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Os Retalhos do promotor José Soares: Como surgiram os Conselhos Tutelares no Brasil?

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Como surgiram os Conselhos Tutelares no Brasil?

Os antecedentes históricos deste importante instrumento de participação democrática são muitos, mas eu destacaria os três acontecimentos seguintes:

Em 1986, no auge do processo de redemocratização do Brasil, a UNICEF lança a campanha “Criança Constituinte”, que apela para que os brasileiros votem em candidatos comprometidos com as causas da infância.

No ano de 1988, ano da promulgação da Carta Cidadã, o Brasil inclui em sua Lei Maior um artigo específico sobre os direitos das crianças e adolescentes, o artigo 227:

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

No ano seguinte, em 1989, em um momento de grande otimismo global, no contexto do fim da guerra fria, a Convenção sobre os Direitos da Criança é adotada pela Assembleia Geral da ONU, sendo amplamente aclamada como uma conquista histórica dos direitos humanos da população infantojuvenil.

Pois bem.

Embalado por esses ventos democráticos, o Brasil promulga, em 1990, o seu Estatuto da Criança e do Adolescente, fazendo nascer no seio do ordenamento jurídico nacional os Conselhos Tutelares.

Mas, o que são estes conselhos?

Podemos dizer, sem medo de errar, que são os guardiões diretos de nossas crianças e adolescentes.

Por meio deles, a sociedade escolhe diretamente representantes do povo para proteger e zelar pelos direitos do público infantojuvenil, com uma característica muito importante: a autonomia.

Eis aí um instrumento legítimo da participação popular!

Hoje, não deixemos de votar nas eleições para os Conselhos Tutelares.

Participar desta eleição é dar efetividade à Carta Cidadã de 1988 e lançar um olhar de atenção a esta causa.

Por todos, Getúlio Cavalcanti: “tragam crianças, que as esperanças vão continuar”.


Author: João Alberto

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