Hayrton Almeida, uma vida de aventura com os filhos: “Eu tento passar um pouco do que eu sei que a natureza pode ensinar”

Hayrton Almeida, uma vida de aventura com os filhos: “Eu tento passar um pouco do que eu sei que a natureza pode ensinar”

selo dia dos pais

Especialmente para o Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo, dia 13 de agosto, o Blog João Alberto produziu uma série que vai contar histórias bem diferentes. Tem pai de primeira viagem, pai cozinheiro, pai aventureiro, pais LGBT, pai que acabou tornando-se empresário do filho na carreira artística, e tem até pai de pets! A essência paterna que foi compartilhada por cada um promete inspirar e emocionar muita gente. Até domingo, contaremos tudo por aqui… 

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Hayrton Almeida com os filhos Davi, Cayo e Pedro – Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Com as companhias certas, a vida pode ser uma grande aventura. Aprender a desfrutar do que a natureza é capaz de oferecer é a chave para portas impressionantes se abrirem. É isso que Hayrton Almeida, de 50 anos, tenta ensinar aos filhos. Ele é pai de Nayane, de 32 anos, e Cayo, de 31, do primeiro casamento; Diego, de 28; e Pedro, de 24, e Davi, de 10, estes dois últimos do atual casamento com Edna Moura, de 44 anos.

Muito jovem, com apenas 18 anos, Hayrton descobriu que seria pai de Nayane. Por este motivo, casou-se com a sua primeira esposa. Menos de um ano depois, a surpresa de uma nova gestação chegou:  Cayo viria ao mundo. Após cinco anos de casados, eles resolveram se separar e Hayrton ficou com a guarda dos filhos. “Sempre tive senso de responsabilidade, por ser filho mais velho de pais separados. Aos 12 anos, quem cuidava dos meus irmãos era eu: dava banho, colocava o jantar. Minha mãe tinha que trabalhar. Ainda assim, eu sendo pai, tudo era um desafio”, conta.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Apesar disso, Nayane e Cayo ficaram no Recife, enquanto ele seguia para Fernando de Noronha para começar a vida. Somente três anos depois, já tendo engatado um relacionamento com Edna, seus filhos foram morar na ilha. “Abdiquei da minha juventude, de sair, de curtir a vida… Isso para mim não existiu. Mas foi bom por um lado, porque consegui batalhar pelas minhas coisas cedo”, explica Hayrton, sobre a paternidade precoce, tendo que trabalhar muito para construir algo que vingasse em Noronha.

Logo depois, nasceu Diego, que mora em Caruaru. A relação com o pai não é tão próxima quanto os outros quatro filhos, mas eles mantêm contato frequentemente.

Nayane, Diego, Hayrton, Diego, Pedro e Cayo - Crédito: Divulgação

Nayane, Diego, Hayrton, Diego, Pedro e Cayo – Crédito: Arquivo pessoal

Edna ainda não era mãe e tinha uma imensa vontade de engravidar. Desta vez, com planejamento, Pedro nasceu. Por ter uma rotina muito puxada de trabalho, Hayrton admite ter sido ausente. “Eu saía de casa às 6h e voltava às 23h. Eu só tinha os fins de semana para aproveitar, de fato, os meus filhos”, conta. “Nesse tempo, eu fazia questão de fazer uma trilha, ir à praia, fazer um piquenique com eles”, completa. O esforço deu frutos: ele comanda um receptivo, o Atalaia Noronha, que oferece pacotes de turismo para a ilha. A empresa, que tem 25 anos, começou apenas com Hayrton – atualmente, tem 50 funcionários.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Em tempo, depois de 13 anos, Edna quis ser mãe novamente. Com isso, nasceu Davi, de 10 anos, o caçula da família. Hayrton comenta a diferença de idade entre os filhos: “Sou mais presente. Agora, tenho estabilidade financeira. Não preciso ficar trabalhando o tempo todo, como aconteceu com todos os outros. Fui pai de Davi na hora certa”.

Davi e Hayrton - Crédito: Divulgação

Davi e Hayrton em viagem ao Rio de Janeiro – Crédito: Arquivo pessoal

Criado em Boa Viagem, no Recife, Hayrton sempre esteve em contato com a praia. Seu fascínio pela natureza só fez aumentar quando foi morar em Fernando de Noronha. “Sempre gostei de natureza, sempre me fascinou. Praia, cachoeira, montanha… Lá, a natureza é tão viva, me encantei. Para mim, é o paraíso. E ter esse contato, de poder criar os filhos numa situação de respeito à natureza, facilitou. Até hoje é assim. Conversamos muito sobre isso, eu tento passar um pouco do que eu sei que a natureza pode ensinar”, explica.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

O empresário conta que um dos maiores ensinamentos da natureza é a paciência. “Vou dar o exemplo da paciência. Vivemos em uma sociedade imediatista, plantamos hoje, queremos colher amanhã. Mas não é assim que funciona”, explana. “A semente morre, para depois germinar. E aí passam anos, até se tornar uma árvore. Para só então, dar frutos”, conclui.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

“Sempre procurei e procuro me espelhar nas coisas da natureza. Ela só nos ensina, é inspiradora. É um contato máximo contemplar o sol nascendo, dando uma nova oportunidade de vida todos os dias. Sentir os ventos, ouvir os pássaros, ver árvores, admirar o sol se pôr, a lua aparecer”. É com esses princípios que Hayrton educa seus filhos. E uma das maneiras de vivenciar toda essa ligação com o verde é viajando.

Cayo, Davi, Hayrton e Edna - Crédito: Divulgação

Cayo, Davi, Hayrton e Edna – Crédito: Arquivo pessoal

Quando seus filhos começaram a crescer, naturalmente, a necessidade de um ensino mais consistente veio. Por essa razão, ele e Edna resolveram criar uma base novamente na capital pernambucana. Desde então, eles voltam à ilha todos os feriados. Nos últimos anos, eles criaram uma obrigação de viajar em família pelo menos uma vez ao ano. Já foram para a Europa, toda a costa da Califórnia, Disney e diversos lugares no país. Hayrton relata que a viagem mais marcante foi a última, quando todos foram para a Amazônia.

Por cinco dias, eles realizaram uma expedição subindo o rio Negro em um barco. “Sem sinal de celular, tivemos que reaprender a viver, a conversar, a olhar no olho do outro. À noite, o barco parava. Podíamos olhar as estrelas de noite, tendo como único som o da natureza. Perceber que, naquela imensidão de rio, éramos os únicos seres humanos curtindo aquele momento. Foi incrível. Só tenho que  agradecer a Deus”, relembra.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Cada filho é um aprendizado diferente. “Nayane é meticulosa no que faz, organizada. Cayo é muito calmo, ele consegue ter de mim a tranquilidade de quando medito, buscando as respostas internamente. Pedro é determinado, almeja uma coisa e vai atrás. Me lembra muito o começo da minha vida adulta. Já Davi não se deixa levar pelos outros, tem uma personalidade forte, sempre querendo dar sua opinião em tudo”.

Edna, Hayrton, Pedro, Davi e Cayo - Crédito: Divulgação

Edna, Hayrton, Pedro, Davi e Cayo – Crédito: Arquivo pessoal

 Hayrton ainda exerce a função de avô. Nayane tem um casal de filhos, mas ele admite não se sentir como tal. A ficha ainda não caiu, a juventude que foi perdida no passado, é compensada no presente. “É uma relação boa, mas ainda não me sinto um avô. Acho que vou sentir mais quando Cayo e Pedro saírem de casa, e ficarmos só eu, Edna e Davi. Vou querer preencher os espaços”, conta.

Davi, Edna e Hayrton - Crédito: Divulgação

Davi, Edna e Hayrton – Crédito: Arquivo pessoal

A influência de Fernando de Noronha na família é tão grande que, atualmente, Cayo trabalha com o pai na empresa.  Naiane seguiu o mesmo caminho: ela é formada em turismo, trabalha prestando assessoria e em uma central de pousadas na ilha. Os dois mais velhos, assim como o pai, não conseguem ficar longe do arquipélago. Enquanto isso, Pedro tomou outro rumo:  é advogado, mas mesmo assim, mantém uma forte relação com o lugar onde nasceu.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

“Eu não sou muito diferente dos pais que tem por aí, não. Sou um pai exigente, cobro muito de todos. Mas também sou um pai que procuro ser amigo e sou bagunceiro. A vida é tão séria que deixa a gente com um peso muito grande nas costas. Temos que sorrir pra vida, para ela sorrir de volta. É uma via de mão dupla, tem que agradecer”, relata Hayrton, que não se arrepende de nada que viveu.

Hayrton, Davi e Edna - Crédito: Arquivo pessoal

Hayrton, Davi e Edna – Crédito: Arquivo pessoal

Ser pai foi um divisor de águas na vida do empresário. “Tudo que vivi na vida, eu viveria de novo. A maior alegria do mundo foi poder ter sido pai. Fui pai porque tinha que ser”, acredita. “A parte mais gostosa da paternidade é chegar em casa e saber que tem gente. A pior coisa que pode acontecer para um ser humano é a solidão. Eu gosto de estar só em alguns momentos, mas eu não suportaria viver sozinho. Saber que eles estão em casa ou que estão chegando conforta o coração”, se emociona.

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Crédito: Shilton Araújo/Esp.DP

Com uma vida difícil desde o começo, Hayrton pôde aprender muito com os desafios e as conquistas. Hoje, ele se orgulha de ter construído uma história que liga o amor e a natureza. Os instintos de sentir e proteger fazem parte dele. Até os funcionários, Hayrton considera como se fossem seus filhos. “Para cuidar, são dois netos, uma esposa e “55 filhos”. É muita gente embaixo da asa”, brinca.

Author: Júlia Molinari

Compartilhe este post