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“Sempre lutei pela boa assistência às mulheres e pelo seu direito a uma saúde e vida dignas” afirma Isabela Coutinho, diretora do Hospital da Mulher do Recife

“Sempre lutei pela boa assistência às mulheres e pelo seu direito a uma saúde e vida dignas” afirma Isabela Coutinho, diretora do Hospital da Mulher do Recife

Isabela Coutinho – Crédito: Thalyta Tavares/Esp.DP

Influenciada em seguir os passos do avô médico, Isabela Coutinho é graduada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em ginecologia e obstetrícia. “O momento sublime do nascimento sempre me tocou de forma especial. Nessa especialidade temos a oportunidade de presenciar não só o nascimento de um bebê, mas o nascimento de uma família e uma nova mulher. Esse momento sempre me emociona”, declarou .

A atual diretora do Hospital da Mulher do Recife (HMR) também é mestre em saúde materno infantil.  Pernambucana, ela já ocupou cargos de destaque no estado, como gestora da Maternidade Dia do IMIP, no período de 2009 a 2015, e técnica de políticas de saúde da mulher, entre 2013 e 2016. “Sempre lutei pela boa assistência às mulheres e pelo seu direito a uma saúde e vida dignas”, ressaltou.

Em 2017, Isabela recebeu o Prêmio Tacaruna Mulher, o qual valoriza o talento feminino em diversas áreas de atuação, tendo destaque na categoria Medicina e Saúde por seu trabalho no HMR – que atualmente atende cerca de 700 pacientes por dia. “Ao receber tão valoroso prêmio, percebi que estou no caminho certo, aumentando a vontade de fazer mais e melhor pelas mulheres”, comentou.

Isabela Coutinho – Crédito: Thalyta Tavares/Esp.DP

Isabela se destaca por ser uma grande defensora do parto humanizado. “O conselho a ser dado a uma mulher é que leia sobre o tema, faça parte de grupos de apoio ao parto humanizado (tanto de forma presencial quanto virtual), discuta sobre o seu parto, tire suas dúvidas com o profissional que estiver fazendo o pré-natal, e vá em busca do seu objetivo”, aconselha a diretora do HMR. Confira entrevista exclusiva com a diretora do Hospital da Mulher do Recife sobre sua carreira:

Como você decidiu que seguiria a carreira na área de medicina?
Decidi fazer medicina influenciada por meu avô que era médico, Arthur Coutinho, com o qual eu tinha muita afinidade e nutria por ele uma grande admiração. A opção por Ginecologia/Obstetrícia aconteceu após ingressar como estagiária na Maternidade Bandeira Filho (por volta dos meus 20 anos de idade). O momento sublime do nascimento sempre me tocou de forma especial. Nessa especialidade temos a oportunidade de presenciar não só o nascimento de um bebê, mas o nascimento de uma família e uma nova mulher. Esse momento sempre me emociona.

Para você, assumir a responsabilidade de comandar o primeiro Hospital da Mulher no Recife foi uma missão desafiadora? 

Não esperava essa proposta e me senti lisonjeada e desafiada em tão grande e nobre missão. Mas, entendo que a filosofia humanizada de atendimento do Hospital da Mulher do Recife está em sintonia direta com a minha trajetória profissional e de vida.  Como funcionária concursada, desde 1995, da Prefeitura da Cidade do Recife, tive participação na concepção e prestei consultoria sobre as necessidades de um hospital voltado exclusivamente para a mulher.

Isabela Coutinho – Crédito: Thalyta Tavares/Esp.DP

Sempre lutei pela boa assistência às mulheres e pelo seu direito a uma saúde e vida dignas. Defensora da humanização na assistência ao parto, nascimento e pós-parto quebramos muitas barreiras e preconceitos. Estendo esse olhar humanizado a todas as mulheres (ou pessoas) que de alguma forma precisam de nossa ajuda, do nosso apoio. Além dessa visão de humanização, fiz mestrado e doutorado na área, com experiência também como gestora. Assim, atribuo a escolha do meu nome a essa trajetória.

 Houve crescimento na procura por parto humanizado na capital pernambucana?

Felizmente, estamos percebendo uma procura maior das mulheres e suas famílias pelo parto humanizado. A mulher está se empoderando no sentido de cobrar uma participação mais efetiva nas escolhas em relação ao seu modo de parir. O conselho a ser dado a essa mulher é que leia sobre o tema, faça parte de grupos de apoio ao parto humanizado (tanto de forma presencial quanto virtual), discuta sobre o seu parto, tire suas dúvidas com o profissional que estiver fazendo o pré-natal, e vá em busca do seu objetivo. Importante frisar que, com o apoio do seu companheiro, da sua família e dos seus amigos mais próximos, todo o processo se dará com mais tranquilidade.

Qual a sua experiência marcante na carreira como médica e diretora?

Como médica, foi perseguir e lutar pelo meu sonho de oferecer à mulher uma assistência digna e colocá-la como protagonista no seu processo de pré-parto, parto e nascimento. Considero que muitas batalhas foram ganhas nesse sentindo. E como diretora, é poder colocar em prática a visão humanizada às mulheres em todas as fases de sua vida. A luta é diária e constante, mas acredito estar fazendo alguma diferença para as mulheres que procuram o Hospital da Mulher do Recife.

Isabela Coutinho – Crédito: Thalyta Tavares/Esp.DP

Existem novos projetos para o Hospital da Mulher do Recife?

Existem inúmeros projetos ainda para o Hospital da Mulher do Recife, visto que a programação foi realizar a sua abertura por etapas. Além disso, precisamos dar continuidade e fortalecer cada vez mais o nosso atendimento especializado e humanizado. Alguns serviços ainda têm grande potencial de crescimento. Entre eles, o Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência – Sony Santos, que atende vítimas de violência de todo o estado de Pernambuco, 24 horas por dia. Também o ambulatório LBT (lésbicas, bissexuais e transexuais transgenitalizadas), que faz um atendimento especializado para este público.

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