Grandes nomes do samba ganham destaque em plataforma de streaming

O Itaú Cultural investe em novidades no seu catálogo. Entre as estreias da semana estão a série SambaBook, dedicada à obra de importantes nomes da música brasileira como João Nogueira, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Dona Ivone Lara. Além disso, sete produções da mostra Veredas do Norte, com filmes rodados nos estados do Amapá, Amazonas e Pará, chegam a plataforma de streaming a partir da sexta-feira (28). Com acesso gratuito, a plataforma voltada para o cinema brasileiro é acessível para todos os dispositivos móveis IOS e Android, além do conteúdo poder ser acessado por meio do site do Itaú Cultura Play.
>> Conheça detalhes sobre as produções que chegam ao catálogo em breve:
SambaBook
Um dos ritmos musicais mais populares do país, o samba ganha espaço na Itaú Cultural Play com a estreia da série SambaBook, dedicada a grandes nomes da música brasileira. Com direção de Afonso Carvalho, as obras de João Nogueira, Jorge Aragão, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho são revisitadas por amigos e familiares dos artistas, que relembram histórias e revivem canções compostas ou eternizadas por estes nomes referenciais do estilo.
O filme musical dedicado a João Nogueira reúne um time de bambas que regravou clássicos eternizados na voz do artista, como Espelho, resgatando a importância do seu legado. A produção conta com as participações do filho do sambista, Diogo Nogueira, e de artistas como Alcione, Arlindo Cruz e Beth Carvalho.
Mostra Joel Zito Araújo
Outra novidade na Itaú Cultural Play é a presença de mais dois filmes do cineasta mineiro Joel Zito Araújo, conhecido por tematizar o negro na sociedade brasileira. Essas duas novas produções se juntam a Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado e A Negação do Brasil, que já disponíveis para serem assistidas na plataforma. A primeira delas é Raça, filme dirigido em parceria com a diretora norte-americana Megan Mylan. Nele, são revelados os bastidores da mobilização de um cantor, de uma líder quilombola e de um senador contra a desigualdade racial.
Já no documentário Vista minha pele, Joel Zito Araújo mostra uma inusitada inversão histórica, em que os negros são a classe dominante e os brancos é que foram escravizados. Maria é uma menina branca e pobre, que estuda num colégio particular graças a uma bolsa. Ela quer ser eleita rainha da festa junina, apesar do preconceito. Para isso, vai contar com a ajuda de Luana, uma estudante negra.
Filmes do Norte
Por fim, a seleção de filmes da mostra Matapi – Mercado Audiovisual do Norte, que é uma plataforma de articulação e fomento dedicada ao desenvolvimento do audiovisual amazônico, traz mais um recorte da produção recente dos estados da região Norte do Brasil. Neste novo lançamento, seis filmes passam a integrar a mostra Veredas do Norte.
Dirigido por Flávia Abtibol e Chicco Moreira, o documentário amazonense O Céu dos Índios Desâna e Tuiuca faz uma aventura pelos rios amazônicos, encontrando vestígios de um saber pouco conhecido pela cultura ocidental: a astronomia desenvolvida pelos povos indígenas. O filme retrata como os Desâna e Tuiuca dominam o conhecimento do céu com o saber complementar às suas vidas na terra. E nesse processo, diferentes constelações funcionam como ferramentas para plantar, migrar, caçar e pescar.
Em Utopia, da diretora amapaense Rayane Penha, uma jovem filha de garimpeiro recolhe histórias sobre seu pai, que faleceu no garimpo. Fotos, cartas e depoimentos vão compondo o retrato da vivência paterna em meio a bateias, túneis e lugares degradados. O eldorado deste reencontro se confunde com as dores e contradições da exploração da terra.
Os quatro próximos filmes foram rodados no estado do Pará. O primeiro deles, Raimundo Quintela, o caçador de vira porco, do diretor Robson Fonseca, mostra as aventuras de um caça-fantasmas do interior paraense, especializado em fenômenos sobrenaturais. Ao lado de seu atrapalhado parceiro, ele investiga a misteriosa morte de um grupo de galinhas e descobre quem está por trás do crime.
O filme experimental O filho do homem, de Fillipe Rodrigues, é carregado de simbolismos, como as chamas de uma vela e uma fogueira à beira de um rio. Na história, um jovem e um idoso estão juntos numa casa antiga, cercada pela mata. Em alternância de tempo, a história prende a atenção sobre um pai e um filho, e sobre passado e presente.
Já Brega S/A, dirigido por Gustavo Godinho e Vladimir Cunha, foi realizado por artistas com poucos recursos, gravado em estúdios de fundo de quintal e mantendo relações com a pirataria, o tecnobrega. É a trilha sonora da periferia de Belém. A partir deste cenário, o filme fala sobre a ligação entre este gênero musical e a popularização da tecnologia a partir da década de 1990.
De autoria do trio de diretores Bea Morbach, Débora Mcdowell e Renata Taylor, a mostra fecha com o documentário Transamazonia. Como um verdadeiro road-movie, o filme percorre a rodovia Transamazônica, captando encontros e paisagens entre as cidades de Marabá, no Pará, e Lábrea, no Amazonas. Nesse cenário, as travestis Melissa, que é uma mãe de 21 anos, e Marcelly, que está desempregada aos 35, habitam pontos distintos dessa estrada que dilacerou o país.
