Pódio aos 12 e atletas de 66 anos: Olimpíada destaca diversidade de corpos e idades

Oksana Chusovitina, Rayssa Leal, as japonesas Momiji Nishiya e Funa Nakayama, e a hipista Mary Hana.

Das muitas questões sociais emergentes dos Jogos Olímpicos, como a coletividade, o debate sobre saúde mental e vitórias históricas, a representatividade está, com certeza, no topo do pódio. Nesta edição, a Olimpíada chamou atenção pela variedade de atletas no sentido de diferentes idades e corpos, todos protagonizando posições de destaque e contribuindo para a quebra da ideia socialmente imposta sobre os corpos terem ‘prazo de validade’, principalmente no caso dos femininos. Assim como ressaltou o que acontece quando incentivamos e investimos nas nossas crianças a fazerem e praticarem o que gostam.

Oksana Chusovitina, do Uzbequistão, fez história por mostrar seu potencial sendo a ginasta mais velha da sua modalidade. Aos 46 anos, ela é dona de duas medalhas das 8 edições que participou. Oskana fez sua última apresentação e fechou a performance com chave de ouro, sendo ovacionada e mostrando que não existe limite para o esporte.

Ao mesmo tempo, o skate produzia os dois pódios mais jovens da história das Olimpíadas. A final na modalidade ‘park’, para mulheres, produziu o segundo pódio mais jovem dos Jogos Olímpicos. A japonesa Sakura Yosozumi, de 19 anos, ganhou o ouro. A prata também ficou com o Japão, nas mãos de Cocona Hiraki, de 12 anos. Já o bronze foi da britânica Sky Brown, de 13 anos. Juntando as idades, pódio teve 44 anos no total. Ficou apenas dois anos mais velho que o pódio da modalidade ‘street’ feminina, com a brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, e as japonesas Momiji Nishiya, também de 13 anos, e Funa Nakayama, de 16, somando 42 anos.

A hipista australiana Mary Hana mostrou que a diversidade não parou por aí. Aos 66 anos, ela deixou claro que envelhecer está longe de ser uma doença, como muitas vezes o assunto é tratado. Mary deixou de fora a ideia de ‘invalidez’ e vem representando a Austrália no hipismo nas últimas cinco edições do torneio, além de confirmar o desejo de participar dos Jogos de Paris, em 2024.

As consequências da diversidade e representatividade refletiram no aumento do interesse das pessoas pelos esportes. De acordo com uma pesquisa feita pela Cuponomia, busca por skates chegou a 614%. A pesquisa comparou as buscas desde o início do mês de julho até o último dia 25, nas principais lojas de varejo online do Brasil. As bolas de futebol contaram com um aumento de 376%, as raquetes de tênis (80%), bolas de vôlei (75%), quimonos (76%) e bicicletas, que somaram 31% de aumento. 

Author: Lara Calábria

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