Germana Accioly revela detalhes de seu novo livro ‘Não é sobre você’

Germana Accioly revela detalhes de seu novo livro ‘Não é sobre você’

Germana Accioly – Créditos: Giovanna Provazzi

Em entrevista exclusiva para o Blog João Alberto, a querida jornalista abriu o jogo sobre seu novo projeto. Germana Accioly se prepara para lançar o livro Não é Sobre Você, que traz uma leva de textos que ressaltam sentimentos íntimos de diversas mulheres. Germana, revela que contou com o auxílio de um grupo de mulheres fortes e determinadas para produzir a obra. “A ideia de me cercar por mulheres passa por reafirmar o protagonismo feminino. Todas as profissionais que trabalham no livro foram escolhidas por sua competência. Num mercado ainda muito masculino, esta escolha tem caráter político, de posicionamento mesmo”, explica.

Com o livro já disponível para pré-venda, Germana armou um financiamento coletivo para arcar com os custos necessários para o lançamento da obra. Contando com nomes de peso como Bruno Garcia, Mack Costa e Dani Arrais, que apoiam a causa, a novidade cresce em visibilidade e já conquista os leitores antes mesmo de sua leitura. Os admiradores de uma boa literatura também podem contribuir, com o projeto, através de Pix disponibilizado no perfil oficial da escritora no Instagram.

>> Bate-papo com Germana Accioly

O livro se chama Não é sobre você. É sobre o quê?

Na minha escrita, falo frequentemente de sentimentos íntimos. Coisas que acontecem comigo, sentimentos que tomam corpo. E fui percebendo ao longo do tempo que tocava também outras pessoas. A escrita íntima era também comum. No processo de escolha dos textos que compõem o livro fizemos uma roda de mulheres virtualmente e cada uma defendia um texto preferido. Cada uma delas explicava como o texto a tocava. E havia sempre alguém que tinha outra versão para aquele mesmo escrito. Eis que surgiu a expressão: Não é sobre você, é sobre nós! E esta experiência deu nome ao livro.
 

Por que a equipe responsável por todas as etapas de realização do livro é composta exclusivamente por mulheres?

Historicamente as mulheres não tinham na sua trajetória a narrativa de suas vidas. Não eram alfabetizadas, depois não votavam, não trabalhavam… enfim… Na literatura, as primeiras escritoras utilizavam codinomes masculinos. A ideia de me cercar por mulheres passa por reafirmar este protagonismo. Todas as profissionais que trabalham no livro foram escolhidas por sua competência. Num mercado ainda muito masculino, esta escolha tem caráter político, de posicionamento mesmo. Da mesma maneira nós decidimos que, batida a meta do financiamento coletivo, vamos oportunizar que duas outras escritoras possam também lançar seus livros. É a necessidade de ampliar a nossa voz, a narrativa feminina e o espaço que ocupamos.
 

O jornalismo aproximou você da literatura e ainda está presente no seu jeito de escrever?

O jornalismo determinou meu estilo. Meus textos trazem uma forte herança da minha formação. Mas meu relacionamento com a literatura vem bem antes da minha escolha profissional. Desde criança escrevo e leio muito. A literatura sempre me chamou atenção, foi companhia e descoberta desde quando aprendi a ler.
 

A sua atuação nas redes sociais está refletida de alguma forma no livro?

Eu utilizo as redes sociais para me aproximar das pessoas e foi este o primeiro ambiente em que eu “testei” meus textos. Não vejo influência das redes diretamente nos meus textos. Mas é inegável que elas estão no nosso cotidiano, modificando as relações e sou atingida também por tudo isso.
 

O seu projeto conta com um time de peso na divulgação, ajudando a angariar recursos para a circulação da obra. Como é sua relação com esses parceiros?

Optar por um financiamento coletivo foi também uma decisão política. Eu entendo que a produção cultural hoje, no nosso país, tem sofrido revezes muito duros pela falta de incentivo do poder público. Então, angariar recursos para pré-venda, em um primeiro livro, é bem importante. A gente estabelece uma relação de confiança desses “patrocinadores” individuais, abrindo espaço para que mais gente consiga publicar! Diversificando as narrativas no mercado editorial em um momento de tão pouco investimento em cultura. E a ideia de pessoas queridas gravarem textos para a campanha de pré-venda do livro deu super certo! E ainda por cima, estamos deixando o conteúdo mais acessível para pessoas cegas e surdas. Boa parte dos textos estão legendados ou tem interpretação em libras. Comecei publicando textos gravados por amigos mais próximos e comecei a receber mensagens de pessoas se colocando para participar também. Essa rede de apoio só fortalece o nosso projeto! A partir desta iniciativa estamos até pensando em outros projetos acessíveis.
 

Podemos esperar mais livros no futuro?

Estou gostando da experiência! E a escrita faz parte de mim muito profundamente. Acredito que sim, podemos sonhar com novas publicações.

Author: Marcela Nunes

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