Orquestra de Brinquedos de Lisboa encanta os recifenses

Por Júlia Schiaffarino

Crédito: Orquestra de Brinquedos / Divulgação

Crédito: Orquestra de Brinquedos / Divulgação

Com sete apresentações no Teatro Santa Isabel, no Recife, a Orquestra de Brinquedos de Lisboa encerrou uma turnê de três semanas pelo Brasil, tendo sido a última, das duas noites de espetáculo, nesta quinta-feira. A proposta do grupo é ousada: introduzir a música clássica para um público
formado, predominantemente, por crianças. Para fazê-lo, o tradicional preto e branco que compõe o figurino das tradicionais orquestras é trocado por roupas e adereços coloridos e o silêncio outrora requerido da plateia, se transforma em gargalhadas dos pequenos, que ecoou nos momentos de interação e “palhaçada” ao longo do espetáculo. A principal carta do grupo português, porém, está no
som e ecoa, todo produzido através de instrumentos de brinquedo, daí o nome.

“Nós percebemos que é possível tirar todas as notas da escala cromática de objetos e instrumentos sonoros como copos, garrafões de água e instrumentos de plásticos vendidos como brinquedos de criança. Vimos que assim podemos fazer qualquer repertório e o que construímos foi uma viagem pela história da música”, explicou o maestro Miguel Pernes. Desta forma, ao invés de violinos e
violas, tem-se escaletas; no lugar do contrabaixo, construiu-se uma estrutura de tubos coloridos; em vez de tambores, garrafões de água. Compõe o corpo da Orquestra de Brinquedos de Lisboa, ainda, uma flauta doce de plástico, um clarinete de plástico e um saxofone de plástico além de uma série de outros instrumentos construídos por eles.

O resultado impressiona inclusive os adultos com ouvidos acostumados à música erudita. Aqueles que foram ao Santa Isabel puderam ir do Renascimento, com a abertura de L’Orfeo, peça de Monteverdi, ao Barroco, seguindo por clássicos de Mozart e chegando ao Romantismo com Bach. A duração do espetáculo é de pouco mais de uma hora, assim o resultado é uma colcha de retalhos desses momentos musicais. Em meio aos portugueses, três músicos brasileiros convidados
especialmente para esta turnê também integravam o grupo – Lucas de Santana (2ª escaleta e flauta doce de plástico), Nelson Brederode (2ª escaleta e ukelele) e Carla Ruaro (1ª escaleta). Além de Pernambuco o grupo passou por São Paulo e Ceará.

A Orquestra de Brinquedos de Lisboa é um dos projetos da Foco Musical, grupo especializado em expressão e pedagogia musical, que estuda a possibilidade de abrir uma filial em Pernambuco. No Brasil, o grupo tem representação em Porto Alegre e tem como uma das vertentes o trabalho social com crianças através do ensino da música.

Author: Tatiana Sotero

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