Voar no Concorde: uma experiência inesquecível

Uma experiência inesquecível tive ao ser convidado pela British Airways para fazer um voo no Concorde, avião supersônico que operou entre 1976 e 2003, pela empresa inglesa e pela Air France, cada uma com sete aeronaves. No embarque, fui para a sala especial no Aeroporto de Heathrow, em Londres, superluxuosa. Tinha tudo o que se possa imaginar, incluindo banheiro para tomar banho e refeições num restaurante cinco estrelas. O traslado para a aeronave era em carros Mercedes Benz. O Concorde era pequeno, apertado, com apenas 100 poltronas, duas de cada lado, luxuosas, mas nada comparável, em conforto, por exemplo, das executivas de hoje. Um velocímetro mostrava a velocidade do avião, que chegava a 2.213 km/h (2,04 vezes a velocidade do som). Quando ultrapassava a marca, fazia um estrondo grande e para evitar que fosse ouvido em áreas residenciais, sempre acontecia em cima do oceano.

          No interior do avião, não se sentia a alta velocidade. Passageiros, todos elegantemente vestidos, além de serviço de bordo especial recebiam brindes e até um diploma atestando que tinham voado no Concorde. O detalhe que mais me chamou a atenção foi que o voo BA 001 decolou de Londres às 9h30 e, depois de três horas e meia chegou a Nova York às 8h30. Claro que em função das cinco horas do fuso horário. As malas chegaram rapidamente e havia um setor especial para os passageiros passarem pelas autoridades norte-americanas. E tinham um transfer exclusivo para o hotel. Tudo não era barato: a passagem Londres-Nova York custava US$ 5 mil (R$ 26 mil).

                        O Concorde esteve uma vez no Recife, em outubro de 1985, trazendo o presidente François Miterrand. Na verdade, dois Concordes, um deles reserva. O avião causou impacto com o barulho que produziu ao ultrapassar a barreira do som. O Concorde teve apenas um acidente, em julho de 2002, ao decolar de Paris, matando os 100 passageiros, nove tripulantes e mais quatro pessoas em terra. Três anos depois, o avião deixou de voar, por ter uma operação antieconômica. Exemplares dele podem ser visto nos aeroportos de Paris e Londres e nos Museu do Ar e do Espaço em Washington. Um deles, por muitos anos, virou outdoor no Times Square, que foi retirado faz tempo.

Author: João Alberto

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