Maestro Spok lança projeto solo no Rock in Rio e ministra cursos na Califórnia

Maestro Spok - Crédito: Divulgação

Maestro Spok – Crédito: Divulgação

Quem pensa em Pernambuco lembra logo do frevo. E quem pensa em frevo faz referência a Maestro Spok. Apelidado carinhosamente de “embaixador do frevo”, Inaldo Cavalcante de Albuquerque, de 46 anos, é motivo de orgulho para a terra pernambucana, disseminando a cultura local para o mundo e realizando ações do bem através do frevo.

Maestro Spok - Crédito: Divulgação / Laís Meri

Maestro Spok – Crédito: Divulgação / Laís Meri

Começou sua trajetória na música na época de escola, em Abreu e Lima, e queria se enturmar com os alunos da aula de música, com quem sempre jogava bola, mas era tímido. Um deles notou a vontade de Inaldo e o chamou para participar. Desde então, tudo mudou. Saxofonista, o pernambucano ainda revela que o nome artístico Spok vem de um personagem do seriado Star Trek, o Capitão Spok.

Spok Frevo Orquestra - Crédito: Divulgação

Spok Frevo Orquestra – Crédito: Divulgação

Spok lidera a Spok Frevo Orquestra e diversos projetos, como o Instituto Passo de Anjo, que ensina frevo a jovens carentes. “Sempre tive o sonho de trabalhar com crianças, com a verdade do lugar, da vida, da alma delas”, relata, orgulhoso do seu trabalho. Além disso, Spok já saiu em turnê para levar o frevo para todos os continentes do mundo – tantos países que ele não consegue nem se lembrar. Ele já dividiu palco com grandes estrelas do cenário musical, Ivete Sangalo, Elba Ramalho, Alceu Valença, foram algumas delas. 

Em entrevista exclusiva ao Blog João Alberto, Maestro Spok abriu o coração ao falar do ritmo pernambucano, da sua trajetória, trabalhos atuais e lançamento de novo projeto solo. Confira:

Como surgiu o nome “Spok”?

Por causa do Capitão Spok. Quando eu era criança, passava o seriado Star Trek na televisão e eu brincava na sala de aula mexendo a orelha na escola. Hoje, tem amigos íntimos que não sabem meu nome. Inaldo virou apelido.

Qual sua relação com o frevo?

É minha vida. Eu toco saxofone, que faz parte de uma orquestra de frevo. E frevo faz parte do meu espírito artístico, pernambucano, nordestino e brasileiro. É minha força artística e espiritual.

Como começou sua trajetória no mundo da música?

Na escola Polivalente, em Abreu e Lima, entrei em uma sala de alunos de música. Eu jogava bola com eles e era o único momento que eu falava a língua deles. Porque depois, ficavam falando sobre música e eu não conseguia acompanhar. Um dia, um colega notou que eu queria aprender mas era tímido, então me chamou. Eu cursava a quinta série na escola.

Crédito: Blenda Souto Maior/DP

Crédito: Blenda Souto Maior/DP

Qual o papel do frevo em Pernambuco?

O papel do frevo em Pernambuco é ser uma das fortes identidades da alma do povo do estado. A única música genuinamente brasileira instrumental que nasce da orquestra. Tem uma importância muito grande no mundo da música. É um dos nossos cartões de visita.

Como funciona a Spok Frevo Orquestra?

Não é fácil trabalhar com orquestra, sempre que viajamos são 25 pessoas na equipe, desde músicos a técnicos e produtores. A Orquestra funciona através de projetos, festivais de música instrumental, de jazz, world music, com o cunho de praticar e trabalhar.

O que você acha do título popular de “embaixador do frevo”?

Algumas pessoas já se referiram assim a mim. Eu fico feliz porque encaro como um elogio, com respeito e consideração. Mas sei que existem vários que merecem tanto quanto.

Para quais lugares você já foi com a orquestra?

Eu não sei dizer todos, mas posso afirmar que foram todos os continentes. O mais diferente foi ir pra Índia, experiência única.

 Crédito: Ricardo Fernandes/DP

Crédito: Ricardo Fernandes/DP

Qual apresentação mais te marcou e por quê?

A realização de um longa, chamado Sete corações. O documentário mostrou o olhar de sete mestres vivos do frevo. Hoje só existem cinco. Não existe na minha vida sonho maior, eu já realizei. O filme foi o grande amor da minha vida artística. Os mestres homenageados foram: Clóvis Pereira, Duda, Guedes Peixoto, Ademir Araújo, Zé Menezes, Edson Rodrigues e Nunes.

Qual a importância de disseminar o frevo para fora de Pernambuco?

Saber que esses mestres estão felizes. Os que se foram e os que ainda estão vivos. Saber que estamos levando para fora daqui o que eles criaram.

Como vai ser a apresentação no Rock in Rio, quando fará uma homenagem a Gilberto Gil?

Essa apresentação não vai ser em nome da Orquestra, vai ser só eu, Spok. Para mim, vai ser mais um grande sonho realizado. A possibilidade de gravar um novo projeto solo, quero aproveitar a ocasião para lançá-lo. É de uma importância muito grande. Já participamos do Rock in Rio, em Las Vegas, ano passado. Este ano, poder tocar no Rio de Janeiro vai ser maravilhoso.

Crédito: Marcelo Barreto/Divulgação

Crédito: Marcelo Barreto/Divulgação

Como funciona o Instituto Passo de Anjo?

Tirando o filme, é o outro grande amor da minha vida. Sempre tive o sonho de trabalhar com crianças, com a verdade do lugar, da vida, da alma delas. Tenho o sonho de abrir o Instituto do Passo de Anjo em vários lugares. Estou muito feliz com a unidade em Abreu e Lima. Acredito muito no conceito de escola, que devemos ensinar o poder de cultuar o próprio, o que eles têm de certeza de verdade cultural. Não tenho nada contra que ensinem todas as outras matérias, mas tenho tudo a favor que ensinem o frevo.

Você fará alguma nova turnê no exterior?

No fim de agosto até começo de setembro, por 10 dias, realizarei oficinas e workshops, no Cazadero, na Califórnia. Serão vários estudantes do mundo inteiro aprendendo um pouco mais sobre o frevo.

Você pretende lançar nova música?

Pretendo sim, em meu projeto solo. Estou compondo para ele, inclusive com estúdio marcado.

Quais seus próximos projetos?

Basicamente meu projeto solo. Estou investindo nas redes sociais também, minha página no Facebook e meu perfil no Instagram devem entrar no ar a qualquer momento. Vou deixar de ser menos matuto.

Author: Júlia Molinari

Compartilhe este post