Giro Blog

Mulher do Pau Brasil é show de música, poesia e arte

Mulher do Pau Brasil é show de música, poesia e arte

Crédito: Tatiana Sotero/DP

Por Tatiana Sotero/Especial para o Blog João Alberto

Fazia pouco mais de 3 anos que o público recifense não se encontrava com a gaúcha Adriana Calcanhotto. De lá para cá, ela se dedicou aos estudos da poesia e à docência na Universidade de Coimbra, onde se tornou Embaixadora da Língua Portuguesa da instituição. E foi lá, em solo lusitano, que criou o seu mais novo show “A Mulher do Pau Brasil”, que ela apresentou ontem, em solo pernambucano, durante duas apresentações no Teatro RioMar. E foi um êxtase para fãs saudosos da cantora que experimentaram uma noite de poesia, história e uma miscleânia de sons e ritmos.

No palco – predominante vermelho – ela saiu de dentro de uma rede com a música autobiográfica “Mulher do Pau Brasil”, que conta sua trajetória iniciada no Sul até chegar ao Além Mar. “Foi escrita para este espetáculo, para abrir este show. Acho que deu tudo certo, né?”, brincou Adriana no palco. Acompanhada de Bem Gil e Bruno di Lullo, a cantora passeou por releituras como  “A dor tem algo de vazio”, ora cantada, ora declamada; “Mortal Loucura” e “Noite de São João”, concluindo a sequência com o clássico “Inverno”, acompanhada – como sempre – em uníssono pela plateia.

Foi com essa música que ela saiu do palco, desfazendo-se do sobretudo e calças pretas que surgiu no início do show, para aparecer de vermelho – a cor do pau brasil – e branco. Com essa composição, cantou “Vamos comer Caetano”, do disco Marítimo de 1998, mas que pela temática antropofágica, não poderia ficar de fora da “Mulher do Pau Brasil”. Nessa canção, um “garçom” surge no palco com prato e talher e ela os utiliza para um mix de som, também característico dos shows de Adriana: utilizar o primitivo para compor os ritmos das músicas que entoa para o público.

No repertório, surgiram, ainda, “As Caravanas” de Chico Buarque, musicada em ritmo de funk carioca e “Outra vez”, que ficou conhecida, no Brasil, pela voz de Roberto Carlos. Ficou linda e deliciosa de ouvir na voz doce e suave de Adriana. Dos clássicos de sua carreira, saíram, ainda, “Esquadros”, “Devolva-me” e “Seu Pensamento”.  No bis, ela retomou com “Marítimo” e fez uma pausa rápida para afinar o violão, quando recebeu gritos e homenagens da
plateia. Terminou o show cantando “Eu sou terrível” de Roberto Carlos.

Em uma palavra, o show “Mulher do Pau Brasil” foi impecável! Pensado como um concerto-tese, tudo casa com a proposta do show: luz, figurino, canções. Adriana canta nele o Brasil sob a sua ótica, o Brasil que “redescobriu”
durante sua residência artística em Coimbra. Como sempre, ela mostra um respeito, sem igual, pela música, pela poesia, pelo som e pela arte num espetáculo caprichoso do acender ao apagar das luzes.

Author: Juliana Aguiar

Compartilhe este post