“Eu e ele somos sorriso”, diz Cecília Ramos
Às vésperas do primeiro mês do acidente que levou o seu marido Carlos Percol, assessor de Eduardo Campos, a nossa amiga Cecília Ramos fez um desabafo sobre estes 30 dias longe do seu companheiro. O texto foi exclusivo para o prtal R7, que a gente reproduz aqui.
“Sábado (13) faz um mês. Faz um mês que eu vivo o inacreditável, o surreal, o impossível. Eu e Percol tínhamos muita coisa em comum: o amor ao trabalho, o bom humor, na verdade, éramos dois comediantes; o gosto pelo esporte, a dedicação que tínhamos um ao outro… E principalmente: a gente não se agarrava a problema nenhum. A gente resolvia. E saber também que meu marido estava feliz — e ele estava felicíssimo na véspera daquele dia — me conforta.
Sábado (13) terá uma missa aqui em São Paulo, às 15h, na Paroquia São Francisco de Assis (é ao lado do comitê onde eu trabalho, na Vila Clementino, e é também colada com o flat que meu marido tinha alugado pra mim aqui em São Paulo). Mas não moro mais lá.
A missa de um mês será em memória de todas as sete vitimas do acidente, organizada pelo PSB. Terá também uma missa para meu marido no Recife às 10h, organizada pelas minhas cunhadas, irmãs dele.
Mantenho contato com três esposas de vitimas. E gostaria de abraçar todas elas sempre que o meu coração fica menorzinho de saudade. É um sentimento comum de uma saudade sem fim, mas um sentimento que temos também de esperança, de força. E a vida segue assim, com altos e baixos. E eu não me entrego. Porque eu e ele somos sorrisos, somos vida. “A gente é corpo fechado” era o que sempre dizíamos um ao outro. E eu sei como ele queria que eu estivesse: seguindo em frente.”
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