Arlindo Grund estreia programa solo na televisão: “Convidei o Alexandre Herchcovitch para desenvolver algumas peças”, disse o pernambucano

Arlindo Grund estreia programa solo na televisão: “Convidei o Alexandre Herchcovitch para desenvolver algumas peças”, disse o pernambucano

Arlindo Grund estreia Roupa Ideal, seu programa solo no Canal Sony, dia 9 de abril – Crédito: Reprodução/Instagram

Quando o assunto é mudança de visual, ele é especialista. O pernambucano Arlindo Grund, de 43 anos,  ganhou repercussão nacional com suas missões à frente do programa Esquadrão da Moda, no SBT, ao lado de Isabella Fiorentino, dando dicas de como construir um estilo. Neste ano, ele surge com uma novidade: estreia um programa solo, no dia 9 de abril. “O programa Roupa Ideal simplesmente soluciona o problema do (a) participante a partir do desejo dele (a) e da história que ele (a) nos conta. Será uma atração superdinâmica de moda, mas de uma maneira que foque na vida das pessoas a partir daquele problema que ela mesma me falou”, explica.

Crédito: Divulgação/Hubby

Quando trocou a capital pernambucana por São Paulo, em 2003, Arlindo ministrou aulas de produção para catálogo comercial de moda e produção de editoriais de moda, além de palestras sobre moda. Também já foi responsável pelos editoriais e capas de grandes revistas como Marie Claire, Estilo e Boa Forma.

Dono de Nino e Johnny, dois cachorros da raça Shih-Tzu,  e com mais de 70 tatuagens espalhadas pelo corpo, o recifense é sucesso também fora da telinha, somando 1,6 milhões de seguidores no Instagram e mais de 69 mil inscritos no seu canal no YouTube. Na plataforma digital de vídeos, ele abre seu closet aos fãs, dá dicas de roupas para o público feminino e masculino, responde curiosidades sobre moda e ainda recebe convidados.

Maisa Silva e Arlindo Grund com seus animais de estimação. Crédito: SBT/Divulgação

Como escritor, Arlindo tem dois livros. O primeiro, Nada para vestir, lançado em 2015. “A necessidade de compartilhar informações foi meu maior ponto na hora de escrever o livro. O principal ponto de atenção é o reconhecimento do seu próprio corpo, biotipo, saber aquilo que te incomoda e como a moda pode te ajudar”, explica o stylist. Já o segundo livro, Armadilhas da moda, lançado recentemente no Recife, explica as melhores maneiras de adequar o look para qualquer ocasião.

Arlindo Grund – Crédito: Raphael Castello/Divulgação

“Mostro no livro como a falta de informação pode te levar por um caminho que nada tem a ver com seu estilo e personalidade. E mais ainda como você poderá fugir ou escapar dessas armadilhas que muitas vezes estão camufladas e quando percebemos já estamos dentro delas, seja por influências ou por falta de conhecimento mesmo”, explica. Em entrevista exclusiva para o Blog João Alberto, Arlindo Grund fala um pouco sobre mercado agênero, o universo de digital influencer, moda masculina e seus livros. Confira:

Qual a sua opinião sobre a indústria da moda atualmente? 

Acho que de uma maneira geral estamos evoluindo para a melhoria do segmento. Como somos um povo criativo estamos buscando alternativas para driblar esse momento conturbado da nossa economia. Como algumas pessoas acham que roupa é futilidade, o segmento acaba sendo um dos primeiros no corte das prioridades. O melhor de tudo isso são as alternativas como tecidos diferenciados, o próprio conceito de up- cycling que cresce a olhos vistos, também contribui para aumentarmos as possibilidades e colocar em prática a nossa criatividade.

E sobre o mercado agênero, você considera que está em frequente crescimento?

Essa é uma tendência mundial. Todo mundo pode e deve usar aquilo que tem vontade. Só não esquecendo do bom-senso e adequação que estão à frente de qualquer bandeira a ser levantada. É muito bom ver marcas e estilistas criando roupas para pessoas. Mas acredito que esse momento ainda vai demorar para se consolidar. Porém estamos no caminho certo, haja vista as marcas nacionais que estão investindo pesado nessa moda sem gênero.

Audiência dos blogs de moda brasileiros reflete a força do mercado mesmo em tempos de crise. Você considera que está relacionado com o fenômeno dos digital influencers?

Não. Acredito que essa força vem mesmo da credibilidade de quem repassa a informação. O fato de você ser um DI não significa que você mostre coisas boas. Tem muita gente aí equivocada. E depois do boom dos blogs, eu sempre falei, ficará aqueles que tem realmente conteúdo. E é o que está acontecendo. Fotos bonitas todo mundo pode fazer, agora com conteúdo, aí fica mais difícil.

Qual o papel que os digital influencers exercem no universo da moda atual? 

São as novas revistas. O mais interessante é que se pode contratar um DI que não tenha milhões de seguidores, mas que atinge o seu público alvo. Esse é o ponto. Muitas vezes o influenciador da sua cidade ou do seu bairro podem te dar mais retorno do que aquela pessoa que você não consegue contratar por motivos financeiros.

Crédito: Reprodução/Instagram

Você acredita que a indústria da moda está absorvendo essa tendência de não questionar o que se ouve e aceitar fielmente o que é imposto?

De forma alguma. Hoje o mundo está aberto a questionamentos e muitas das coisas que observamos nas passarelas não saem delas, estão lá só pra conceito. Mas é importante questionar sim.

Você está sempre circulando e divulgando as principais semanas de moda, que inclusive vêm se atualizando ao passar do tempo. Como você define os novos tempos das temporadas de moda brasileira? 

Acho que estamos num período de adaptação, mas o que é legal de observar é como as marcas estão reagindo a isso.  Nem sempre as pessoas estão dispostas a entrar num esquema imposto, por isso que já estão acontecendo desfiles e eventos de lançamento antes das semanas de moda. Cada marca decide o seu posicionamento no mercado.

Como surgiu sua paixão pela moda?

Desde que nasci. Não sei precisar, mas sempre me preocupei com roupa, imagem. Sempre fui curioso em relação às informações de moda e principalmente as possibilidades que as peças de roupas podem nos oferecer.

Você ainda percebe resistência dos homens em relação à moda? 

Sim, mas muito menos que há 10 anos atrás. Hoje, o homem já percebeu que a moda pode ser uma ferramenta para melhorar a vida e torná-la mais fácil. Estão se desprendendo de certos pudores e do preconceito mesmo. Usar a roupa ideal nada tem a ver com interferência na masculinidade.

Crédito: Reprodução do Instagram

A cultura pernambucana já influenciou ou influencia em seu modo de vestir? 

Sim, afinal sou pernambucano. Mas gosto muito de misturar os estilos. Por exemplo, usar uma roupa Gucci com uma bolsa que comprei na Fenearte, feita por uma família que preserva as características dos acessórios de cangaceiros. Nosso estado é rico culturalmente.

No Esquadrão da moda, você transforma o estilo das pessoas. Qual o principal desafio nesta missão? 

Nesse caso é tentar mostrar à pessoa o equívoco e como a moda está impactando negativamente em sua vida, mesmo sem perceber. A mudança tem que vir de dentro. A pessoa precisa estar disposta porque se não ela voltará a cometer os mesmos equívocos de estilo, adequação…

Crédito: Reprodução/Instagram

Seu primeiro livro, Nada para vestir, é um “manual com dicas para se vestir”. Quais são os principais mandamentos e o que levou a querer escrever sobre este conteúdo? 

A necessidade de compartilhar informações foi meu maior ponto na hora de escrever o livro, e o principal ponto de atenção é o reconhecimento do seu próprio corpo, biotipo, saber aquilo que te incomoda e como a moda pode te ajudar. Ser uma aliada nesse momento, te dando alternativas para que você se sinta mais seguro(a).

Você recebe muitos feedbacks dos leitores sobre os ensinamentos passados no seu livro? 

Sempre! O mais interessante é que muitas vezes nas ruas as pessoas me param, começam a falar e depois que eu entendo que é sobre o livro. Muitas pessoas já tem a informação, mas não sabem como usá-las. Daí o Nada para vestir ajuda e muito. Aliás, esse foi o propósito: fazer com que as pessoas olhem para seu guarda-roupa de maneira diferenciada.

Para você, qual é a importância de escolher uma roupa?  

Se você pensar que nossa roupa é a primeira comunicação não-verbal que temos com a sociedade ou interlocutor, seria de bom tom e de suma importância você escolher aquelas roupas que mais combinam com sua personalidade e que o deixem seguro em qualquer ambiente ou situação.

Quais os conceitos das principais armadilhas da moda que você cita em seu novo livro, lançado recentemente no Recife?

Nesse caso não darei spoiler, mas de qualquer forma mostro no livro como a falta de informação pode te levar por um caminho que nada tem a ver com seu estilo e personalidade. E mais ainda como você poderá fugir ou escapar dessas armadilhas que muitas vezes estão camufladas e quando percebemos já estamos dentro delas. Seja por influências ou por falta de conhecimento mesmo.

Você já se meteu em alguma armadilha na moda?

Nem te conto! Já sim, mas de propósito, para experimentar o diferente. Mas como sempre tive meu estilo bem definido não considero uma armadilha, mas sim uma contestação ou um desejo de provocar mesmo.

Crédito: Divulgação/SBT

Cite algumas tendências atuais para o universo masculino da moda. 

Os acessórios de maneira geral, como meias coloridas e pulseiras, estão caindo no gosto do homem brasileiro, as bermudas que encurtaram e viraram shorts, além da influência esportiva, que vem reinando na moda desde 2011. As calças curtas também entram nessa lista. O que é mais legal é perceber que os homens estão usando mais cores, incluindo aí o rosa e o amarelo, ambos em tom pastel.

Quais são seus novos projetos para este ano? 

Além de continuar ministrando palestras, a grande novidade é o meu programa solo no Canal Sony. A estreia será  dia 9 de abril.  Roupa Ideal simplesmente soluciona o problema do (a) participante a partir da história que ele (a) nos conta. Será um programa superdinâmico de moda, mas de uma maneira que foque na vida das pessoas a partir daquele problema que ela mesma me falou. Aí temos uma conversa e depois seguimos para as lojas e demais locais. Convidei o Alexandre Herchcovitch para desenvolver algumas peças para algumas pessoas que participaram do programa. Serão 13 episódios com 26 participantes.

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