Morre Barruada, o vendedor de cachorro-quente que ganhou destaque durante a pandemia

Foto: Reprodução/Internet

Morreu na madrugada desta terça-feira (2), o vendedor de cachorro-quente Joaquim Antonio, o Barruada, de 72 anos. De acordo com familiares, Barruada estava internado desde janeiro no IMIP devido a uma infecção respiratória causada por um comprometimento nos pulmões. A família confirmou que a causa do falecimento não estava ligado à Covid-19. o sepultamento será realizado na manhã desta terça-feira (2), no cemitério de Santo Amaro. 


Joaquim tinha apenas um pulmão funcionando, já que o outro teria sido comprometido após uma tuberculose. Na última sexta-feira (26), Barruada foi transferido do IMIP para o antigo hospital Alfa, onde teria recebido a notícia de que a infecção teria voltado e iniciou o tratamento em casa.

 
Na noite de ontem, a neta do vendedor comunicou que Barruada teve uma piora e foi levado para o IMIP, vindo a óbito ainda no caminho. Barruada marcou estudantes e funcionários que passavam na Rua Dom Bosco, na Boa Vista. Em 2020, ganhou repercussão nacional após pedir doações durante a pandemia após ter suas vendas paralisadas. Joaquim recebeu mais ajuda do que precisava, pedindo para que as pessoas não enviassem contribuições.

Trajetória

Barruada é Joaquim Antonio e chegou à Dom Bosco em meados de 1975, onde o carrinho ainda está até hoje, gerido pelo filho, Mário. “Ele não dava um sorriso pra ninguém, sempre foi muito sério. Foi a gente que colocou o apelido. No começo, ele não gostava, ficava bravo. Depois, aderiu”, conta o engenheiro civil Paulo Falcão, que estudou no Salesiano entre 1971 e 1979.

Todo mundo lembra de Barruada por sua legítima fama de brabo. “A turma perturbava muito com ele, que se defendia”, relembra Paulo. Outros alunos lembram, rindo, da irritação que Barruada ficava quando o tumulto se formava em volta do carrinho. Venda no fiado, com nome no caderninho, somente para algumas pessoas. “Quando vi que ele estava passando por dificuldades, procurei logo ajudar. Acho que quem passou pelo Salesiano vai se lembrar porque ele faz parte. É como se fosse um amigo de lá”, diz Paulo. 

Barruada e seu carrinho de cachorros-quentes fazem parte da paisagem da Rua Dom Bosco, no Centro do Recife, e alimentava há mais de 45 anos os alunos e ex-alunos do Colégio Salesiano. Difícil achar quem tenha estudado na instituição e não o conheça. Foi esse mundo de gente que ajudou Barruada a “enfrentar uma batalha”. Em um vídeo, ele agradece as doações e diz que já recebeu dinheiro suficiente. A história viralizou.

Author: Lara Calábria

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