Advogada recifense explica como ocorrem os ‘sequestros digitais’ e alerta sobre as punições para empresas

De acordo com a empresa americana Chainalysis, em 2020 houve um aumento de 311% nos pedidos de resgate por dados sequestrados. Isso acontece após episódios de ‘sequestros digitais’, que são quando as plataformas das empresas são invadidas e têm os dados dos clientes e informações importantes roubados. Algumas lojas brasileiras sofreram esse tipo de ataque, como a rede de Lojas Renner. Os responsáveis pela ação criminosa cobraram um resgate de US$ 1 bilhão (R$ 5,41 bilhões) para liberar os sistemas criptografados da empresa.
Segundo a advogada Daniela Vasconcelos, o processo acontece através de um ransomware. A pernambucana esclareceu que não é um vírus, pois não precisa de mecanismo para que seja ativado: “Ele funciona, geralmente, através de e-mails maliciosos bem disfarçados de e-mails seguros. Na hora que você abre, ele se instala no computador – através de uma instabilidade – e pode bloquear o acesso às informações do computador ou mesmo criptografá-las. Para que essas informações sejam liberadas, os criminosos pedem resgate em dinheiro, geralmente em criptomoedas”, explicou.
A especialista ainda ressalta que é importante manter atualizado o sistema do computador, para que as falhas sejam corrigidas, além de ter um bom antivírus para bloquear os ataques. Além dos prejuízos do sequestro, as empresas também podem ser punidas por conta da Lei Geral de Proteção de Dados: “As empresas precisam ter muita atenção com essa situação. A Lei Geral de Proteção de Dados responsabiliza as empresas que tratam dados pessoais. Então é importante ter uma política de segurança da informação, pois, além do prejuízo do sequestro, a empresa pode ser punida pela LGPD por não garantir a segurança dos dados de seus clientes” complementou.
