85 anos de Maysa: recifense Vizcaya lança EP de remixes da cantora

Foto: RGE e Vizcaya/Divulgação

Em memória aos 85 anos de Maysa, que seriam celebrados no último domingo (6), caso a cantora estivesse viva, o músico, produtor, DJ e cantor recifense Vizcaya (nome artístico de George Mendez) lançou o EP Convite para remixar Maysa, título faz referência ao primeiro álbum da artista. A obra celebra a atemporalidade da obra de Maysa, mulher bastante a frente de seu tempo e pioneira na indústria da música brasileira. Disponível no streaming, o lançamento conta com versões de seis clássicos de mais de 60 anos de seus primeiros três discos: Bom Dia Tristeza (1958), Ouça (1957), Tarde Triste (1956), Franqueza (1957), Resposta (1956)e seu maior sucesso, Meu Mundo Caiu (1958).

“O processo em si de reconstruir um novo instrumental para cada faixa foi rápido, porque eu conhecia bem todas as músicas dela, eu as escuto desde que me entendo por gente”, diz Vizcaya. “As notas e acordes são complicados, mas poli e reduzi os arranjos a algo mais objetivo, embora todos sigam a melodia original. A partitura segue a mesma para o meu remix feito em 2020 e para a original de 1957”.

Ele explica que o trabalho maior foi ‘filtrar’ a voz da Maysa. “Tentei com os softwares existentes no mercado, mas todos trabalham com algoritmos e generalizam o processo, aplicando, digamos, ‘um mesmo template de filtro’ para todos os tipos de músicas. E no meu caso eles não serviram 100% para Maysa. Logo, tive que aplicar recursos técnicos de anulação de fase quase que palavra a palavra da voz dela. Foi na mão, na raça e na paciência mesmo”, revela.

Vizcaya é fã declarado de Maysa. Já leu as duas biografias oficiais, assistiu a  minissérie produzida pelo filho da cantora, Jayme Monjardim, e exibida na TV Globo em 2009. Também herdou os vinis originais da família. “Sem medo, sem papas na língua, que jogou um casamento milionário e um quase título de nobreza na sociedade paulistana para cima, para viver seu sonho da música, viver seu ofício de cantora e intérprete”, descreve.

“Maysa escrevia suas músicas com a alma sangrando e interpretava com o coração na mão banhado em álcool. Foi a primeira brasileira a se apresentar na TV japonesa ao vivo em 1959 e foi aplaudida de pé em Paris, cantando na língua local, um dos seus maiores clássicos Ne Me Quitte Pas, elogiada pelo próprio autor da música, Jaques Brel”, completa o DJ, que espera que o EP leve a obra de Maysa para as novas gerações.

Confira:

Por Diario de Pernambuco

Author: Mariane Magno

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