A estrada trilhada por Montenegro

Credito: Sarah Eleutério/Divulgação

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Por Sarah Eleutério

Diferente de tudo o que os fãs de Oswaldo Mongenegro estão habituados, “Trilhas” não foi um repertório das músicas mais conhecidas e pedidas pelo público. Mas a “nova cara” do show estava estampada tanto no cenário, com fotos antigas de sua carreira, mostrando o artista na estrada desde 1979, quando no próprio visual do menestrel e sua banda. Abandonando o tradicional jeans e camiseta preta, como Montenegro sempre costuma vestir nas apresentações, ontem todos estavam em “noite de gala”. A novidade pareceu ter surpreendido os fãs, que também pela primeira vez, ficaram mais contidos, sem gritar por suas canções favoritas e respeitando a lógica de um espetáculo que, sem a menor dúdiva, agradou.

Crédito: Divulgação

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A apresentação que aconteceu neste sábado, no Teatro Guararapes, em Olinda, trouxe músicas e textos criados pelo cantor para enredos e personagens consagrados pela crítica. Um exemplo disso foi a introdução de Lua e Flor. Antes de cantar, Oswaldo explicou que a canção havia sido composta para o personagem Sassá Mutema, na novella “O Salvador da Pátria”, batendo a marca de um milhão de cópias, lembrando, no entanto, que foi Marília Pera a primeira a utilizar a trilha numa peça montada com ele chamada “Brincando em cima daquilo”. Foi a quem o artista dedicou a música. E assim, todas as canções foram ganhando vida, com histórias contadas a respeito delas e sendo contextualizadas ao longo de sua carreira. A banda trouxe “Aos Filhos de Sagitário”, composta para o musical “A Dança dos Signos”; “Simpatia de Giz”, de Aldeia dos Ventos”; “Cigana e Coração de todo mundo”, temas de Mayã – Uma Ideia de Paz. Uma das adoráveis surpresas foi a encenação feita no palco junto com a flautista Madalena Sales da peça criada para “Taxímetro”.

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Sempre bem humorado, em um momento, Oswaldo diz “O show acabou e essa é a queda hora que eu saio e vocês gritam ‘mais um, mais um’, então faz de conta que eu já saí e já voltei. Vamos tocar mais um pouco”, brincou.

E assim, Montenegro ainda abrilhantou o espetáculo mostrando a cena final de “Léo e Bia” além de cantar “Coisas de Brasília” e a música título. Do seu segundo filme “Solidões”, a banda trouxe “A Lógica da Criação” e “A Lista”. Já do terceiro longa, lançado em 2016, vieram as inéditas “Sim” e “O Perfume da Memória” (música título do filme).

Sempre aplaudido de pé, Oswaldo Montenegro trouxe em “Trilhas” a sua verdadeira trajetória ao longe de seus mais de 35 anos de vida de artista. Uma degustação encantadora para quem já gostava do artista e para quem, naquela momento, certamente passou a gostar.

Author: Thayse Boldrini

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