Caetano e os filhos promoveram um passeio pela autobiografia musical da família no Recife

Caetano e os filhos promoveram um passeio pela autobiografia musical da família no Recife

Crédito: Reprodução/Pedro Pereira

Por Marcionila Teixeira/Especial para o Blog João Alberto

Moreno Veloso tinha nove anos quando fez a primeira parceria musical com o pai famoso, Caetano. A composição é a conhecida Um canto de afoxé para o bloco do Ilê. Ontem, em show no Recife com os três filhos, o artista promoveu um passeio pela autobiografia musical da família, contando essa e outras histórias dos Veloso.

Crédito: Reprodução/Pedro Pereira

O Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, estava lotado para ver o espetáculo chamado Caetano Moreno Zeca Tom Veloso, uma alusão ao nome dos filhos. Teve momentos de Caetano, 76 anos, deixar o violão e a cadeira onde se apresentava e dançar.

Crédito: Reprodução/Pedro Pereira

Cada um dos filhos fez o mesmo em músicas diferentes. O mais tímido foi Zeca na hora de arriscar o tal samba no pé. Tom dançou lindamente com os pés descalços, assim como a tia Maria Bethânia. E Moreno convidou o pai para dividir parte da coreografia. Deve ser um orgulho para Caetano ter os filhos seguindo a mesma carreira e alcançar o ápice de se apresentarem juntos em turnê.

O show durou uma hora e meia e foi permeado por músicas antigas de Caetano e outras mais novas compostas pelos filhos. A abertura contou com a clássica Alegria, Alegria, seguida de O seu amor, de Gilberto Gil, e Boas vindas. Nessa hora, Caetano fez sua primeira fala ao público. “Um dos lugares que mais amo no mundo é Recife”. E logo emendou que fez a música Boas vindas para receber o filho Zeca e colocou ela no repertório para os pernambucanos também receberem “o único estreante entre eles”. Todo homem, composição de Zeca que tem encantado os fãs, foi a canção seguinte.

Tom cantou Clarão, mas antes disse: “Vou cantar, mas meu pai vai me ajudar”. O diálogo e as brincadeiras aconteciam entre pai e filhos o tempo inteiro para nortear o que vinha a seguir ou falar de um passado e presente dos Veloso. Moreno, o mais velho, contou, sorrindo, que teve que aprender a tocar O leãozinho para ver o pai feliz.

Outra bela história contada por Caetano foi sobre a religiosidade dos três filhos. Disse que mesmo ele não sendo religioso, os filhos Tom e Zeca são cristãos e Moreno é ligado a religiões afrodescendentes. “Sou macumbeiro, gente”, brincou Moreno. A introdução do artista baiano foi para explicar como surgiu a composição Ofertório, feita para a mãe, dona Canô, a pedido da filha Mabel, a mais católica da família, segundo Caetano.

Crédito: Reprodução/Pedro Pereira

O belo espetáculo terminou com um bis iniciado com o protesto de Moreno pela soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seguida, vieram Tom, Deusa do Amor, música de Moreno, e Tá escrito, samba do grupo Revelação que entrou no repertório para homenagear Zeca, que é carioca. Os Veloso são um espetáculo. Agora é torcer para a volta deles ao Recife.

Compartilhe este post