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“Não era meu objetivo trabalhar em Hollywood”, revela Rodrigo Santoro

“Não era meu objetivo trabalhar em Hollywood”, revela Rodrigo Santoro

Crédito: Felipe Souto Maior/Divulgação

Quando ainda era uma promessa no mundo cinematográfico, Rodrigo Santoro desembarcou no Recife para divulgar o longa-metragem Bicho de Sete Cabeças, seu primeiro protagonista, em seu primeiro filme. “Estive aqui em 2001, com o Bicho de Sete Cabeças. E além do filme ter sido muito reconhecido, ganhamos vários prêmios, tornando o longa o grande campeão daquela edição. Ali foi o começo da minha história no cinema. Lembro que saímos para comemorar no Centro, acho que era algum lugar chamado Beco. Estávamos todos juntos, inclusive os outros que participaram do festival, em um clima de celebração muito grande, não havia o menor clima de competição”, revela Santoro em coletiva de imprensa no hotel Nobile, na Avenida Boa Viagem, na tarde desse sábado. Dezessete anos após essa conquista, Santoro retornou ao Cine PE, mas dessa vez para ganhar uma homenagem por sua trajetória. O ator recebeu o Troféu Calunga de Ouro. 

Com papéis pequenos no começo da carreira internacional, Santoro comentou que sua ida aos Estados Unidos aconteceu de forma natural e que algumas pessoas consideraram retrocesso um ator com tanto talento e em ascensão no Brasil, partir para produções menores, com papéis até mesmo sem fala. “Essa visão de que fui fazer uma carreira em Hollywood não existe. Fui divulgar filmes brasileiros (Abril despedaçado e Carandiru) e a partir deles entrei em contato com o mercado externo, conheci diretores e festivais. Não era meu objetivo. Não saí com uma mochila nas costas e falei “Vou conquistar Hollywood”. Nunca existiu esse pensamento na minha cabeça, até porque eu tava vivendo aqui um momento muito bom para minha carreira, nada me faltava aqui para eu ter que buscar fora, então foi mesmo uma consequência”, explicou. “Olho pra tudo isso como uma grande aventura em que estou tendo a oportunidade de trabalhar. Sigo ajudando a contar histórias, tentando falar da vida, refletir sobre os sentimentos”, completou o ator. 

Crédito: Felipe Souto Maior/Divulgação

Com o passar do tempo, Santoro conseguiu participações em produções maiores no mercado internacional, como o vilão Xerxes em 300 e atualmente na série Westworld, na qual interpreta Hector Escaton, e conta com Anthony Hopkins e Evan Rachel Wood no elenco. “Já tinha me interessado pelo roteiro de Westworld, mas eu tinha dúvidas sobre manter um compromisso mais longo com a série até porque eu continuo residindo no Brasil”, revelou. “Mas quando comecei a entender quem eram os atores que iriam participar da produção, meu interesse aumentou imediatamente. É claro que eu queria ter a oportunidade de trabalhar com essas pessoas. É uma experiência incrível. Não consigo nem descrever. E não é porque são pessoas famosas, é porque são grandes artistas, como outros que eu já tive oportunidade de trabalhar, como Fernanda Montenegro”. 

Quando questionado sobre a dublagem de produções internacionais, Santoro esclareceu que faz questão de por sua voz em seus personagens. “Normalmente as produtoras me procuram ou quando vai ser dublado, procuro logo para dublar meu próprio personagem”, disse o ator. “Já houve uns dois casos em que um primo mandou mensagem dizendo “Que voz horrível que colocaram em você” [risos]. Então às vezes dublando uma fala que tá em inglês, você tem que fazer adaptações. É o único desafio que existe. Não dá pra você traduzir ao pé da letra. A dublagem por natureza tem que ser bastante didática e é sempre bom deixar menos coloquial”, conclui Santoro. 

Crédito: Felipe Souto Maior/Divulgação

Em relação aos novos projetos, Santoro já revelou, com muito entusiasmo, que atuou no drama Un Traductor. Baseado em fatos reais, o personagem de Rodrigo é um professor de literatura russa, que se vê obrigado a trabalhar como tradutor para crianças vítimas do desastre nuclear de Chernobyl quando elas são enviadas até Cuba para tratamento médico. Santoro fala em espanhol e russo. O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil. 

Em sua passagem pelo Recife, Santoro veio acompanhado da esposa, Mel Fronckowiak, ganhou bolo de rolo e logo após a participação no Cine PE, foi curtir o Boi da Macuca, nas ladeiras de Olinda.

Confira um dos trechos da coletiva:

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