“Gravatá receberá o Sun Music Festival, em outubro”, revela Giovanni Papaléo, idealizador do Gravatá Jazz Festival
O engenheiro e músico Giovanni Papaléo é o grande nome por trás do Gravatá Jazz Festival, evento que acontece há 3 anos com o objetivo de propagar o estilo musical no estado. Ele também é baterista da banda pioneira de blues em Pernambuco, Uptown, responsável por incluir Pernambuco no circuito dos grandes festivais de blues. Com a banda, Giovanni já tocou com grandes nomes do cenário musical, como Big Chico, Mister Jack, Renato Barros, Ted Mcneely, Robson Fernandes, James Wheeler, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), entre outros artistas.
Em entrevista ao Blog João Alberto, o músico expressou sua opinião sobre outros estilos musicais e ainda revelou que o Gravatá Jazz Festival e sua banda estão concorrendo ao Prêmio Profissionais da Música. Ele ainda anunciou que, durante o mês de outubro, Gravatá irá receber o Sun Music Festival, onde ele será o produtor local. Confira o bate papo completo aqui:
Quem é sua maior inspiração no jazz?
Minha maior inspiração é o baterista Buddy Rich, o maior baterista de jazz do mundo. Quem me apresentou ele foi meu pai, quando eu era pequeno.
Como surgiu a dedicação ao gênero musical?
Tudo começou porque amo muito o jazz e o blues e aqui em Pernambuco esses gêneros nunca foram difundidos. Nosso estado é o mais rico, culturalmente, do país. A minha banda, Uptown, foi criada justamente para difundir este ritmo e a nossa paixão.
De onde surgiu seu envolvimento com o Gravatá Jazz Festival ?
Sou o idealizador do festival e estou ali presente desde a primeira edição. A influência empresarial do evento é de Eduardo Cavalcanti, Felipe Carreras e Joaquim Neto. Hoje, eu me orgulho em dizer que participo do festival de jazz que é referência no país. Além disso, o festival está concorrendo na categoria festivais de música do Prêmio Profissionais da Música.
Você participa diretamente da seleção de artistas que tocam no Gravatá Jazz Festival?
Participo de tudo. Desde as sugestões de bandas que irão participar, desenvolvimento da programação até a supervisão dos parafusos que serão colocados no evento.
Como surgiu a banda Uptown Band?
O objetivo principal sempre foi difundir o jazz e o blues no Recife. A Uptown foi a primeira banda desse gênero musical no estado e com ela conseguimos incluir Pernambuco no circuito de festivais como Oi Blues By Night, Gravatá Jazz Festival, Riomar Jazz Fest, Jazz Porto e Garanhuns Jazz Festival. A banda existe há 21 anos e este ano estamos na final do Prêmio Profissionais da Música, somos a única banda do Nordeste na premiação.
Como é feita a escolha de repertório da banda?
Todo o repertório é feito em conjunto. Procuramos sempre incluir os maiores nomes do blues no Brasil. Estamos lançando também um disco com músicas totalmente autorais, “Uptown band and friends”, e conta com mais de trinta participações nacionais e internacionais, nomes como Robin Banerjee (guitarrista de Amy Winehouse) e integrantes do Kid Abelha.
Com o boom de estilos musicais como sertanejo e funk, como você encara a aceitação do público ao blues no cenário musical atual?
O grande cantor e guitarrista de blues, John Lee Hooker, tem uma frase perfeita para essa situação. “O blues é a raiz e a música pop é o fruto que sai dessa raiz”, ou seja, todas as músicas que hoje fazem sucesso são derivadas do blues. O funk criado por James Brown é maravilhoso, esse sim é o funk verdadeiro, não é aquele que toca no Rio de Janeiro, o que faz sucesso com a massa. Os modismos passam mas o blues fica, ele sim tem qualidade de verdade.
O que você acha que impulsionaria o blues atualmente?
Indiretamente, o blues é um grande impulsionador do turismo, como aconteceu no Gravatá Jazz Festival, existe público para isso, é um público exigente e que tem sim bons músicos. Os meios de comunicação preferem investir em algo mais fácil, é só a gente observar, as músicas que tocam hoje não são as mesmas que tocavam há um, dois anos atrás, eles têm que se reinventar. Qualquer um pode tocar sertanejo e funk, são gêneros fáceis de tocar.
Como imagina sua relação com a música daqui a 20 anos?
Só tende a crescer. Para mim, música é vida, um grande combustível da vida. Sou movido por ela.
Tem novos projetos para este ano?
Graças ao sucesso do Gravatá Jazz Festival, Pernambuco atraiu a feira internacional da música, Sun Music Festival, que será realizada em Gravatá, em outubro e eu serei o produtor local do evento, a produção nacional fica por conta de Eduardo Maia. Essa feira terá shows de grandes bandas nacionais e internacionais, além de gastronomia e negócios.