A saudade que traz Eduardo e Mônica

Inspirada na música da banda Legião Urbana escrita por Renato Russo e lançada em 1986, a adaptação de “Eduardo e Mônica” para longa-metragem já pode ser encontrada nos cinemas de todo o Brasil. A história é aquela que, provavelmente, você já sabe: Eduardo – interpretado por Gabriel Leone -, de apenas 16 anos, se apaixona por Mônica – personagem que vem à vida com a atriz Alice Braga -, uma estudante de medicina, e os dois embarcam numa relação cheia de diferenças, não só na idade. Enquanto Eduardo vive a vida de vestibulando, mora com o avô e possui gostos mais “infantis”, Mônica é fluente em alemão, curte artes visuais, é ativista social e já trabalha como residente em um hospital. O casal precisa então aprender a conviver com as desavenças que surgem das rotinas completamente diversas de cada um.
Ainda que esse enredo valha tanto para a narrativa da música quanto do filme, é possível perceber, durante a obra cinematográfica, alguns pequenos pontos distintos da canção, mas que não prejudicam a história, pelo contrário: fazem com que os aspectos principais se interliguem de forma fluida e coerente, sem perder a essência. O telespectador que é familiarizado com a composição de Renato Russo consegue perceber, ao longo do filme, elementos iguais e familiares, como a moto de Mônica, o Parque da Cidade, o futebol de botão entre Eduardo e seu avô, entre outros.
Acima de tudo, a química entre Eduardo e Mônica, Gabriel Leone e Alice Braga, é mais do que palpável. O amor do casal é construído durante toda a produção aos poucos, no seu tempo, de forma quase que racional, mas sem perder o sentimento de loucura que a paixão nos traz (especialmente se, nesse caso, levarmos em consideração os impasses pela diferença de idade). E é justamente essa emoção entre os dois que se transfere para todos aqueles que estão do lado de fora das telinhas, e faz surgir o desejo de viver um amor intenso, mas leve, tanto para os que nunca conseguiram experimentá-lo, como para os que se decepcionaram. Mesmo após o apagar das luzes da sala de cinema, o telespectador ainda se mantém com essa sensação de saudade do que ainda não viveu e a leva para casa, onde a vontade só cresce, como tinha de ser.
