.
