A moda pegou! Um roteiro com Espaços Colaborativos no Recife
Custos fixos e mais baixos são alguns dos grandes benefícios de aderir ao modelo de negócio. | Imagem ilustrativa. – Crédito: Reprodução/Pixabay
O conceito de espaço colaborativo é simples. Eles funcionam como um eficiente canal para expor e vender produções independentes, disponibilizando um espaço físico a um custo mais acessível do que o produtor teria que desembolsar para abrir, sozinho, sua própria loja. Fundamentado nos princípios da economia colaborativa – que, por sua vez, se baseia no ato de compartilhamento e troca de serviços e objetos entre empresas – o modelo de negócio vem revolucionando e transformando o comércio e os serviços no mundo todo. No Recife, a moda pegou.
Para Nathaly Pontes, à frente do Espaço 67, a capital pernambucana, bem como outras capitais pelo Brasil e pelo mundo, comprova que a tendência tem sido bem aceita. “A economia colaborativa é uma tendência global. Recife não é diferente de outras cidades importantes do país, e está contida nesse modelo operacional. Apesar do momento de recuperação econômica que estamos passando, o faturamento está acima de nossas expectativas”.
Custos fixos e mais baixos são alguns dos benefícios de aderir ao modelo de negócio. O que atrai é a união de pilares sociais – que incluem um número maior de pessoas com acesso aos produtos oferecidos em um mesmo espaço. A sustentabilidade e a formação de verdadeiras comunidades também são destaques. A analista do Sebrae Conceição Moraes pontua que a tendência pode ser uma grande aliada para o bom desenvolvimento da economia local. “A economia colaborativa é bem-vinda na economia local, pois auxilia no processo de democratização da renda – ou seja, gera a possibilidade de cada vez mais pessoas ter uma renda -, desde uma pessoa que aluga um quarto de sua casa até lojas com espaços definidos para a comercialização de produtos. Isso possibilita pequenos negócios e viabiliza empreendimentos que por sua vez seriam difíceis de iniciar”.
Além da possibilidade de um atendimento bem mais intimista e econômico, a proposta do espaço colaborativo é focada em uma rotatividade maior de peças em estoque, o aumento da flexibilidade financeira e o apelo tecnológico. Porém, para desfrutar dos benefícios que um espaço colaborativo pode proporcionar para o empreendedor, é importante manter a harmonia e ditar regras para a convivência saudável de quem trabalha junto. É o que afirma Conceição, ao explicar que há de ter uma compatibilidade entre os colaboradores. “É importante seguir regras. É preciso ter consciência de que lidar com outras pessoas requer certos padrões a serem seguidos para uma boa convivência. Isso se aplica na busca por uma renda maior ou até na definição de compartilhamento de custos dentro da loja. Além de ter em mente que o grupo precisa compartilhar da mesma filosofia de vida… É necessário uma certa compatibilidade entre as pessoas envolvidas no trabalho”, ressalta.
Karol Arruda, pioneira no conceito com o seu Espaço 46, pontua que os espaços colaborativos exercem um papel importante na história das relações econômicas. “Acho que é um marco na economia por ter a possibilidade de testar o potencial de venda de diversos pontos sem ter que abrir uma loja do zero”. Arruda também comenta que é importante direcionar os clientes para a adaptação a esse novo modelo de negócio. “Para os clientes tudo é muito novo. A gente trabalha muito em cima do colaborador, para divulgar como funcionamos. Quando alguém se direciona ao espaço de maneira espontânea, costumamos explicar que nosso espaço ‘são varias lojas dentro de uma’”, disse a empresária que mantém duas unidades, uma no Espinheiro e outra em Boa Viagem.
Os espaços colaborativos também oferecem a possibilidade de reunir diferentes serviços como estética, estúdios de fotografia, ambientes de coworking e até alimentos. Além disso, também servem como um lugar para reunião de eventos culturais e sociais. Conheça alguns espaços colaborativos espalhados pelo Recife:
Coletivo Casamarela
Crédito: Reprodução/Ophera Blog
O Coletivo Casamarela, encabeçado pela Calma,Monga!, fica num casarão antigo do bairro de Casa Amarela (Rua Professor Álvaro Lima, 47) e une as áreas de tecnologia, comunicação, moda, loja colaborativa, café, fotografia, design e vídeo.
Espaço Somos
Crédito: 3 por 4 Fotografia/Divulgação
Fruto da parceria dos sócios Manuela Lucena, Marcos Garcia e Rhuan de Paula, o Somos é um espaço híbrido, onde funcionam salão, estúdio de tatuagem, conveniência, bar e loja colaborativa. E, ainda, funciona como espaço para eventos, onde já foram realizados shows e saraus. O espaço fica localizado na Rua da Aurora, 1035.
Espaço 46
Crédito: Reprodução/Instagram
O Espaço 46, comandado por Karol Arruda, tem foco em moda e possui duas unidades no Recife. O da zona sul fica localizado na Rua Conselheiro Aguiar, 318. Já o da zona norte se encontra na Rua Barão de Itamaracá, 46.
Espaço 67
Crédito:Divulgação/Espaço 67
O Espaço 67 fica localizado na Boa Vista – Rua dos Médicis, 67. Reúne moda, gastronomia, estúdio de maquiagem e até espaço para eventos.
Conviva, Espaço de Convivência Compartilhado
Crédito: Divulgação/Conviva
Além de salão e estúdio de pilates, funciona no Conviva dois consultórios de fisioterapia e um café. Existem cinco salas para aluguel no local, além de uma reservada para coworking. O espaço fica localizado no km 9,5 da Estrada de Aldeia (onde funcionou a escola de inglês CNA).
