Maurício Rands: “O Brasil é o mais corrupto de todos os países em que vivi”

A última entrevista do ano da coluna João Alberto foi com o vice-presidente do Diario de Pernambuco, Maurício Rands. Advogado, professor de Direito, empresário do ramo de comunicação, esportista e homem do mundo -com a experiência de ter vivido em sete países – ele avalia o ano de 2016, fala sobre política, economia e as perspectivas para 2017. Confira entrevista publicada hoje, na superedição do Diario.    

Mauricio Rands - Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Mauricio Rands – Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Como foi o ano de 2016?
Muito difícil. O Brasil vive a maior crise econômica, política e moral de todos os tempos. E isto afeta diretamente todos: dos mais ricos aos mais pobres. Estes especialmente.
 
Como é a corrupção no país?
Já tive a oportunidade de viver em pelo menos sete países diferentes. E posso afirmar, com toda segurança, que o Brasil é o mais corrupto de todos em que vivi.
 
Feita especialmente pelos políticos?
Existem muitos políticos desonestos e a nação espera que eles sejam punidos. A corrupção virou uma coisa sistêmica  no nosso país. Tomou conta da economia, da política e, infelizmente, é praticada no dia da dia por grande parte da população.
 
A Lava-Jato foi importante para o Brasil?
Importantíssima, mostrou um esquema de desonestidade sem similar no mundo. Colocou na cadeia pessoas importantes que se julgavam acima da lei. Roubaram sem o menor escrúpulo, sem o menor limite.
 
Como o senhor vê a atuação do juiz Sérgio Moro?
Como advogado e professor de direito, vejo que ele comete alguns erros técnicos e excessos. Mas, de uma forma geral, tem prestado um enorme serviço ao país.
 
Existe uma esperança para 2017?
O quadro político brasileiro é imprevisível, a economia continua sendo mandada pelo sistema financeiro. Mesmo com a queda dos juros, a redução do endividamento das pessoas e a diminuição da procura de recursos, os bancos mantiveram o spread nas alturas. Ou seja, aumentaram sua margem de lucro e permaneceram entesourados no momento em que as pessoas e as empresas estão sem a menor liquidez. Porém, sou um otimista por natureza e acredito que possamos pelo menos diminuir a crise. Chegamos ao fundo do poço e já vejo sinais de mudanças de atitudes das pessoas.
 
Os projetos para o Grupo R2?
Tivemos, como todas as empresas de comunicação do país, um ano dificílimo, que exigiu de mim e do meu irmão Alexandre, um trabalho gigantesco para a continuidade dos órgãos que comandamos. É uma tarefa desafiadora, que só pode ser desenvolvida com muita dedicação e pernambucanidade. Quero dizer, por exemplo, que o Diario de Pernambuco, com seus 191 anos, não é um patrimônio nosso, mas de todos os pernambucanos.
 

Author: Tatiana Sotero

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