A explosão demográfica serviu de inspiração para Stephan Doitschinoff

Um convite da Absolut fez com que Stephan Doitschinoff, natural de São Paulo, entrasse para o hall dos participantes escolhidos para dar vida ao Art Bar da Absolut. Ele é o responsável pela edição brasileira do projeto, que é inédita no país. O artista teve carta branca para montar para criar o conceito do espaço, dos comes e bebes e das músicas que vão agitar o lugar, localizado no antigo prédio do Santander Cultural, no Marco Zero.

O paulista Stephan Doitschinoff criou um conceito pós-apocalíptico para o evento  Créditos: Guilherme Veríssimo/ DP/ D.A. Press

O paulista Stephan Doitschinoff criou um conceito pós-apocalíptico para o evento
Créditos: Guilherme Veríssimo/ DP/ D.A. Press

O conceito escolhido pelo artista foi inspirado pelo livro “10 Billions”, de Stephen Emmott. Essa publicação fala de como a terra pode estar quando atingir a marca de 10 bilhões de habitantes, algo em torno de 2050.  “Eu aceitei a proposta e trouxe o conceito dos 10 bilhões, que é sobre a explosão demográfica e como ela vai em algum momento, trazer o caos social completo, já que vai chegar uma hora que vai ser tanta gente que não terá mais agua, comida e energia, causando uma série de fatores que são representadas no espaço”, afirmou o artista.

Crédito:  Charles Johnson/Divulgação

Crédito: Charles Johnson/Divulgação

Falar de futuro não é fácil, imagina criar uma ideia sobre ele? Essa foi uma das principais inspirações do artista, que criou espaços no prédio que remetem ao futuro remoto, futuro próximo e o futuro mais que perfeito. “No térreo, que é o meu ambiente favorito, eu criei uma instalação que fala do futuro remoto. Eu quis pegar um pouco da ideia de que a humanidade pode se extinguir e a natureza poderia pegar todos os lugares de volta. Foram usadas 77 tipos de plantas diferentes para criar uma selva”, disse o artista enquanto explicava sobre sua criação.

O prédio do Santander foi escolhido por um motivo especial Crédito:  Charles Johnson/Divulgação

O prédio do Santander foi escolhido por um motivo especial
Crédito: Charles Johnson/Divulgação

A escolha do espaço para receber o Art Bar também tem todo um significado especial para o artista. “Esse prédio já foi um banco, sabe? E o banco é um símbolo do mercado financeiro, do capitalismo. Eu achei interessante poder criar esse paradoxo de trabalhar em um prédio que é um símbolo do capitalismo, de algo que pode ajudar a destruir tudo. Para mim foi interessante poder criar um espaço onde a natureza está tomando de volta o espaço”

Créditos: Guilherme Veríssimo/ DP/ D.A. Press

Créditos: Guilherme Veríssimo/ DP/ D.A. Press

“Eu também criei uma brincadeira irônica com a carta de drinks. Cada coquetel tem um nome que tem relação ao conceito geral do bar. Quis trazer as diferentes tipos de como a nossa espécie pode se destruir, um bom exemplo é o drink Antracnose. Esse é o nome de uma doença que dá no caju e em várias outras frutas e vegetais. Eu quis usar essa doença como exemplo porque com a existência dela, surge a necessidade de usar agrotóxicos, o que deixa as pragas mais fortes e o ser humano acaba consumindo muito “veneno”, afirmou o artista que escolheu nomes interessantes e ingredientes diversos para a criação de cada bebida.

Crédito:  Charles Johnson/Divulgação

Crédito: Charles Johnson/Divulgação

O Absolut Art Bar é um passeio por uma era pós-apocalíptica. Da entrada até a saída, o visitante está inserido em diversos ambientes e cenários que o levam para momentos “distantes” e faz com que reflitam no que pode acontecer em futuro próximo ou não. Essa “viagem” vai acontecer sempre nas sextas, sábados e domingos, até o dia 16 de agosto. O espaço possui entrada gratuita, porém, existe a limitação de 300 pessoas, que é a lotação do prédio.

Author: Taís Machado

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