Jarbas surpreende e avalia Eduardo para presidente do Brasil

Início da reaproximação: Jarbas e Eduardo em debate na TV Clube/Record, em 2010 - Foto: Diário de Pernambuco

Veja o que é a política. Eduardo Campos (PSB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB) são rompidos há duas décadas. Rompidos que não se falam, não dividem o mesmo ambiente, não se frequentam. Ensaiaram uma reaproximação no carnaval deste ano (na foto abaixo) e no bastidor da vida.

Maria do Céu, Eduardo e Renata Campos, Jarbas Vasconcelos - Foto: Genival Paparazzi/Divulgação

Encontro histórico no Baile dos Artistas, em fevereiro: Eduardo faz questão de ir ao camarote de Jarbas. Entre eles, Renata Campos e a promoter Maria do Céu Kelner - Crédito: Genival Paparazzi/Divulgação

Pois hoje Jarbas surpreendeu, em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, na Folha/UOL, ao avaliar positivamente o governo Eduardo Campos e mais: atestou que o governador de Pernambuco é “um quadro novo” para disputar a Presidência da República. Disse, inclusive, que a dobradinha Aécio Neves/Eduardo Campos seria “uma boa chapa”. Repare, abaixo, como o senador tenta não produzir frases de efeito e, sabido que só ele, é econômico nos elogios. Mas como ele próprio costuma dizer, menos é mais.

Veja trechos da entrevista da Folha/UOL, realizada na manhã de hoje, no estúdio do jornal em Brasília. E aqui o link para a entrevista completa: http://t.co/8J3Jv074

Folha/UOL: (…) Qual é a sua avaliação do governo Eduardo Campos, do PSB, governador de Pernambuco?
Jarbas Vasconcelos: Primeiro há de se esclarecer que eu passei para ele um Estado que encontrei de cabeça para baixo, arrasado, completamente arrasado, devendo a Deus e ao mundo. A duas pessoas: a Deus e ao mundo. E consegui recuperar esse Estado, botei o Estado de pé e assim passei o Estado para ele. Quando eu assumi o Estado, eu assumi o Estado com três folhas de pagamento atrasadas. Eu fiz isso, investi muito. Conseguimos deixar acertados os investimentos como a Refinaria Abreu e Lima e outros grandes investimentos, como estaleiro essa coisa toda. Ele está fazendo um governo de sequência. Ele está fazendo um governo…

Folha/UOL: É bom o governo dele?
Jarbas Vasconcelos: É bem, é bem. Quando a pessoa está bem avaliada, não adianta eu dizer a você, por ser adversário, de que ele não presta. De que o governo é ruim. O governo é aprovado porque ele tem a aprovação da população. Porque ele encontrou um Estado arrumado e deu sequência a isso, deu consequência a isso.

Folha/UOL: 2014, Pernambuco. Já tem alguma ideia do que vai acontecer? Porque Eduardo Campos não pode mais ser candidato porque já está no segundo mandato. Qual seria o cenário possível para a sucessão de governo em Pernambuco?
Jarbas Vasconcelos: O projeto de Eduardo é nacional. É um projeto nacional. Não sei se para 2014 seria complicado para ele, mas pode ser para 2018. Ele tem uma boa avaliação e eu vou dizer aqui uma coisa que não deveria nem dizer, porque não tenho essa relação com ele. Ele só cresce e só se sedimenta a nível nacional, inclusive no Estado da “Folha de S.Paulo”, o Estado de São Paulo, ele só se dimensiona quando ele sinalizar a diferença dele para o PT. Enquanto ele estiver junto com o PT… Junto com o Lula é outra coisa. Ele tem uma relação com o Lula que ele deve preservar. Agora, para galvanizar eleitorado do Sul e se consolidar no Nordeste ele tem que sinalizar que as práticas dele são práticas diferentes das do PT. Porque Lula tem uma boa avaliação, mas o PT não tem essa avaliação.

Folha/UOL: O sr. acha que ele é um nome real e competitivo para disputar 2014 ou 2018?
Jarbas Vasconcelos: Ele é um quadro novo. Está se saindo bem no governo de Pernambuco. Eventualmente é um dos candidatos. Não para essa eleição de 2014, eu não acredito. Mas ele é jovem, é uma pessoa com menos de 50 anos.

Folha/UOL: Uma associação do PSDB, com Aécio Neves, e ele fazendo uma chapa já em 2014 não seria…
Jarbas Vasconcelos: Seria uma boa chapa mas eu não acredito nisso. Acho que os compromissos assumidos por ele com relação, não digo com relação ao PT, com relação a Lula, é muito difícil um desfecho dele em relação a Lula. O desfecho dele é necessário para com o PT. Mas não me parece que ele possa fazer uma ruptura entre ele e Lula.

Folha/UOL: E os seus planos eleitorais, quais são?
Jarbas Vasconcelos: Eu não tenho muitos planos eleitorais não. Eu estou completando já 70 anos e acho que tudo tem a sua hora. Eu vou avaliar. Eu tenho dificuldade, Fernando, de raciocinar para a eleição de 2014. De 2012 não, eu tenho a obrigação porque é agora. Mas para 2014 eu tenho dois anos e meio, mais de dois anos e meio. A gente está acabando o primeiro trimestre de 2012. Eu tenho tempo para ver isso. Mas eu não sei o que vai acontecer em 2012, imagina o que é que vai acontecer em 2014.

Author: admin

Compartilhe este post