Fundadas há quatro séculos, Recife e Olinda só passaram a dividir aniversário nos anos 1990

Foto: Gabriel Melo/Esp.DP

Doze de março é uma data importante para o calendário do pernambucano. E não é para menos, uma vez que o povo mais bairrista do Brasil tem duas razões para comemorar: aniversário da capital, Recife, e de sua “irmã mais velha”, Olinda. Neste ano, as duas celebram 484 e 486 anos, respectivamente.

Apesar de dividirem o aniversário, os dois municípios não nasceram na mesma data. Ao contrário de Olinda, onde hoje é feriado municipal, o Recife não possui sua “certidão de nascimento”, um documento chamado foral, que atesta sua data de fundação. As cidades só passaram a comemorar juntas no ano de 1990, quando o então prefeito da capital pernambucana, Augusto Lucena, apresentou projeto de lei para definir a data simbólica do aniversário da Veneza Brasileira.

O PL foi apresentado pelo prefeito três dias depois que um projeto semelhante, proposto pelo então vereador Liberato Costa Júnior, falecido em 2016, foi protocolado na Câmara. Na década de 1970, Liberato realizou uma pesquisa a fim de encontrar evidências que apontassem a data oficial de criação do Recife. Em antigos documentos consultados por Liberato, um ligava a fundação de Olinda às terras que viriam a se tornar a capital pernambucana.

O foral fazia referências a “terras para as bandas do sul de Olinda, que são os arrecifes dos navios”. As terras, às quais o documento faz menção, eram uma pequena colônia de pescadores e que mais tarde veio a se tornar porto, povoado e a cidade do Recife. A “certidão de nascimento” de Olinda é o plano de doação de terras e com a nomeação do primeiro donatário de Pernambuco, Duarte Coelho.

Author: Bettina Novaes

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