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China planeja lançamento de disco produzido por Yuri Queiroga e começou a escrever novas histórias

China planeja lançamento de disco produzido por Yuri Queiroga e começou a escrever novas histórias

Flávio Augusto, mais conhecido como China, é cantor, compositor e apresentador de TV e começou sua carreira musical em 1998, enquanto era vocalista da banda Sheik Tosado. Logo após, o pernambucano seguiu carreira solo e lançou álbuns de forma independente. “Você tem mais autonomia na sua carreira, direciona o caminho que quer. É uma parte muito interessante. Costumo brincar dizendo que sou meu próprio patrão e se eu não olhar meu trabalho todo dia, ninguém vai olhar por mim”, comenta China. 

China – Crédito: Gleyson Ramos e Felipe Ribeiro

Atualmente, o músico integra a banda Del Rey, que faz tributos à Roberto e Erasmo Carlos, em parceria com a banda Mombojó. “A banda surgiu há mais de 10 anos, por causa de uma festa de uma amiga que precisava de uma banda. Então falei que tinha uma banda e na verdade eu não tinha. Chamei os meninos do Mombojó e ensaiamos um monte de músicas de Roberto Carlos para tocar na festa e a partir daí as coisas começaram a andar muito. Começamos a fazer muitos shows com o Del Rey, tocando em todos os tipos de lugares, para todos os tipos de público”, revelou. “Escolher o repertório é uma coisa bem complicada. São muitas músicas e quase todas são sucesso. Hoje tocamos pelo menos umas 100 músicas de Roberto e Erasmo. Mesclamos as canções, dependendo do show que vamos fazer”, explicou China. 

China aproveitou a internet para se reinventar. Apostando no universo do YouTube, o pernambucano alimenta seu canal com dois programas: Descoleção, no qual ele apresenta um disco de sua coleção de LPs a cada semana, e Ócio criativo, em que todo mês ele faz uma releitura de um clássico da música brasileira e transforma em clipe. Já na televisão, o artista se divide entre o Multishow, com a apresentação de festivais como Rock in Rio e Lollapalooza, e a Band, no qual apresenta o carnaval de Salvador em transmissão nacional.

Como escritor, China desenvolveu seu primeiro livro infantil, Carlos viaja , inspirado na história de seu cachorro, que leva o mesmo nome do livro. “Em uma tarde que todo mundo foi dormir, eu fiquei acordado observando Carlos correndo de um lado pro outro, peguei o computador e comecei a escrever, mas em momento algum eu pensei que isso ia virar um livro. Só fui escrevendo o que eu tava vendo e as lembranças que eu tive durante toda essa viagem”, revelou ele, que escreveu boa parte da história em um dia.

Crédito: Reprodução/Instagram

Como surgiu a ideia de escrever um livro infantil? 
A ideia surgiu de uma viagem que eu fiz com Carlos, meu cachorro. Saímos de São Paulo para Recife de carro e eu não queria deixar ele no hotelzinho. Imagina, a família toda ia passear e o bichinho ia ficar preso. De jeito nenhum. Resolvemos levar ele. Quando eu tava no Vale do Capão, na Chapada Diamantina, em uma tarde que todo mundo foi dormir, eu fiquei acordado observando Carlos correndo de um lado para o outro, peguei o computador e comecei a escrever, mas em momento algum pensei que isso ia virar um livro. Só fui escrevendo o que eu estava vendo e as lembranças que eu tive durante toda essa viagem. Escrevi praticamente o livro todo nessa tarde, mostrei para minha esposa e para o meu filho e eles adoraram. Ficaram botando pilha dizendo que eu tinha que lançar como livro de todo jeito.

Quanto tempo você levou para criar toda a história?
Para criar a história não demorou muito. Em uma tarde foi quase o livro inteiro. Só com as lembranças e observando o comportamento de Carlos. Um cachorro que uma amiga achou na rua e não tinha com quem deixar, então ficamos com ele. E eu fiquei pensando “deve ser muito louco um cachorro resgatado da rua e vai para uma casa com criança, com tudo para ele brincar, daqui a pouco ele está dentro de um carro indo para Recife, passando por várias cidades”.

China tem um cão chamado Carlos e o livro foi inspirado em sua vida. Crédito: Reprodução/Instagram

Você já teve algum outro animal de estimação?
Carlos foi o primeiro animal de estimação que eu tive. Quando eu era criança tinha peixe, passarinho na minha casa, mas eram do meu pai e eu ajudava a cuidar. Eu recomendo muito esse passeio, porque é muito bacana para os cachorros descobrirem outros horizontes. Por exemplo: na minha casa em São Paulo não tem areia e a primeira vez que Carlos viu areia foi na casa da minha mãe, em Olinda, aproveitou e cavou muito. Além disso, também foi a primeira vez que ele viu o mar e o Rio São Francisco.

China escreveu a história de Carlos e Tulipa desenvolveu a identidade visual do livro – Crédito: Reprodução/Instagram

A parceria com Tulipa Ruiz, responsável por ilustrar seu primeiro livro, já existia?
Tulipa é uma amiga muito querida. Sempre fomos parceiros na música. Ela já participou de show meu, alguns programas de TV que eu gravei, ela era a convidada, então já tinha essa empatia e eu sempre gostei muito dos desenhos dela, sempre achei que tinha uma vida muito grande em tudo que ela fazia. Você olha para o desenho dela e já imagina muita coisa e era exatamente isso que eu queria para Carlos. Uma coisa lúdica, que a criança e o adulto vendo o livrinho pudessem a partir daquela imagem pirar em várias outras coisas e eu acho que Tulipa acertou em cheio. Eu não tinha nenhum plano B, ela sempre foi o plano A para fazer toda a ilustração do livro.

Como surgiu a banda Del Rey? Como você seleciona o repertório?
Surgiu há mais de 10 anos, por causa de uma festa de uma amiga que precisava de uma banda. Então falei que tinha uma banda e na verdade eu não tinha. Chamei os meninos do Mombojó e ensaiamos um monte de música de Roberto Carlos pra tocar na festa e a partir daí as coisas começaram a andar muito. Começamos a fazer muitos shows com o Del Rey, tocando em todos os tipos de lugares, para todos os tipos de públicos. Além disso, homenageando Roberto e Erasmo, que gostamos tanto e trazer para as novas gerações este estilo de música.

Escolher o repertório é uma coisa bem complicada. São muitas músicas e quase todas são sucesso e normalmente o show tem duração de 1h30 ou 2h30. Hoje tocamos pelo menos umas 100 músicas de Roberto e Erasmo. Mesclamos as canções, dependendo do show que vamos fazer. Por exemplo, quando tocamos no baile da terceira idade, no Sesc Pompeia, em São Paulo, preferimos um set mais dançante para que todos pudessem dançar juntinhos. Quando fazemos show em balada colocamos mais rock.

China. Crédito: Gleyson Ramos / Divulgação

Você já conheceu Roberto Carlos e Erasmo?
Roberto Carlos infelizmente eu ainda não conheci, mas já conheci Erasmo, que inclusive fizemos um show juntos no Grêmio Recreativo da MTV, cantamos Se você pensa. Mas sei que Roberto sabe da gente porque temos alguns amigos em comum, um deles inclusive é Wanderléa, que já fez um monte de show com a gente, Fafá de Belém, também já tocou um monte com a gente e também é amiga de Roberto. Então, só não fomos apresentados oficialmente.

Além de cantor e compositor, você também é apresentador de programas de rádio e televisão. Já tem algum projeto no gatilho?
Para a TV, continuo colaborando com o Multishow e com a Band, então fico sempre circulando por esses dois canais. No YouTube tenho dois programas, um que chama Descoleção, que toda semana falo de um disco da minha coleção de LPS, e o Ócio criativo, que todo mês escolho um clássico da música brasileira e faço uma releitura, tocando em todos os instrumentos e é lançado com um clipe.

Como você avalia o cenário musical pernambucano?
O cenário pernambucano é incrível. Costumo dizer que Pernambuco está na frente do mundo inteiro em relação a música, artes e cultura. Temos uma cultura muito rica. Todo dia nasce uma banda nova muito boa, tenho acompanhado essa rapaziada que vem chegando, como Sophia Freire, Igor de Carvalho, uma galera muito boa, fazendo um som muito bom na cidade e a gente fica muito feliz de ver que essa cena, essa fonte não seca nunca. Então, acho que Pernambuco continua sendo a grande ponta de lança da música brasileira para o mundo. É muito bacana ter nascido dentro dessa cena musical com manguebeat e hoje também poder colaborar com os artistas que estão chegando.

Sophia Freire, por exemplo, foi lançada pelo selo que eu tenho junto com Homero Basílio e Chiquinho, do Mombojó, que é o Joinha Records. Lançamos ela, Junior Black, Catarina Dee Jah, uma rapaziada boa, que ficamos muito felizes de colaborar com eles e com a cena. E o grande caminho da cena pernambucana é essa colaboração mútua entre os artistas de sempre tá um puxando o outro pra perto. Acho que essa é a grande marca da cena musical pernambucana.

Você tem uma atuação firme nas redes sociais, principalmente no Twitter. O que mais gosta de levantar discussão?
As redes sociais são um barato, um jeito de trocarmos ideias, ficarmos mais inteligentes. Hoje, por exemplo, o Twitter é meu grande portal de notícias, onde procuro tudo das pessoas que eu sigo. To sempre lendo coisas para ficar mais inteligente e acho que ao invés da gente usar rede social para levantar polêmicas e discussões que não vão chegar em lugar nenhum, até porque na internet ninguém quer te ouvir, só quer ter razão, só quer discutir. Acho que o grande lance é esse, compartilhar coisas interessantes, que tenham uma troca bacana. Além de fazer meu trabalho e minha música chegarem a um lugar maior.

Crédito: Reprodução/Instagram

Você se rotula um artista independente? Por quê?
Essa coisa de ser independente acabou sendo muito natural pra mim. Comecei minha carreira em gravadoras, passei pela Trama e pela EMI, mas sou muito mais feliz sendo independente. Você tem mais autonomia na sua carreira, direciona o caminho que quer levar sua carreira, é uma parte muito interessante. Costumo brincar dizendo que sou meu próprio patrão e se eu não olhar meu trabalho todo dia, ninguém vai olhar por mim. Todas as novidades tecnológicas de uns anos pra cá, hoje é mais fácil ser independente, você consegue gravar discos com custos mais baixos, ter um estúdio em casa, usar as redes sociais pra divulgar. Funciono quase como se fosse uma gravadora. O Twitter virou minha agência de propaganda, o estúdio que tenho em casa é minha sede – é daqui que gravo e lanço muita coisa.

A vida independente é muito interessante, mas tem que trabalhar dobrado. Se você não fizer, ninguém vai fazer por você, mas ao mesmo tempo é muito gostoso quando você vê os frutos acontecendo. Todos os discos que lancei foram de forma independente, tenho um selo que é de forma independente, meu livrinho saiu de uma editora independente. Então é um jeito muito mais gostoso de você observar o seu trabalho e estar presente nele 24h por dia.

Você comanda o selo Joinha Records. Quais os principais artistas e os frutos que já alcançou no mercado?
É um selo que eu tenho junto com Homero Basílio e Chiquinho, do Mombojó. Resolvemos montar esse selo porque cada um tinha um estúdio em casa e percebemos que podíamos juntar tudo e lançar artistas que a gente curtia. Desde o início a ideia foi essa. Descobrir gente nova na cidade, no Recife, fortalecer a cena musical pernambucana fazendo esse lançamento e mostrando ao público essas novas joias. De lá pra cá já lançamos Júnior Black, Catarina Dee Jah, alguns discos do Mombojó, alguns meus, Tibério Azul e Sofia Freire, que vai lançar agora o segundo disco, que também tem uma parceria com a Natura.

O selo não é uma forma de ganharmos dinheiro. Até porque nunca ganhamos um centavo. É muito mais uma forma de vermos as pessoas que acreditamos, florescendo e saber que ajudamos um pouco na carreira dessa galera. Fico muito feliz quando vejo Sofia Freire dividindo palco com Gilberto Gil. Do começo da carreira dela pra cá, já lançamos dois discos. Já Catarina Dee Jah, eu vi cantando numa discotecagem, aí falei: “Pô vamos lançar um disco” e a gente montou a banda para fazer o disco dela. Então estamos sempre de olho no que está acontecendo na música pernambucana e tentando dar força para esses novos artistas, porque a cena é muito forte justamente pela colaboração que temos. 

Como surgiu o convite para participar do programa A Liga?
Tinha acabado de sair da MTV e tava muito focado para começar a gravar meu disco novo, na época, e me veio o convite do nada. Um dia o telefone tocou, me falaram que era da Liga, perguntaram se eu não queria fazer um teste. Fui lá já meio que contratado. Fiz o teste valendo, o programa foi pro ar e pra mim foi uma experiência muito legal, porque até então eu tinha apenas trabalhado com música.

Com A Liga, essa coisa do jornalismo verdade, você viver a vida com o personagem, dois a cinco dias com ele, foi muito bacana. Sem contar, que cada programa tinha um assunto diferente. Então foi uma experiência muito bacana, me fez olhar a televisão com outros olhos, me enxerguei como repórter de outra forma também. Ampliou muito meu horizonte. E depois desse programa, faço todo ano com a Band, o Band Folia. Fiz alguns anos o Carnaval do Recife e há quatro anos faço Salvador. Você vê um outro tipo de carnaval. Um outro tipo de vivência.

Durante o carnaval, China apresenta os festejos de Salvador, no programa Band Folia. Crédito: Reprodução/Instagram

Quais são seus novos projetos?
O próximo projeto é o disco novo, que sai ainda esse ano. Está sendo produzido por Yuri Queiroga e já estamos na fase de gravar as vozes para finalizar o disco. No segundo semestre, acredito que esteja lançando o disco novo. E já comecei a escrever histórias, quem sabe um próximo livro. Além de dar continuidade ao Discoleção e ao Ócio criativo, pra movimentar meu canal do Youtube e divulgar a música brasileira. Acredito que esses programas que estou fazendo ficam ali em um lugar que as pessoas, se quiserem pesquisar a música brasileira, vão achar conteúdo sobre esse tipo de coisa. É sempre bom valorizar o que temos no presente, mas também trazer as coisas do passado de volta.

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